Flavinho, do Pagod'art, comenta sobre novos artistas do pagodão: “Todo mundo com o mesmo swing”
Quando a carreta a, na Bahia, é sinal de que, acompanhado dela, vem o ritmo contagiante e cheio de swing da banda Pagod’art. Há 25 anos na estrada, os amantes do pagode baiano reconhecem ao longe o bit irreconhecível do cavaquinho do grupo, liderado por Flavinho.
Com um retorno estrondoso à banda em 2021, após carreira solo, a união de Flavinho e a carreta explodiu - no bom sentido da palavra - neste último Carnaval soteropolitano. Duas músicas na boca do povo, projeto audiovisual em andamento, cinco dias de trios nos principais circuitos da cidade… Este é considerado pelo cantor como o recomeço da banda.
“Tudo que eu vivi antes é uma experiência, nunca vivi aquilo ali [Carnaval 2025]. Todo ano é: você começa o carnaval e você [pensa] será que eu consigo? Será que eu não consigo? [No] Primeiro ano que eu fiquei rouco, eu não consegui cantar, entrei em desespero… Tudo é aprendizado. Então, tudo isso, esse ano, foi uma volta”, explicou ao Bahia Notícias.
Com 23 anos de carreira junto a banda, o cantor acumula grandes hits do imaginário baiano como “Uisminoufay”, “Ovo de Avestruz”, “Se Você Quer Tome”, “Respeite Carandirú” e “A Soma”. Com o longo repertório, vem uma longa conexão com o público junto ao ritmo considerado irreconhecível por Flavinho. “Eu tenho o meu swing. A galera vai escutar para de longe o cavaquinho do Pagod’art”.
Possuindo tanto tempo na estrada e tão familiar a sua própria identidade, Flavinho explicou em entrevista a falta de uma diferenciação entre os novos artistas do pagode baiano. “A galera nova, com swing novo, tá todo mundo massa, mas é contado a dedo quem tá criando uma identidade. Todo mundo com o mesmo swing. Se você escutar uma batida aí, você não sabe quem é. ‘Pô, meu Deus, será que é tal banda, tal banda, tal banda?’ E a voz todo mundo parecida”, pontuou.
Ao Bahia Notícias, o cantor conversou sobre sua trajetória na banda, o sucesso no Carnaval soteropolitano de 2025 e opinou sobre os novos artistas do gênero baiano. Confira a entrevista completa:
Como foi para você todo esse período [do Carnaval de 2025] e como é você está se sentindo agora que ou?
A gente vem dando aquele inho de formiga, né, formiguinha. Já tem um bom tempo que a gente não perde a nossa raiz, nosso estilo de música. Uns falam: "Ah, tá ultraado", etc, mas quis mostrar a galera que nunca é tarde, é se dedicar sempre. Independente de qualquer ciclo de musicalidade, você tem que estar sempre se dedicando. Não se acomodar, quando a gente fala se acomodar assim [é] não deixar de cantar suas músicas, não deixar de ensaiar e o carnaval não foi diferente.
A gente conseguiu esse marco para a gente assim de estar podendo tocar praticamente cinco dias. Não é que a gente não fazia Carnaval, a gente toca no Carnaval, saía para esse mundão todo e fazia aqui em Salvador uma vez só ou duas. E quando a gente teve essa missão de estar tocando cinco dias aqui em Salvador foi tenso até para a gente, né? “Será que a gente consegue?” Porque a gente não está mais acostumado com o percurso de trio de 5 horas de relógio, 6 horas. “Vamos contar com o engarrafamento? Vamos contar com um trio de alguém quebrando na frente? Será que a gente está com esse repertório aí?”
Repertório a gente sabia que tinha, não sabia se o povo ia aderir aquelas músicas que a gente já tinha para tocar. Então, a gente focou bastante nesse trabalho e quando chegou no dia correto, né, todo mundo tenso, mas quando você chega aqui que vê o público, que você vê o trio organizado, todo o primeiro o ali, você vai tenso, mas quando você começa a cantar a primeira música, você já tá solto, tá vindo pro meu mundo e quando você vê o povo abraçando, gostando daquilo ali, aí é válido todo o esforço que você fez.
E esse Carnaval aí a gente deu o máximo, deu cambalhota… “Como é que você conseguiu ficar do lado de fora do trio? Aí eu digo: ‘Ó, irmão, acho que aquilo ali foi do nada’. Foi uma galera embaixo que eu perguntei: ‘Posso fazer uma quebradeira? Se eu fizer uma quebradeira, vocês gritam aí?’.” Então foi assim, tô indo aí. Graças a Deus, deu certo. A gente teve um [bastante] ensaio, uma programação muito organizado.
De todos os carnavais que eu ei na minha vida, era mesmo assim: vai para casa, volta aí. O pessoal da produtora me colocou assim em um lugar legal, com que eu estivesse tranquilo, com a mente tranquila. Eu já vim de uma temporadazinha meio turbulenta, muito turbulenta. E para fazer o carnaval eu tinha que estar no mínimo com a mente um pouco tranquila, né, para poder fazer.
