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1.200 invisíveis: Registro municipal sub notifica população de rua em Salvador; gestão nega

Por Eduarda Pinto

1.200 invisíveis: Registro municipal sub notifica população de rua em Salvador; gestão nega
Foto: Tânia Rêgo / Agência Brasil

Em levantamento realizado em abril de 2023, há cerca de 16 meses, a Secretaria Municipal de Promoção Social, Combate a Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre) contabilizou um total de 6.553 pessoas em situação de rua na capital baiana, considerando o continente e as ilhas. No entanto, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) realizou, em julho do mesmo ano, um outro levantamento em que são contabilizadas 7.852 pessoas em situação de rua em Salvador. 

 

Os dados nacionais são cerca de 19,82% maior que os obtidos pela prefeitura. A diferença entre ambas as pesquisas chama atenção pelo contingente de pessoas “apagadas” nos registros municipais: 1.299. 

 

Os dados do MDHC foram coletadas a partir das informações da Assistência Social, Cadastro Único (CadÚnico) e do Registro Mensal de Atendimentos (RMA). Segundo o Ministério, Salvador aparece como uma das 10 cidades com maior contingente de pessoas em situação de rua, ocupando o quarto lugar, atrás apenas de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Na Bahia, foram contabilizados 11.725 pessoas em situação de rua, sendo 55,89% em Salvador (6.553). 

 

Na contagem da Sempre, produzida em parceria com o Projeto Axé e outros grupos, incluindo a Universidade Federal da Bahia (UFBA), o documento define pessoas em situação de rua como “sujeitos em desenvolvimento com direitos violados, que utilizam logradouros públicos, áreas degradadas como espaço de moradia ou sobrevivência, de forma permanente e/ou intermitente”, entre outros atributos. 

 

Além do censo, foi gerado um mapeamento de das áreas em que esta população se concentra, a exemplo dos bairros de Itapuã, Centro, Liberdade e Subúrbio. Já o MDHC, que contabilizou dados de todo o país, registra os números por município, sem descriminação de localidade ou bairros. 

 

PERFIL DA POPULAÇÃO 
Ambos os levantamentos, por sua vez, geram um perfil aproximado de dessa população, utilizando critérios como idade, cor/raça e identificação de gênero. O registro nacional aponta que 87,49% desta população é formada por homens, e estão na faixa etária de 40 a 49 anos. Entre pardos (50,64%) e pretos (17,82%), cerca de 68,26% dessa população é negra. Com relação às pessoas com deficiência, elas são 13,91% do contingente total da população de rua.  

 


Foto: Reprodução / Levantamento MDHC

 

Com relação às motivações para a vida na rua, o censo do MDHC aponta que a maioria das pessoas em situação de vulnerabilidade ou a ocupar as ruas devido a problemas familiares (44%) ou desemprego (38%). O vício em bebida alcoólica ou outras drogas aparece em terceiro lugar (28%). Apenas 6,98% das pessoas em situação de rua vive com a família nestas condições. 

 


Foto: Reprodução / Levantamento MDHC

 


Foto: Reprodução / Levantamento MDHC

 

Já no registro municipal, levando em contra os critérios comuns a ambos os recenseamentos, parte dos números se confirmam. Cerca de 77% das pessoas em situação de rua são homens cis e 19% são mulheres cis. A pesquisa da SEMPRE contabiliza ainda pessoas trans ou intersexo, sendo 2% do total da população de rua. Com relação à faixa etária, 81% desta população foi classificada como “adulta” com 4.175 pessoas, e são pretas ou pardas, 64% e 29%, respectivamente. 

 

Foto: Reprodução / SEMPRE e Projeto Axé

 


Foto: Reprodução / SEMPRE e Projeto Axé

 


Foto: Reprodução / SEMPRE e Projeto Axé

 

Conforme o levantamento, 28,32% dos suspeitos saiu de casa para buscar emprego e renda nas ruas e 26% aram a ocupar as ruas devido a problemas familiares. Novamente, a dependência química apareceu em terceiro lugar no levantamento, em apenas 10,38% dos casos. 

 


Foto: Reprodução / SEMPRE e Projeto Axé

 

O QUE DIZ A SEMPRE
Em entrevista ao Bahia Notícias, o gestor da Sempre, Júnior Magalhães, afirmou que os dados do CadÚnico, uma das fonte utilizadas pelo MDHC, geram uma “inflação” dos números, devido à autodeclaração. 

 

“Sinceramente, eu acredito nos nossos dados. Acredito na seriedade do nosso trabalho. Temos um dado também do Cadastro Único que dá um número bem maior de pessoas, mas o Cadastro Único é declaratório, se a pessoa chegar lá e ver a declaração, apenas o que podemos fazer é imprimir um documento que a pessoa se responsabiliza por aquelas informações. Então eu acredito no nosso número”, afirma.

 

Ele cita ainda o trabalho técnico realizado pela pasta durante o mapeamento desta população. “Foram mais de 50 pessoas contratadas para o trabalho de campo, levantando todos os dados dessa população, levantando dados também das pessoas que estão acolhidas em unidade de acolhimento porque ele não está nas ruas, mas ele está em situação de rua”, cita. Com relação a uma atualização deste censo ainda em 2024, Magalhães nega o plano para tal e afirma que o foco está nas políticas públicas para este grupo.

 

“Eu acho que o grande lance a gente tá fazendo é enxergar a população de rua de forma multi-disciplinar. A gente percebeu, no censo, que mais de 90% da população está inserida no Bolsa Família, então o programa de transferência de renda não resolve a questão da pessoa e situação de rua em definitivo. Pode ajudar, mas não resolve, e eu acredito que a gente vai resolver isso integrando outras políticas para educação profissional, inclusão produtiva, habitação”, ressalta.