Secretária destaca avanço no emprego em Salvador, mas alerta: "Depende de uma política estadual"
A secretária municipal de Desenvolvimento Econômico, Emprego e Renda (SEMDEC), Mila Paes avaliou que a capital baiana vem avançando no que diz respeito a geração de empregos - índice considerado um déficit antigo. Atualmente, Salvador ocupa o 5º posição no ranking de desemprego entre as capitais brasileiras. Em entrevista ao Bahia Notícias, a gestora ressaltou o crescimento de Salvador no Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) e Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC).
Mila Paes reforça que em março deste ano a capital gerou 1.911 novas vagas de emprego, segundo o Caged. “O principal indicador que a gente acompanha, que é o Caged, vem mostrando que a gente vem avançando. O Caged ele mostra que a gente vem ocupando sempre posições de liderança na geração de emprego no Nordeste. Esse mês a gente ficou em quarto do país, ficando atrás apenas de São Paulo, Brasília e Curitiba, o que mostra que no dia a dia, a gente vem de fato alcançando bons resultados”, relata.
Segundo a PNADC Trimestral, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) este mês, Salvador alcançou a menor taxa histórica de desocupação desde 2012, no entanto, os números ainda preocupam: a taxa de desocupação soteropolitana é de 9,2%, com cerca de 143 mil pessoas consideradas desocupadas.
O IBGE considera como desocupadas pessoas que não trabalham, mas estão ativamente em busca de uma oportunidade. A taxa de desocupação, por sua vez, mede a proporção de pessoas de 14 anos ou mais que estão desocupadas (não trabalharam e procuraram trabalho) em relação ao total de pessoas na força de trabalho, seja trabalhando (pessoas ocupadas) ou procurando (desocupadas).
Apesar de otimista, a secretária ressalta que o processo de combate ao alto índice de desocupação é lento e influenciado por diversos fatores. “Se você não olhar a foto, olhar o filme, você vai ver que Salvador vem avançando. E é isso que faz a gente acreditar nas políticas públicas. É fácil? Não é, mas a gente vem trabalhando em alguns pilares, que são transformadores: qualificação de talentos, atração de investimentos e melhoria do ambiente de negócios para os empresários”, defende.
Mila Paes relata ainda que os dados da Bahia também influenciam a lenta recuperação da capital. “A gente vem fazendo um esforço muito grande na área econômica, mas a questão econômica, de PIB, depende muito de uma política estadual”, afirma. Os números reforçam a tese. Apesar de também figurar um momento de queda, a taxa de desocupação na Bahia é de 10,9%, sendo a segunda maior do país.
“E diante da situação que a gente tem hoje, de um diálogo muito difícil com o Estado, uma não-aproximação de uma política municipal e estadual, a gente tem grandes dificuldades de sair desse desemprego, dos grandes índices que não olham apenas a questão do dia-a-dia do desemprego”, conclui.