E graças a Deus, a gente conseguiu ar por aquilo ali, a gente fez um Carnaval, eu digo para todo mundo lá da banda, para a gente foi esplêndido. A gente ficou muito um olhando para o outro, “Como é que a gente conseguiu?”, “Como é que foi isso?”, “Como é que foi aquilo?”, só em saber também que a música da gente concorreu [à Música do Carnaval 2025], os caras [falaram] “vamos fazer enquete”, Não precisa fazer enquete nenhuma não. Tá lindo aí, a gente já é campeão, quando eu falei “campeão”, não era por ganhar a Música do Carnaval, era só entrar naquele roteiro ali.
Eu tenho o quê? 25 anos de carreira e eu nunca fui, nunca teve uma música nossa assim concorrendo ao Carnaval. Então aquilo ali para a gente assim foi muito importante mesmo. Já tem uma , eu tenho isso aqui, já ganhei. Quando eu falo a todo mundo: “A gente já ganhou aqui já, pô. Mas a gente ganhou uma música, não pô, a gente já ganhou, a gente nunca foi selecionado para essa parada aqui”.
A gente já está sendo selecionado, isso aqui para a gente já é muito. Agora é só entregar na mão de Deus. Eu fiquei muito feliz com o Carnaval da gente, a gente programou isso também. É bem, tem que dizer isso também para a galera, porque é muito ensaio. E olha que eu sou ruim de ensaio, que eu não gosto de ensaiar. Aí a Kardec ensaiando, Franco, os meninos me ando as coisas.
E aí, graças a Deus, os nossos amigos, a nossa parceria, os fãs também entenderam que acho que não precisava mudar de estilo, né? Não precisava tirar o cavaquinho e tal. E tanto é que uma música nossa virou o “Bit do Cavaquinho”. Revolucionou muitos músicos que tocam o cavaquinho e falam assim: "Rapaz, a gente estava frio. Esse bicho do cavaquinho aí do Pagod’art renovou a gente também. Até músico meio que estava triste tocando".
Como é para você se manter assim nas graças do público, mesmo depois de tanto tempo?
Eu acho que é mais o jeito mesmo da galera, né? O respeito que eu tenho com Folião, nos lugares que eu o, eu me sinto bem e a galera assim… tem um momento ali de “hoje eu vou fazer por esse cara”, então fizeram por mim. Eu só tenho a agradecer a Deus, abaixo de Deus, os anjos de guarda, os orixás, porque é surreal. Sem entender assim, “ah Flavinho você é estourar não, não sou mais para mim, para minha família é um você renascer das cinzas.
Eu tenho 45 anos, a galera imagina “pô, quando chegar 40 esse bicho não vai dançar mais”, é isso: é querer. Então eu escutava isso no tempo pagode antigo, “véi, daqui a pouco você vai fazer 40 anos, você não vai ficar mais dançando de velho”. Rapaz, eu tô começando minha carreira com 45. Então, isso aí para mim nunca é tarde, eu gosto de dança, gosto de me movimentar bastante. Então eu sei que além de cantar, dançar é uma alegria para mim. Quando eu não consigo fazer um show dançando eu fico incomodado.
“Irmão, seu show foi legal”, eu digo: “não velho, não consegui dançar o que eu queria”. Então, eu fico feliz em poder ver assim que a galera tá curtindo o som, tá indo atrás do trio, dançando. Aí a gente vai lembrando, né… No meu tempo mesmo de você ir para um show, você [ia] ver uma galera dançando, mulher dançando, o cara… No meu tempo você [ia] para o pagode para ver uma gatinha dançando, os caras vão meter a coreografia da gente para as meninas olharem a gente dançando, vai se apaixonar por alguém, vai gostar da dança, ou vai ser amigo, mas o importante era que a gente queria fazer o nosso ciclo ali e tudo pela dança.
Então eu sigo isso até hoje, isso até hoje. Eu falo até com o Ninho, o produtor de Rodriguinho, ele hoje [é] Ninho Cardoso. É de lá de Barra Grande, da Ilha, ele é nativo mesmo da ilha. Eu não sou nativo, minha família é de lá, mas nativo mesmo eu não sou. E a gente tinha o grupo da gente, né? Eu, meu irmão, Marcelo, meu primo, Ninho. Ele com o Rodriguinho hoje, eu falei: "Ah, era você era dançarino, viu, velho? Fique na sua". Aí ele: "Porra, Cabeça você não esquece, não”. Como é que vai esquecer, pô?
