Premiado no Festival de Brasília, ator João Pedro Oliveira vem a Salvador com curta metragem
Depois de percorrer festivais como o de Cartagena (Colômbia) e ser premiado como Melhor Ator no Festival de Brasília, no ano ado, o ator João Pedro Oliveira desembarca em Salvador com o filme “E Seu Corpo é Belo”, que ganha exibição no Panorama Internacional Coisa de Cinema. O ator, reconhecido por seu papel em “Malhação: Toda Forma de Amar”, protagoniza o filme que tem sessão nesta quarta-feira (09), às 15h45, no Cinema Glauber Rocha (Centro).
No curta de Yuri Costa, João interpreta Carlos, um jovem negro que, ao encontrar seu ex-namorado, enfrenta traumas e transformações sobrenaturais. O encontro desencadeia uma série de eventos, nos quais Carlos lida tanto com traumas do ado quanto experiências sobrenaturais. A trama se a no contexto das festas soul do subúrbio carioca dos anos 70, trazendo uma narrativa densa e rica em elementos culturais. O nome do filme é retirado da faixa “Pelo Amor de Deus”, de Fernando Brant e Milton Nascimento, do antológico disco “Clube da Esquina”, eleito em 2024 como um dos melhores álbuns de todos os tempos em um ranking norte-americano.
Além de Melhor Ator no 57º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, o filme também venceu em Direção de Arte e Edição de Som, recebeu Menção Honrosa no Festival do Rio e foi selecionado para a Mostra de Tiradentes e o FestCurtasBH. “O que me move é ver esse filme circulando, ocupando espaço nos festivais, tocando outras pessoas. O Brasil é um país de muitos Brasis, e o nosso cinema precisa contar essas histórias com liberdade de forma e de gênero. E quando eu falo de gênero, é no sentido cinematográfico, mas também de identidade, de afeto, de quem a gente é”, celebra João Pedro, que é também sócio da Paó Filmes (produtora audiovisual do Grupo Dutra) e se prepara para estrear como diretor com o filme “No Fim do Déjà Vu”.
João Pedro Oliveira é ator, roteirista e diretor criativo. Reconhecido por sua atuação em Malhação: Toda Forma de Amar, quando deu vida a Serginho, um adolescente negro, gay e morador da periferia, em uma das histórias mais transformadoras da dramaturgia jovem dos últimos tempos. Com entrega e sensibilidade, levou à televisão aberta um personagem cheio de afeto, coragem e verdade. “Serginho não foi apenas uma ruptura com estereótipos: foi um convite para que o Brasil olhasse com mais cuidado para as juventudes negras e LGBTQIA+ das periferias urbanas”, defende o artista, que, em sua atuação no audiovisual, reflete o compromisso com a construção de narrativas negras potentes e afetivas dentro e fora das telas.