Overclean: Ação controlada da PF apreendeu R$ 1,5 milhão em espécie em voo com Alex Parente e Lucas Lobão
Por Redação
A robustez das provas obtidas pela Polícia Federal no âmbito da Operação Overclean inclui uma apreensão de R$ 1.538.700 em espécie, transportados em um voo particular entre Salvador e Brasília no último dia 3 de dezembro. Os responsáveis pelo transporte eram Alex Rezende Parente, considerado o principal operador do esquema, e Lucas Lobão, ex-coordenador do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) na Bahia. Ambos tiveram mandados de prisão preventiva cumpridos nesta terça-feira (10).
A apreensão ocorreu por meio de uma ação controlada pela PF. Segundo as investigações, os operadores utilizavam o modal aéreo para transportar valores em espécie, razão pela qual a polícia iniciou o monitoramento ainda no hangar de Salvador até a abordagem em Brasília. A logística envolveu a aeronave Learjet PP-ONE, cujo voo teria sido organizado por outro alvo da investigação, o empresário Marcos Moura.
“Durante as oitivas, foram constatadas diversas contradições nos depoimentos dos investigados quanto à origem dos valores e finalidade da viagem. Alex Rezende alegou que o montante provinha de vendas de equipamentos, enquanto Lucas Lobão afirmou desconhecer a existência do dinheiro”, revela um trecho da justificativa da expedição dos mandados de prisão em desfavor dos dois citados.
Conforme relato da PF, também foi apreendida uma planilha com menção a “MM”, possível menção a “Marcos Moura, contendo relação de contratos e valores totalizando mais de R$ 200 milhões em contratos suspeitos no Rio de Janeiro e Amapá. “A autoridade policial concluiu que os valores transportados tinham origem ilícita e destinavam-se ao pagamento de propinas em Brasília/DF, requerendo a manutenção da prisão dos investigados e o afastamento dos sigilos dos objetos apreendidos”, completa a PF.
OVERCLEAN
Deflagrada pela Polícia Federal nesta terça-feira (10), a Operação Overclean apura desvios de emendas parlamentares no Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS). A investigação teve início a partir de uma notícia-crime da Controladoria-Regional da União no Estado da Bahia (CGU) sobre irregularidades em contratos entre o órgão e a empresa Allpha Pavimentações e Serviços de Construções Ltda.
Entre os alvos da operação estão empresários, servidores e ex-dirigentes de órgãos públicos. Segundo decisão da Justiça Federal, obtida pelo Bahia Notícias, a organização criminosa atuava fraudando e direcionando procedimentos licitatórios em favor das empresas controladas por seus líderes, alvos da ação da PF, utilizando empresas fantasmas, superfaturamento de contratos e pagamento de propinas a servidores públicos.
A decisão do juiz Federal Fábio Moreira Ramiro, da 2ª Vara Federal Criminal de Salvador, aponta que o esquema criminoso não se limitou aos contratos firmados no DNOCS e que o grupo criminoso, através de operadores centrais e regionais, cooptou servidores públicos a fim de obter diversas vantagens, seja no direcionamento, seja na execução dos contratos públicos.