A gente se empolgava. Ó, 9 horas da noite todo mundo lá na frente da praça, viu? Vai rolar o paredão lá e a gente vai meter dança. Então isso aí, quando eu vejo hoje a galera fazendo dança, eu fico olhando alegre. Eu fico muito grato e feliz em poder ver a galera também voltando a dançar, né? Não só curtir a música, mas voltar a dançar tanto o homem, como mulher, sem receio de nada, né? Uma dança bonita, quem tem molejo, quem tem swing, é que se solte, velho. Vá porque é bom.
E você sente assim alguma diferença ao ar dos anos de um carnaval para o outro? Tem algum momento assim que ficou marcado para você?
Como eu falei para você aqui agora, eu tenho 45 anos hoje. Hoje para mim foi o recomeço, não é o começo para mim. Tudo que eu vivi antes é uma experiência, nunca vivi aquilo ali. Todo ano é: você começa o carnaval e você [pensa] “será que eu consigo, será que eu não consigo?”
Primeiro ano, eu fiquei rouco, eu não consegui cantar, entrei em desespero, tudo é aprendizado. Então, tudo isso, esse ano, foi uma volta assim que eu tinha toda a programação, tinha uma estrutura que cuidava de mim hoje, né? Com fono [fonoaudiólogo], ei no médico antes, eu tinha feito meu check-up geral antes, tudo que você vai vindo com a idade, você vai aprendendo. Então, esse ano, graças a Deus, só não tinha como dar errado, por conta assim, eu fiz a programação correta.
O errado é assim, o empecilho do dia a dia, é aquele é o que a gente não sabe do tempo, né? Ao mesmo tempo, para meteorologia, tá dizendo que tá dando sol, daqui a pouco vem uma nuvem e a chuva. Então, a gente tem uma base do que é, mas pode vir e acontecer. Então, eu me cuidei.
Gosto de tomar uma cerveja mesmo, gosto de tomar uma gelada e para esse tempo aí foi difícil para mim. Que eu gosto mesmo, né? Meus amigos sabem. Fez assim, tem 10 dias aqui já, eu sei tomar uma. Aí é, eu vou assim. Quem anda comigo todos os dias sabe. Eu comecei o foco, treino. Aí já parei de jogar bola, só jogava uma altinha, pegava um futmesa, um futvôlei. Então, as minhas coisas que eu gosto 100%, eu não tirei 100%. A única coisa que eu tirei 100% foi o gelado [cerveja]. E aí e graças a Deus deu certo, né? E empolgadíssimo.
Você sentiu alguma dificuldade assim se readaptar com o seu público, de se reaproximar dele de novo, ou foi uma coisa muito natural?
Não, assim, é porque a gente tem aqueles fãs raiz, né? Com essa galera a gente não sentiu dificuldade nenhuma. Quem é fã Pagod’art, “carreteiro”, “ah, eu sou do Pagod’art”, mas eu sou Flavinho. Então esses aí a gente não teve dificuldade nenhuma. Por incrível que pareça, eles davam até palpite, falei: “calma, vocês não tem que dar esse palpite, não. É com tempo”. Porque eles comparavam outras bandas, a pessoa que é fã apaixonada: “não porque não sei quem está fazendo isso”, velho, calma, não é o nosso momento!
Tem altos e baixos da vida de todo mundo. Vocês têm que “porque eu estou escutando esse”, calma, o que você escuta, eu escuto também, mas eu tenho que absorver que o momento agora é de tal pessoa, não é meu. É, o triste para mim que eu fiquei assim, é difícil sentir um pouco por conta de não estar assim num holofote legal, a música para ir na rádio era uma dificuldade, a gente para estar numa TV tinha uma dificuldade maior. Aí era, aí eu fiquei um pouco triste, assim, né? “Como será, meu Deus, que eu não estou cantando mais?” Aí você começa a imaginar mil coisas, né?
E, mas só que a gente estava sempre tocando, tocando fora, viajando muito. Não tinha uns holofotes, mas o berço de tudo é Salvador. Se você tá bem aqui em Salvador, você [tem] as portas abertas pro mundão, né? Então, quando você fala assim, “você é da onde? sou soteropolitano, você é soteropolitano?”. Aí eles já entendem que aqui a gente tem uma raiz fortíssima. Então, pra gente voltar ao ciclo, a gente precisou ter um trabalho muito forte aqui em Salvador de novo, para aí a 100% eu entender a gente.
Então, para isso não adiantava eu ter 100% da marca sozinho. E aí, a gente teve que ter uma reunião, disse “o sol tem que brilhar para todos. Preciso de um sócio que me ajude. Eu preciso de um número disso aqui”. Então não adianta só eu “ah eu tenho Pagod’art sozinho 100%”. Não, até porque quando a marca Pagod’art ficou aberta de novo, eu descobri por um fã.
O fã falou: "Se eu tivesse 250.000 eu comprava a marca do Pagod’art e dava”. Então isso para mim é uma parada muito gratificante isso para mim, uma pessoa tá com esse pensamento, aí eu tava conversando hoje, a galera falou: "Não, a Flavinho merece isso, merece aquilo". Então eu sou muito grato a tudo isso aí. É, mas eu sofri um pouco assim, fiquei triste, ficava pensando, a minha vantagem era que sempre tive uma galera boa, né?
