Game sobre a Guerra de Canudos deve chegar ao mercado no final do primeiro semestre
Por Marcos Maia
O game, que traz influências do survival "The Flame in the Flood” e do aclamado "The Legend of Zelda", é protagonizado por Cícera, uma garota de 13 anos que vive com seu avô Tião, um ex-vaqueiro idoso. “A ideia é fazer com que o jogador execute missões que uma criança daquela idade poderia explorar e fazer naquele ambiente e contexto”, explica. Dessa forma, Cícera caminha por povoados vizinhos, ajudando o avô através de quests que misturam características de games de ação e sobrevivência. Assim, a exploração dos cenários torna-se essencial para o desenvolvimento da trama e de habilidades específicas e essenciais para a personagem. Em entrevista ao Bahia Notícias, Pereira explica que a versão atual deve ar por mais uma sessão de teste, antes de uma versão Beta ser entregue entre março e abril.
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Também formado em História, o Lead Game Designer salienta que seu ado na realização de pesquisas históricas em arquivo colaborou para o viés histórico do projeto. Além disso, também foi importante no desenvolvimento do processo de levantamento de informações sobre o conflito de cunho social e religioso ocorrido no País entre a queda da monarquia e a instalação do regime republicano no interior do estado da Bahia. “Antes mesmo de começar, eu já estava pesquisando há dois ou três meses, levantando material bibliográfico, histórias em quadrinhos, documentários, filmes e tudo que tivesse uma ligação não só com Canudos, mas com o sertão”, afirma. Outra figura importante nesse processo é o professor Manuel Neto, um dos maiores especialistas vivos sobre o confronto que catapultou a figura messiânica de Antônio Conselheiro, e que integra o Centro Euclides da Cunha, também na Uneb.
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“Não temos intenção de fazer um documento histórico, mas a gente sabe que daqui a dez ou quinze anos esse jogo pode ser sim uma referência histórica sobre o tema. Assim como nós pesquisamos outros jogos que tem mais precisamente o cangaço e sertão como temática”, destaca. Além disso, a equipe de desenvolvimento realizou uma trilha pelo município de Canudos para captar referências visuais da região, trejeitos, modo de falar do povo sertanejo e observar outros aspectos do cotidiano daquele lugar. “Estamos tentando desenvolver uma perspectiva da leitura de imagens que de certa maneira se distancie dos estereótipos do sertão como um lugar cinza, como um lugar bárbaro e inóspito. Você pode notar que o nosso jogo tem muitas cores”, salienta. Ele destaca a intenção de voltar à região para apresentar uma versão jogável do game para testar com os nativos.Pereira salienta que o “Projeto Sertão”, que deve ganhar um título definitivo em breve, poderá iniciar uma franquia composta por outras três continuações. De acordo com ele, existe a intenção de trabalhar e aprofundar as narrativas do universo do game paralelamente, através de outras mídias, como HQ’s e animações. “A gente quer focar nesse primeiro momento no lançamento da primeira versão, que deve estar saindo no final do primeiro semestre de 2017. E a partir deste lançamento a gente vai focar na parte técnica, no universo ficcional e no modelo de negócio. Fazer com que a gente possa expandir esse universo para mais jogos”, pondera.