Bahia tem forte queda na taxa de desemprego, mas ainda é a segunda maior do país
Por Edu Mota, de Brasília
Em todo o Brasil, a taxa de desocupação caiu um ponto percentual no segundo trimestre de 2024 em relação ao primeiro e chegou a 6,9%, e no estado da Bahia, a queda no desemprego foi ainda maior no mesmo período, de quase três pontos percentuais. Esses são alguns dos resultados apresentados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada nesta quinta-feira (15) pelo IBGE.
De acordo com a pesquisa, houve recuo na taxa de desocupação em 15 das 27 unidades federativas. Com esse recuo, a taxa nacional caiu de 7,9% no primeiro trimestre para 6,9% agora nos meses de abril, maio e junho. Esse patamar de 6,9% é o menor para um segundo trimestre desde 2014.
Na Bahia, a taxa de desocupação havia subido no começo do ano em relação a 2023 e chegou a 14% no primeiro trimestre deste ano. Com a queda de 2,9% verificada pelo IBGE nos meses de abril, maio e junho, a taxa caiu para 11,1% na Bahia. A diferença é ainda mais gritante na comparação com o segundo trimestre de 2021, quando o desemprego na Bahia atingiu 20,2%.
A PNAD Contínua do IBGE apurou que as maiores taxas de desocupação foram verificadas em Pernambuco (11,5%), Bahia (11,1%) e Distrito Federal (9,7%) e as menores, em Santa Catarina (3,2%), Mato Grosso (3,3%) e Rondônia (3,3%). Além das 15 unidades da federação com quedas nessa taxa, as outras 12 não mostraram variações estatisticamente significativas no indicador.
No segundo trimestre de 2024, segundo o IBGE, a população desocupada recuou acima dos 10% em todas as faixas de tempo de procura por trabalho: o grupo dos que buscavam trabalho por menos de um mês teve redução de 10,2%, o dos que procuravam trabalho de um mês a menos de um ano diminuiu 11,0%, o contingente dos que buscavam trabalho por um ano a menos de dois anos recuou 15,2% e a faixa com maior tempo de procura (dois anos ou mais) teve a maior redução percentual: 17,3%.
Além disso, o número de pessoas que buscavam trabalho por dois anos ou mais recuou para 1,7 milhão, o menor valor apurado pelo IBGE para um segundo trimestre desde 2015.
Já a taxa de informalidade para o Brasil foi de 38,6% da população ocupada. As maiores taxas ficaram com Pará (55,9%), Maranhão (55,7%) e Piauí (54,6%) e as menores, com Santa Catarina (27,1%), Distrito Federal (29,8%) e São Paulo (31,2%).
A taxa de informalidade da população ocupada é calculada pelo IBGE considerando-se os empregados no setor privado e os empregados domésticos sem carteira de trabalho assinada, além dos empregadores e trabalhadores por conta própria sem registro no CNPJ e dos trabalhadores familiares auxiliares.
O IBGE apurou ainda que a taxa de desocupação por sexo foi de 5,6% para os homens e 8,6% para as mulheres no segundo trimestre de 2024. Já a taxa de desocupação por cor ou raça ficou abaixo da média nacional para os brancos (5,5%) e acima para os pretos (8,5%) e pardos (7,8%).
A taxa de desocupação para as pessoas com ensino médio incompleto (11,5%) foi maior que as dos demais níveis de instrução. Para as pessoas com nível superior incompleto, a taxa foi de 7,1%, quase o dobro da verificada para o nível superior completo (3,6%).
No segundo trimestre de 2024, frente ao trimestre anterior, o rendimento médio real da população ocupada cresceu nas regiões Sul (R$ 3.528) e Nordeste (R$ 2.238), com estabilidade nas demais. Já em relação ao mesmo trimestre de 2023, o rendimento médio cresceu no Sul, Nordeste e Sudeste (R$ 3.627), com estabilidade no Norte (R$ 2.508) e Centro-Oeste (R$ 3.641).