Tem espaço? Candidatura de Júnior Marabá à Câmara esbarra em apoio a LEM Neto e "acotovelamento" de outros nomes
Por Mauricio Leiro / Gabriel Lopes
As recentes movimentações políticas do atual prefeito de Luís Eduardo Magalhães, Júnior Marabá (PP), com a indicação do apoio ao governador Jerônimo Rodrigues (PT) tem levantado questionamentos sobre a viabilidade de outro projeto do político: a candidatura à Câmara dos Deputados. Possível nome da região para disputar a uma cadeira em Brasília, a candidatura de Marabá pode esbarrar em alguns pontos.
Reafirmando que a candidatura a deputado federal é “muito possível”, Marabá pode sofrer com o acotovelamento de nomes, além da barreira dos votos ligados ao PT no município. Recentemente, o prefeito teceu críticas diretas ao ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União). Mesmo sendo reeleito com 83,52% dos votos, em 2024, o município gerido por Marabá tem forte ligação com a oposição ao governo petista, sendo um das únicas cidades onde o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) se sagrou vitorioso em 2022.
Bolsonaro teve 54,02% dos votos no pleito daquele ano, deixando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na segunda posição com 41,43% dos votos. Em terceiro surgiu Ciro Gomes (PDT) com 2,19% e, na sequência, aparece Simone Tebet (MDB) com 1,75%. Isso no primeiro turno da disputa presidencial. No segundo turno, a vitória do candidato do PL também se consolidou como vitorioso, com Bolsonaro atingindo 58,61% dos votos.
Dos dez nomes mais bem votados em Luís Eduardo Magalhães, na disputa por uma cadeira de deputado federal, oito foram ligados a oposição ao governo petista. Destes, três foram eleitos: João Leão (PP), Capitão Alden (PL) e Roberta Roma (PL). Além disso, um dos nomes que deve “retirar” votos de Marabá em uma possível candidatura é Luís Eduardo Magalhães Neto (Sem partido), com ligação direta na região.
Ligados ao governo, em 2022, o mais votado da cidade foi Oziel Oliveira (PSD), ex-prefeito do município. O candidato a época foi responsável por 30% dos votos a deputado federal no ano, com 15.261 votos. Outro nome no top 10 com maior número de votos foi Tito (PT), que na época buscava a reeleição e filiado ao Avante.
Na disputa pelo governo baiano, o cenário ado também descreve um cenário desafiador para quem esteve ao lado do PT. ACM Neto teve 41,62% com 21.266 votos. O agora governador Jerônimo Rodrigues (PT) ficou em terceiro colocado com 24,89% atingindo 24,89% dos votos. Em segundo ficou o candidato do a época presidente Bolsonaro, João Roma (PL) que teve 33,19%, com 16.957 votos.
A oposição ao PT garantiu 74,81% dos votos no município no primeiro turno. Já no segundo turno, a disparidade foi ainda maior. O candidato derrotado em 2022, ACM Neto, atingiu 70,40% dos votos.
OPOSIÇÃO ATÉ NO SENADO
A oposição também conseguiu sair vitoriosa na disputa ao Senado. Com larga margem na Bahia, o senador Otto Alencar (PSD) ficou em segundo lugar na disputa na cidade de Luís Eduardo Magalhães. Otto teve 31,60% dos votos, já a grande vitoriosa na cidade foi Dra. Raíssa Soares (PL), que teve 44,04% dos votos. Em terceiro lugar ficou Cacá Leão (PP) com 23.53% dos votos.