De família, de amigos. Eu também nunca fui essa pessoa de tá em holofote, briga, polêmica. No meu momento muito baixo, assim, na minha carreira, teve situações para ter polêmica, eu me escondi. “Ah, que é que você acha?” Eu digo: "Não acho nada, tô fora". A minha linha para eu crescer na vida tem que ser com música, não é com polêmica. Então, quem tem seus táticos, eu respeito, mas eu eh esperei o momento, né? Vamos ter paciência, que é desse jeito, a gente não pode ar por cima de ninguém. Aí eu tô vivendo.
E vive nesse momento, né? Que é um momento que a gente é feliz em algum lado e ao momento quando você tá sozinho, você tem suas tristezas, do lance da minha carreira hoje. Tem pessoas que precisavam tá curtindo isso, não tá curtindo hoje.
Que viveu a vida toda comigo, hoje é um primeiro o, de a gente dar um de alavancada, que a gente não sabe o que vai acontecer amanhã, mas hoje a gente entende que o projeto que a gente fez: é que a gente tá dando um o à frente. Uhum. Entendeu? Então, exemplo assim, a gente aí tem pessoa, tem uma pessoa que precisava estar, né? E é assim, a gente entende a vida e vamos trabalhar para a gente, saber que no interno tá com a gente.
A conexão com o público ajuda demais a equilibrar esses dois lados?
A energia, a gente vive muito sobre. Eu vivo, particularmente, sobre a energia positiva boa, né? Eu vivo muito isso. Tava conversando com as meninas mais cedo. Pô, o ambiente da gente aqui, eu estou conversando com vocês melhor, eu tô pensando em tal lugar que a gente vai para Feira [Feira de Santana], “E aí, como é que vocês vão fazer isso, é?”, “Pera aí que eu tô pensando”.
Eu vou aí então pela energia delas, as meninas que tão me acompanhando são boas de trabalho e boas de energia. Então o fã quando tem essa energia comigo, me conecta bastante, até no dia que eu tô estressado. Roda para lá, “Pera aí, pera aí, você quer o que mesmo, rapaz? Me diga aí. Posso te ajudar como? Sabe por quê? Porque olha, eu tô com um problema também que tava aqui e esse meu problema você não pode me ajudar agora”. Aí você vai assim, eu consigo me conectar legal com a galera.
Como que você faz assim para ser atualizado e manter essa conexão nas redes sociais para você poder divulgar o seu trabalho também e alcançar novos fãs?
No meu tempo não não tinha essa conexão. [No] Meu tempo é: ou você bota uma música boa e bota na rádio, você tem que ter um empresário e ter um dinheiro ou só música que tem que ser aquela música estourada que vá tocando ali. Eu hoje, entendo a realidade da vida mesmo. A gente tem uma facilidade hoje de rede social bem melhor para o que era antigamente, mas eu entendo também que a gente tem que ter um profissionalismo. Eu não dou conta disso aqui sozinho. Eu já tive vontade de dizer: "Não, eu resolvo”, mas [é] impossível.
A gente tem que ter um grupo, a gente tem que ter uma equipe. Hoje sozinho não dá. Ah, mas você é o melhor cantor de pagode do mundo. Eu digo: "Mas eu sozinho não sou, pô". Então, eu tenho que ter uma equipe, eu tenho que ter essa parte aqui, “ó, alguém tem que me acordar”, eu tenho meu dia de calundu do mundo, eu tenho que ir alguém, tem que, você tem que ter um grupo com você. “Bora, levanta aí agora”. “Cadê você?” “Tô injuriado, não quero”, mas vai. Tem que sempre tem que ter aquele amigo seu ou amiga chato mesmo que vai dizer: "Levante agora".
Aí vai alguém, sempre tem um que filho e meu inimigo, mas hoje você vai, amanhã a gente conversa. Pau quebra ali, então você tem que ter um grupo. E sobre essa sequência aí hoje, eu agradeço muito a Deus a rede social, porque foi daí que eu ei a sobreviver, a trabalhar, a tocar, porque eu não estava assim nos holofotes de TV, de rádio, de nada. Então tudo que a gente ia gravando, a gente vai metendo uma conexão aqui para um, conexão para ajuda aí, vamos fazendo.
De qualquer forma, para sua chegada nos lugares, o que não chegava antigamente, você tinha que ter um cara, um contratante que pegasse seu CD para sair de carro entregando a todas as rádios. O meu tempo é desse. Então quando eu chego hoje, o menino chega só com um cavaquinho, começa a cantar e viraliza na rede social, o cara já está estourado, já tem uma banda montada para ele. A gente não, a gente tem que montar uma banda, ver o instrumento de não sei quem. “Será que alguém tem instrumento? Pede um expressar de não sei quem”.
