Vereadora Eliete Paraguassu crítica política racial no carnaval de Salvador: "Não podemos aceitar que haja separação de corpos"
Por Eduarda Pinto / Hugo Leite
A vereadora de Salvador Eliete Paraguassu falou do simbolismo da manifestação cultural da saída do Ilê Aiyê e fez duras críticas a polêmica arela instalada no circuito Dodô, que liga o Morro Ipiranga aos camarote Glamour e Club, na Ondina, em entrevista ao Bahia Notícias na noite deste sábado (1), no Curuzu, no bairro da Liberdade, na capital baiana.
"Enquanto mulher negra, marisqueira e quilombola é a primeira vez que participo da saída do Ilê, que é um momento histórico, uma tradição marcante do carnaval, que representa o povo preto. Este é quem faz a festa", disse.
A edil se mostrou contrariada com a segregação que é imposta aos foliões. "Na Câmara Municipal estamos pautando o carnaval e não podemos aceitar que haja separação de corpos, sempre tivemos uma conexão profunda de acolhimento, a existência da pipoca. Entretanto, os empresários têm tentado mudar essa lógica. Um exemplo é a 'arela do apartheid', mas estamos atentos, pautando e vigiando para construirmos nos próximos carnavais uma festa justa, que todos possam curtir".