Bruno Reis nega estar sendo beneficiado politicamente por ACM Neto - 08/06/2015
O secretário de Promoção Social e Combate à Pobreza, Bruno Reis (PMDB), negou que esteja sendo beneficiado politicamente pelo prefeito ACM Neto (DEM) após receber o comando dos dois maiores programas sociais do governo: o Primeiro o e o Morar Melhor. "2016 vai chegar e vai chegar o momento da discussão e do debate político, mas vocês podem ter certeza de que não há por trás desses programas nenhuma vinculação política", declarou Reis. De acordo com ele, 24 mil famílias já são beneficiadas pelo Primeiro o, que permite uma "progressão social" dos beneficiados, e 5.000 unidades habitacionais devem ser construídas para atender as vítimas da chuva em Salvador, além das 20 mil casas que devem ser reformadas. "É um projeto que vai muito além do que o simples reboco, chapisco e pintura: contempla intervenções internas na casa", garante o deputado estadual licenciado, que sente que no executivo tem uma importância maior. "Estou tendo, efetivamente, a oportunidade de servir", garantiu.
A prefeitura lançou um programa novo, o Morar Melhor, que tem execução a cargo da Secretaria de Infraestrutura, mas a parte de lidar com o público fica com a Secretaria de Combate à Pobreza. É uma tentativa de capitalizar eleitoralmente Bruno Reis para o futuro?
Em hipótese alguma. É natural que a nossa secretaria, por ser a secretaria de promoção social - e isso nós estamos procurando melhorar a qualidade de vida das pessoas mais pobres de nossa cidade, que é o pouco que nós trabalhamos - tenha braço pra isso, por estar no dia a dia com as famílias, em especial com as famílias que estão na situação de extrema pobreza, que é um público para esse programa, com renda de até R$ 77. Ele tem a situação de sua habitação mais degradada e que prioriza também as mulheres chefes de família e as mulheres com a idade mais avançada. Então é natural que a parte social do projeto, até porque as assistentes sociais, as psicólogas e as pessoas que vão visitar as famílias para fazer as abordagens estão com a gente. Não tem qualquer vinculação política. É um programa revolucionário, onde o prefeito, com recursos próprios, está investindo R$ 100 milhões neste ano. Se você for ver, é o maior programa de obra e execução no município, supera os valores de outras obras que foram executadas na cidade e vão atender neste primeiro ano 51 bairros que foram selecionados dentro de critérios estritamente técnicos. Então não há critério político, há critério técnico para definição desses 51 bairros, e em 16 nós já vamos iniciar os cadastramentos. Dividimos a cidade, que é de 10 prefeituras bairros, e juntamos duas, Subúrbio-Cidade Baixa e Cajazeiras-Valéria. Fizemos oito lotes, essa licitação irá contratar oito empresas. Quem ganhar um lote não pode ganhar outro, para que a cidade possa ter uma execução simultânea. Enquanto está ocorrendo a licitação, que é de um prazo de 90 dias, nós estamos realizando os cadastros, para que assim que concluída a licitação, dar ordem de serviço e iniciar as obras, que nosso desejo é que até o final de 2015 estejam prontas as recuperações dessas melhorias habitacionais. 20 mil moradias que irão receber até R$ 5 mil reais por unidade. É um projeto que vai muito além do que o simples reboco, chapisco e pintura: contempla intervenções internas na casa. Contempla o banheiro, contempla um telhado que esteja sofrendo com infiltração, contempla esquadrias... portanto isso vai melhorar a insalubridade e vai dar uma segurança maior para o imóvel e consequentemente a casa, que é um ambiente onde a família precisa ter paz e tranquilidade para viver, poderá ter agora uma moradia digna.
Como a secretaria chegou a esse valor dos R$ 5 mil reais por moradia? As casas que sejam frutos de invasão de terrenos também serão contempladas ou apenas as casas devidamente legalizadas?
Onde exatamente ficará o loteamento do Largo do Tanque?
O senhor teve uma experiência como deputado estadual e agora veio para o executivo e pegou de cara a chuva em Salvador, que acabou causando a morte de pelo menos 21 pessoas. Como foi o processo de lidar como executivo no momento de uma crise na cidade?
Além do Morar Melhor e das ações de emergência, a secretaria também coordena um outro projeto da prefeitura, que é o Primeiro o. Como está a adesão da população a esse programa? Já tem algum resultado efetivo, já se pode mensurar algum resultado negativo nesse projeto?
Mas o ideal não seria diminuir?
A prefeitura de Salvador tem dois grandes projetos de apelo social. Os dois são conduzidos por Bruno Reis, um deputado com uma ligação muito próxima com o prefeito ACM Neto e citado sempre como um possível candidato à vice-prefeitura em 2016, caso o prefeito venha a se candidatar à reeleição. Bruno Reis está se capitalizando e se capilarizando na capital para um eventual projeto político?
Nenhum dos dois projetos tem qualquer vinculação política. Todos os dois projetos tem todos os seus critérios. São dois projetos voltados, é verdade para as famílias mais carentes, para os mais pobres de nossa cidade. Na história de Salvador não existiu projeto voltado para o social como esses dois, que são os projetos mais importantes para o prefeito e que talvez por um destino ou por um momento da gestão, eu tenha tido a sorte, a felicidade de estar conduzindo esse projeto. Se fosse outro secretário que lá estivesse, se fosse por exemplo, um nome do PTN lá atrás, estaria sendo. Se fosse qualquer outro nome teria porque cabe a esta secretaria tocar os projetos de natureza social. Então está dissociado de qualquer vinculação política, até porque não am de especulações para o futuro. Esse é o ano de gestão, um ano de trabalho, um ano em que estou tendo a oportunidade que pese ser um jovem político que iniciou muito cedo, já tive a oportunidade de ter experiência no executivo, mas nunca numa posição de ponta. Então estou me dedicando exclusivamente à gestão, praticamente não tenho feito política, tenho feito um trabalho técnico, como assim requer todos os procedimentos, esse é o ano de se desenvolver um trabalho técnico e 2016 vai chegar e vai chegar o momento da discussão e do debate político, mas vocês podem ter certeza de que não há por trás desses programas nenhuma vinculação política. São necessidades que haviam na cidade, nós tínhamos um déficit grande de matrículas e ofertas de vagas histórico em Salvador, que não é só de Salvador, é de todo o Brasil, de ofertas de vagas para a pré-infância, para isso foi criado o primeiro o, e nós temos em Salvador um déficit grande de moradia em situação precária e de famílias que estão em situação de pobreza e que precisava desse benefício.
Mas se rolar a vice, Bruno Reis aceita?