Então, tudo isso aí, eu hoje eu agradeço a equipe que a gente tem, né? Entendi que precisava dessa equipe. É você dar um o para trás no momento correto. Eu não sou o sabichão da onda, eu tenho que “Ó, essa aqui, essa área não é minha. Quem é que é dessa área?” Me ajuda aí. Vamos aqui. Ó, isso aí você merece ganhar bem. Você fez bem isso. É, ó, vamos fazer. A gente tem uma reunião, digo: “pô, se liga aí, velho. Qual o número da gente?” Pô, isso aqui merece. Vamos lá, vamos fazer por justo também.
Então, “ó, se subir nosso cachê lá, sobe um pouquinho de não sei quem também”. Aí eu vou assim, né? Os cara: "Pô, você é uma mãe". Eu digo: "Mas não é, irmão. É o que eu quero para mim, entendeu?" É o que eu quero para mim. Vamos pegar uma estrada, digo: "Vai parar para almoçar para um melhor restaurante aí". “Pô, mas tá dando R$ 400, a minha irmã”. “R$ 400, velho. Paga mais aí, vamos comer bem, vamos pegar terra”. Aí então são coisas que a gente ou lá no tempo atrás que hoje eu não quero para mim, eu não quero para ninguém que trabalha comigo. Empecilhos da estrada vai acontecer.
A gente pegou um agora, há pouco tempo, aí que a volta do feriado é engarrafamento. Você para num posto desse de alimentação, acabou a comida. Aí você tem que comer… eu mesmo, 200 anos que eu não como pastel, eu tive que comer dois pastéis porque eu estava morrendo de fome. Botei ali, catchup com maionese, vamos se embora e vou ali aqui e vamos embora. Então tem momentos assim que a gente entende que tem que acontecer, mas sempre procurando o melhor.
Como foi para você ver a sua música tocando lá no estádio de Beyoncé?
Eu, na verdade, eu fiquei azoado, né? De madrugada, eu boto meu celular no modo avião, aí ultimamente aí como os meninos assim. Sai, vai para, a faculdade termina tarde, chega tarde, Flavinho tá no treino, Felipe Souza chega no trabalho, eu digo: "Não vou botar mais em modo avião não, qualquer momento esses meninos me ligarem". Aí eu esqueci, já não, não boto mais em modo avião, mas quando chegou de madrugada que eu virei, eu digo: "Que tanta mensagem é essa"? Aí o povo falando: "Você já viu? Eu já vi". Eu digo: "Rapaz…” Aí a equipe, né?
Essa equipe aí já ligeira, quando eu digo: "Rapaz, aconteceu isso, aconteceu aquilo”, como é que você ligou: "Aonde, rapaz"? "Não, velho, o DJ de Beyoncé". Eu digo: "Como é isso, rapaz? Me explique direito aí". Aí eu já acordei hoje, digo: "O que é você dormir"? Eu tava tava numa resenha com os amigos, a segunda-feira pra gente é um domingo, né? Aí fui pra casa de Renanzinho da CBX, – a gente reúne agora toda a segunda-feira. Eu vou arrastando meus amigos tudo pra lá. Vamos morar na linha verde. Ah, vamos morar na linha verde. Vamos arrastando todo mundo.
Aí quando chegou, eu digo: "Meu Deus do céu, o que é que tá acontecendo aí? Aí, eu acordei hoje, entendi a realidade, né?” É aquele lance que eu falei a você mais cedo. Eh, só em ter um exemplo, a música sendo é, na lista de concorrer para o Carnaval, eu já estou, já fiquei eleito, então do nada uma música que tem mais de 20 anos é um hino para gente.
Entendeu? Vem gerações e gerações, quando falam não sei o que, pô esse menino fala: "Porra, isso aqui, velho, não tem para o meu pai, minha mãe, eu cresci com isso aqui, olha meu". Então quando você vai vendo aqui, por isso que eu digo, nunca é tarde. A gente não sabe o dia de amanhã. Aí está o cara lá com a música falando aquilo, eu não entendia nada do que ele disse, eu só sei que tava [toque de Uisminoufay]. Então eu fiquei felizão, fiquei de vei com uma mulher dessa chega do lado de cá. Aí diz: "Cadê aquela banda tal? Ave Maria".
Ainda brinquei com as meninas lá. “Se um dia acontecer um negócio desse vou sair correndo na Paralela de sunga”. Mas aí eu fiquei muito feliz com esse com essa situação. Tá caindo a ficha ainda aí. É, para muita gente pode ser besteira, para a gente é de uma grandeza imensa, pelo fato de tudo que a gente vem ando, né? De degrau em degrau, inho em inho.
E para a galera que está trabalhando, está entendendo que assim… velho, as coisas estão acontecendo natural. Então é importante a gente abraçar esse momento, né? Aí estou feliz, estou felizão.
