Guardião-diretor da Igreja São Francisco comenta desabamento e explica burocracia para preservação do espaço
Por Redação
O guardião-diretor da Igreja São Francisco de Assis, o frei Pedro Júnior, comentou sobre o desabamento de parte do forro do espaço que acabou deixando uma pessoa morta e cinco feridos na última quarta-feira (5). Em entrevista ao Programa Acorda Cidade, parceiro do Bahia Notícias, ele explicou como funciona a manutenção do espaço e contou que estava de férias no momento da tragédia.
Durante a entrevista, o frei afirmou que, por conta das normas estabelecidas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), eles não são autorizados a fazer grandes intervenções no patrimônio tombado. Aliado a essa restrição, Pedro afirmou que dentro da equipe do templo não havia pessoas com conhecimento técnico do assunto.
“Não somos dessa área. O que a gente fez foi um procedimento corriqueiro. Se a gente vê alguma falha no imóvel, a gente não pode resolver. A gente tem que informar o Iphan. E aí a gente fez isso. Na segunda ada, eu informei ao Iphan, para chegar até o governo e fazer essa visita técnica. A visita estava marcada, mas um dia antes aconteceu esse desastre. Mas nós não conseguimos medir ou mensurar que aquela fissura viesse a desabar tudo”, afirmou o Frei, em entrevista que foi transmitida simultaneamente pelas rádios Caraíba, Interativa, Princesa FM e Sociedade News FM.
O responsável pela popular “Igreja de Ouro” informou que estava de férias quando o fato aconteceu e que, ao chegar ao local ainda no dia do acidente, ficou impressionado com o que viu.
“Ver a igreja daquela forma parecia cenário de guerra. Mas tudo que estava destruído ali, por mais que seja patrimônio, não é pior quanto à morte de Giulia. Nós conhecemos pouco sobre ela, ela tinha acabado de chegar em Salvador, foi ver a igreja, estava acompanhada de amigos e infelizmente isso aconteceu”, disse Pedro Júnior.
INVESTIGAÇÕES
O sacerdote explicou que agentes da Polícia Federal (PF) já estavam no local para fazer levantamentos e iniciar a investigação das possíveis causas do acidente. O frei explicou que a parte do forro que desabou era fixada através de um sistema de montagem de peças de madeira intertravadas, sem o auxílio de pregos. Nenhuma obra sacra foi danificada.
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“Neste momento, a igreja está interditada, porque o forro central caiu inteiro, com a força algumas peças se separaram, porque eram peças originais, não tinha nenhuma indicação de que aquele teto foi mexido em algum momento. São peças de encaixe que foram separadas do restante e elas também correm perigo. Por isso que os peritos estão verificando esses perigos, para a gente saber até onde a gente pode chegar e até onde a igreja vai ser interpretada”.