Ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara pode ser homenageada na AL-BA com Título de Cidadã Baiana
Por Leonardo Almeida
A Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) pode conceder o título de Cidadã Baiana à ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, em reconhecimento à sua trajetória em defesa dos direitos dos povos originários e pela preservação do meio ambiente. A homenagem foi proposta pelo deputado estadual Roberto Carlos (PV), vice-líder do governo na Casa Legislativa, por meio de um Projeto de Resolução protocolado nesta segunda-feira (26).
A entrega do título, que deve ocorrer em sessão especial ainda a ser agendada pela Mesa Diretora, é justificada pelo protagonismo nacional e internacional de Sônia Guajajara, primeira indígena a assumir um ministério no Brasil. Para o autor da proposta, trata-se de um reconhecimento à atuação da ministra em favor de causas que também impactam diretamente a Bahia, como os conflitos fundiários e a valorização da cultura indígena.
“Sônia tem reconhecimento internacional na defesa dos direitos dos povos indígenas, seus territórios e pelas causas socioambientais, sendo eleita uma das 100 pessoas mais influentes de 2022 pela revista TIME. Atuou em várias organizações indígenas, como a Coordenação das Organizações e Articulações dos Povos Indígenas do Maranhão (Coapima), Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB). Foi coordenadora executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB)”, disse o deputado na matéria.
Natural da terra indígena Araribóia, no Maranhão, Sônia é do povo Guajajara/Tentehar. Ela tem formação superior em Letras e Enfermagem, com especialização em Educação Especial. Sua trajetória inclui o comando da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), a organização da 1ª Marcha das Mulheres Indígenas em Brasília e o papel de liderança em ações de mobilização internacional pelos direitos indígenas.
Em 2022, foi eleita deputada federal pelo Psol de São Paulo e, logo depois, nomeada ministra pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo o projeto, Sônia tem forte atuação também na Bahia, acompanhando pessoalmente casos de violência contra comunidades indígenas e estabelecendo, inclusive, um gabinete de crise no sul do estado.
“Na Bahia, a ministra esteve recentemente com o objetivo de participar do Marco de Resistência do Povo Pataxó e avaliar, pessoalmente, as zonas de tensão na área. A Bahia foi identificada como o segundo estado com maior número de violências contra povos originários em 2022, pois têm sofrido com episódios de violência ligados a disputas territoriais. Após os casos de violência no Sul do estado, a ministra dos Povos Indígenas do Brasil, Sônia Guajajara, criou um gabinete de crise para acompanhar os conflitos na Bahia”, escreveu Roberto Carlos.