Só em pensar na gente já deu lindo demais, já deu lindo. É sinal que eles lá, o automático você vê, que o automático deles pode rodar o que for. Fala do Brasil a vida toda, a música do Brasil, a música da Bahia, principalmente, que os mano faz daqui, da gente.
É essa música para a gente assim, que é uma música temporal que ela tem 20 anos essa música aí. Se você perguntar a galera, a música é de uma forma que ninguém entende a música ainda. Aí falo: "Velho, vocês cantam a música sem entender a música". Na verdade não sou eu cantando para vocês, é vocês cantando para mim. A música só comemora, só faz a onda de festa. Entendeu? “Rapaz, não quero saber não, não sei nem que o cara tá falando, só sei que eu vou”. “Não sei. O cara falou que você é do Japão, Coreia ou do Paraguai.” O cara não sabe, só sei que eu tô ali.
A música fala de dois amigos começando indo para festa. Então, é muito surreal.
Como é para você se manter com a swingueira original?
É saber se respeitar. Eu por eu não é que eu não gosto do bloquinho, ou da swingueira, eu gosto, mas só que é o estilo da galera, não é o meu estilo. Eu tenho seguidores de amigos, de fãs, de familiares que se espelham na minha matéria, na minha pessoa, na banda. Pô, esse som que eu gosto, como é que eu vou mudar? Eu vou acabar com o sonho dessa pessoa também. Então, eu vivo dessa forma. Eu sou… o meu projeto aqui é raiz. Para eu continuar fazendo isso, eu sofri em um certo momento. É o que a gente comentou aqui.
Saí do holofote, tinha outras pessoas no holofote, eu entendi que aquilo ali era um momento de cada um. Eu não entendi que “ah eu não presto”. Eu fiquei… você sente… mas pô, não é um momento de não sei quem, deixa seguir. Mas onde batia um pouco para gente era saber assim: "Ah, mas os caras são ultraados, só isso é que não". Velho, nosso swing não é ultraado, a gente tem swing. Se você disser que eu tô cantando uma música antiga, eu até entendo, mas o swing da gente não é ultraado.
O swing da gente é um swing raiz que é para o resto da vida. O swing que a gente tem é para o resto da vida. O swing que veio novo agora, massa, vai ser para o resto da vida quem tiver uma carreira com essa linha, que seja que nem a do É o Tchan, a do Xanddy com a Harmonia, você vê… Tony Sales, cada um tem seu swing. Eu tenho o meu swing. A galera vai escutar de longe, escutar o cavaquinho Pagod’art.
Então, corria a mim ter paciência, entender, músicos, amigos. Tem que mudar, tem que fazer isso aí de igual. Se você não tá conseguindo acompanhar a nossa linha aqui, aí eu não posso mudar nada diferente, eu não posso imitar ninguém. A minha linha aqui já, se eu tivesse começando a carreira, eu podia estar imitando alguém para depois dali…
Mas, pô, aí já tem uma carreira sólida aqui, velho. Como é que eu vou mudar? Como é que eu vou botar duas guitarras para tirar o cavaquinho, porque não sei quem tá colocando da moda. Massa, a moda dos caras, massa, parabéns. Mas a gente não pode, a gente já tem uma marca aqui, “mas é Beto Jamaica e o compadre Washington”.
Como é que eles vão mudar aquela linha do É o Tchan, a escola que ele fez para a gente? Com bandoleirinho chorando lá, tocando. Eles não podem mudar, se eles mudarem aí, acaba. A gente que tem aquela… vendo aquela história. Então, olha eles até hoje fazendo isso, eles não param. Então aquilo ali, com todo respeito, é o que eu quero para a minha vida. Entendeu? Deixar um legado bom, deixar uma escolaridade musical boa e de uma pessoa boa.
Flavinho não entra em polêmica, Flavinho é um cara massa, um cara tranquilo. A importância de você estar na música É para isso aí também.
Tem alguma dica para esses artistasrecém-chegados no gênero para criar uma marca?
Porque é como você falou, né? Quando a gente escuta o Pagod’art, a gente sabe que é Pagod’art, sabe que é a carreta. E a galera é assim: é o vou começar assim pelo Gueto, né? O gueto, ele em si ele absorve muito do que está rolando do dia a dia. Do que a galera convive.
E, é terror, é barril o dia a dia no Gueto. Só que você chega ali no Gueto que nem eu, no meu tempo, eu cantei música de duplo sentido. Então, a gente cantava, a gente fazia uma história da música, que nessa época ainda… por isso que a gente começou a colocar as Uisminoufay, pôr músicas de brincadeira, de personagem.
Só que essa letra, você quer o duplo sentido da gente, a gente não, dava história. “Já descobri, não precisa me dizer. Não é dor, pois esse grito é de prazer”. Dizer: "Quando grita, você deixa doida, seu homem. Você pediu, eu vou te dar tome. Você quer tome?” Era isso aí, um duplo sentido.
