Chapa dos "sonhos" com três governadores do PT a "por cálculo politico de competitividade", diz deputado Robinson
Por Gabriel Lopes
Apontada como a "chapa dos sonhos" para o PT baiano, a composição para a majoritária de 2026 segue rendendo declarações de políticos do grupo do governador Jerônimo Rodrigues (PT). Com o desejo dos petistas em lançar três governadores para a disputa do próximo ano, o deputado estadual Robinson Almeida (PT) garante que o plano não a por um projeto de hegemonia, mas sim por um "cálculo político".
A declaração do parlamentar foi feita durante entrevista ao programa Bahia Notícias no Ar, na rádio Antena 1, 100.1 FM, na manhã desta terça-feira (4). Na avaliação do deputado, todos os partidos que fazem parte do arco de alianças do governo cresceram.
"Todos os partidos que estão governando a Bahia desde 2007 cresceram. O PSD por exemplo foi fundado em 2011 com a ajuda de [Jaques] Wagner, com a liderança de Otto e hoje é um dos principais partidos da Bahia. O PSB cresceu, o PCdoB cresceu. Então a fórmula de governar é dividindo o poder e fortalecendo todos os aliados. 2026 o debate está começando agora, foi feito uma sugestão por Wagner de colocar os governadores como candidatos, ele, Rui e Jerônimo. Esse debate ainda vai amadurecer em 2025 e 2026 será tomada uma decisão", disse durante o bate-papo com os apresentadores Mauricio Leiro e Rebeca Menezes.
"Mas isso não faz parte de uma estratégia de hegemonismo do PT para submeter aos outros partidos a sua liderança. Faz parte de um cálculo politico de competitividade da chapa de 2026. É essa a lógica. Por exemplo, a UPB vai ser presidida por um prefeito do PSB, a Assembleia por um deputado do PSD. Então há sempre uma partilha de poder e nós não temos nenhuma vocação hegemonista porque isso não dá certo. A Bahia foi comandada durante décadas com a mão forte de um único líder e esse castelo ruiu", acrescentou.
A ideia do PT da Bahia é que o governador Jerônimo Rodrigues dispute a reeleição e tenha ao seu lado, nas vagas ao Senado, os ex-governadores Jaques Wagner e Rui Costa. Segundo os caciques da legenda, o objetivo é fortalecer o projeto nacional com uma eventual candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em paralelo a isso, o senador Angelo Coronel (PSD) já garantiu que não vai abrir mão de sua candidatura em 2026, e chegou a ameaçar romper relações com o grupo caso seja preterido no processo.