Então, tem situações hoje aqui no gueto tá sentido direto. Então, tá assim... A galera, naquele momento, o gueto necessita daquilo, que eles vivem aquilo ali. O cara que tá no gueto, que monta uma banda, que quer cantar uma música linha correta, o gueto exclui ele dali.
Ele fez: "Pô, eu quero cantar minha música. Montei meu EP aqui, velho. Tudo certinho, uma linha padrão, tudo organizada. Que vai expandir para o mundo”. O gueto não abraçou ele? Ele não vai para lugar nenhum. Até o pessoal do baile, ele tem que cantar primeiramente tudo aquilo ali. Nada contra, mas depois que ele deu o primeiro o… “Velho, eu não quero tocar só no gueto. Eu quero agora tocar em outros lugares, eu quero ir viajar, eu quero tocar em Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo”.
Para você tocar nesses lugares, você já tem que ter uma mudança. Você não pode 100% fazer a mesma coisa que você fazia lá no gueto. Aí você vai pegando o respaldo. Tem gente que vem assim. E tem gente que não quer fazer isso. Tem gente que quer continuar desse jeito que tá aí. É uma das coisas. A galera nova, com swing novo, tá todo mundo massa aí.
Mas assim, é contado a dedo quem tá criando uma identidade. Todo mundo com mesmo swing. Se você escutar uma batida aí, você não sabe quem é. “Pô, meu Deus, será que é tal banda, tal banda, tal banda?” E a voz [de] todo mundo parecida. Eu digo: "Meu Deus, quem é que tá com a identidade agora aí?" Aí você tá vendo assim [surgindo] aos poucos… Eu tenho um exemplo para falar de uma galera assim, eu falo de Bruno Magnata. Começo do La Fúria foi atribulado, foi forte, guetão. Chegou um momento que eles começaram a viajar, começaram a entender que nada contra, com uma festa que eu vou no gueto, vocês que necessitam disso, eu vou tocar.
Mas quando o Bruno começou a viajar, entendeu? Ó, o artista que é Bruno hoje. Cara bem-sucedido na música, com família, organizado. Então, a galera do gueto tem que ir, uma vez, eu tô assim, e vir nessa base “Comecei de tal forma, todo dia para mim aprendizado, eu quero fazer isso e aquilo”.
Porque, às vezes, no começo, eles não vão ter essa oportunidade, entendeu? Então, ele tem que cantar de qualquer jeito. Mas depois que pegou uma estrutura, tem alguém querendo ajudar e eles não quiserem mudar, aí já é um pouco difícil, né? É que cada um tem que saber o que quer mesmo.
Vamos falar agora sobre o audiovisual de 25 anos. Já teve lançamento com “Bit do Cavaquinho”, “Mexer, mexer”, teve “Alongadinha” com Xanddy Harmonia, que foi agora recente. O que o público pode esperar mais sobre esse projeto?
A gente também tá esperando; Fica todo mundo ansioso, né? Porque, na verdade, a gente queria soltar tudo de vez. Aí, graças a Deus, por isso que eu tô dizendo que tem que ter uma equipe, né? Porque se fosse por mim, eu já tinha largado tudo de vez, eu quero ver tudo. E aí, o tático do pessoal da Penta [Entretenimento], da assessoria, foi assim: "Não, vamos fazer uma cotazinha de todo mundo, vamos ver como é que vai ser o primeiro o”. E, graças a Deus, o primeiro o assim foi surreal!
Com o “Bit do Cavaquinho”, com “Mexer mexer”, que é a parceria com o Léo [Santana] e com o Xanddy [foi] “Alongadinha”. “Alongadinha” é uma música que eu gosto muito, que eu gosto de coreografia. Só que o que tem o que vem depois daí é muito forte também, porque [o que] Igor Kannário fez nessa gravação, não tá no Gibi. Igor sacudiu aquela casa. Então, tudo isso a gente tem que ver. Lincoln sacudiu aquela casa lá.
Beto Jamaica, a gente tava na gravação, daqui a pouco [a produção] falou: "Flavinho, eu tenho que parar a gravação". Eu olhei para Beto: "E aí, paizão?”, ele: “Posso cantar mais uma aqui?” Há vontade de querer fazer aquilo ali. Sacudiu a casa, então todos fizeram isso, né? Mas eu falo assim, o momento que a gente viveu ali, o que eu vivi ali, eu quero tô querendo que apareça logo para o povo ver isso aí, entendeu? Que a vontade de Rubinho, de Márcio, de Tony, dos meninos fazerem aquele negócio acontecer.
E eles me deram um o surreal, né? Tá com uma seleção daquela ali, só os cabeça, Ave Maria, fiquei eleito, eleito. Eu chego hoje nos lugares, a criança que eu tinha um tempo assim que quando olhava para mim, eu ficava e digo: "Será que sou eu mesmo que tá imaginando que sou eu"? Aí falou: "Ah, Flavinho, eu vou te ver, ó". Aí botava assim o eio e digo: "Meu Deus do céu, a criançada voltou, graças a Deus, obrigado".
É, criança, é idoso, você vai nos shows. O importante do show da gente também é [que] você tem uma facilidade de levar criança, cadeirante, você levar um idoso, você levar e a galera conseguir curtir o show, não tem uma bagunça. A importância de você ir num lugar e zero B.O. é incrível, então é eu tô felizão, eu tô felizão na condição mesmo. Já tem data para o lançamento desse projeto? As meninas já tão na condição ali, mas tem uma datazinha aí que já pode falar mesmo aí.
Dia 2 [de maio], né? Sexta-feira, dia 2, já tem o que vai sair agora três. Tô abençoado, é. Só agradecer, mãe. Vai ser bom.
Vai demorar muito pro público encontrar é conhecer a parte dois, que é com os outros artistas que você comentou?
Não, foi só o começo, né? O começo que teve essa demora para dar uma expectativa, a gente viu a qual seria a sessão das músicas e agora a gente já entendeu que a gente já tá num pedaço que a gente não pode demorar muito também, né? Porque a galera quer ver, um exemplo assim: o fã de Rubinho quer ver a situação dele comigo. Fã de Bruno, fã de Igor, a galera: "Cadê, mutiacho? Só tá falando, já lançou, vai lançar [quando] Rubinho e Bruno?". Aí o fã de Kannário faz: "E de Kannário? Não vai lançar, então"? É esse pedido também é bom para a gente. Então cada detalhezinho desse é um marketing para gente, um nowhow. É o que eu não tinha antigamente, que a gente está tendo uma equipe programando isso, é?
Mais uma vez eu digo, eu estou felizão.
Qual a importância desse projeto para você? De reunir tantos artistas, nomes do pagode baiano em um projeto tão especial que é de 25 anos?
É, começar do zero. É um filho de novo aí, um filho. Você recomeçar sua carreira com 45 anos, fazer um filho desse aí que é um audiovisual esplêndido, porque só tem os melhores daqui. A gente sabe que faltou mais gente porque não tinha mais música para a gente gravar. E os amigos mesmo falaram: "Eu vou, eu vou, eu vou, eu vou". Então, a minha parada aqui é surreal, a gente fica feliz porque todos que vieram deram o máximo. O Xanddy mesmo tava no navio, fez assim. Pô, aí eu digo, quase que não dava nem para Xanddy, nem para Beto. Aí o tempo fez, vou chover.
Aí a gente adiou, foi para a semana da gravação do [audiovisual] de Rubinho também, que deu tempo de vir todo mundo. Aí foi só bem, só aí é um filho para gente isso aí. Não só para mim, como para meus sócios, né? Flávio, Eduardo, eles tão assim, felizes com o projeto, né? Projeto caríssimo, que a gente se virou, é.
Vai de arrancar a cueca, mas a gente foi arriscou, a gente precisava desse investimento. A gente tá aí se virando, vamos pagando, que tudo tem um custo. A galera acha: "Pô, tá lindo aquilo ali, agora vocês não…” Gente, não tem dinheiro ainda nisso aí. O dinheiro só foi pago pra gente montar essa estrutura, montar tudo. E aí, a gente tem que botar o pé no chão em cima disso. Então, fazer show agora para pagar as contas e assim, a gente arriscou uma coisa sem saber se ia dar certo.
A gente tinha uma base, acreditava, mas agora a gente pede show, a gente faz shows para ir amenizando. Agora vamos pagar parcelado isso aí, então, e cada detalhe assim, se a gente faz uma planilha, o valor é tanto. Quando você chega perto do show, de tudo, se era… vou botar um exemplo assim: se era R$ 5, já ou a R$ 8. Você tá aqui, “poxa, já ia comprar só um picolé, pô, já comprou cinco”.
Então, eu tô dando só uma base que se o valor era R$ 4, R$ 4.000, já ou para R$ 8.000, já ou daqui a pouco para R$ 10.000, aí a gente vai assim. Aqueles valores de audiovisual que a galera que é do meio entende o que eu tô falando. E a importância agora é, a importância é de pagar parcelado, né?Vamos se embora, trabalhar e vamos trabalhar e vamos trabalhar e pagando e agradecer porque deu certo o projeto, né?
Tá bonito em si, sobre tocar, se vai pagar, tá pagando. Vamos se virando, mas o projeto em si quem vai assistir vai dizer “pô, a luta deles aí prevaleceu, é, eu tô aqui, tô curtindo, vou divulgar também”. Então, é porque ela tá vendo o carinho, o amor. A boniteza que é aquele projeto. A roupa azul combinando com o céu, sem nuvem, sem nada. Todo mundo que para, que vê aquele visual, todo mundo fica assim feliz.
Então, é um filho para gente aquilo ali.