Sinta-se leve: Quando menos é mais
Você já parou para pensar que o desapego abre espaço para escolhas que nos aproximam da felicidade? Um vez li algo que dizia "quando queremos arrumar a casa, queremos arrumar a vida". A partir daí comecei a entender que colocar a casa em ordem é um processo que pode acalmar as dores do ado. Um processo de cura, de agradecimento. Arrumar nossos pertences tem um papel importante no processo de auxiliar a colocar os pontos finais naquilo que não possui mais sentido e colocar os pontos em aberto para o que vai chegar.
Pessoas apegadas têm receio de ficar para trás, de perder, de não pertencer. Já em pessoas de mentes mais livres, há a confiança em um fluxo maior e mais presente. Elas transformam o apego em liberdade. Desapegar nos abre espaço para cuidar melhor do que ficou. Dessa forma, podemos amar e cultivar os objetos sem manter o sentimento de posse, como é também o mais saudável nos relacionamentos.
É necessário avaliar se as nossas necessidades são reais. E pensar se tudo que possuímos nos traz felicidade real. É importante que a gente faça um garimpo nos armários antes de decidir se precisa de mais. Também precisamos pensar num consumo consciente do ponto de vista ético: a empresa da qual estou comprando é socialmente e ambientalmente responsável?
Esse processo de olhar para uma vida com menos acúmulos e consumo faz com que a gente perceba que o movimento, afinal, é permitir que o que temos seja um reflexo verdadeiro do que importa. Isso exige uma investigação corajosa. O belo é que nossa escolha por viver com menos, na realidade, transborda para a vida: seja escolhendo com quem ficar, quais grupos manter e quais projetos fazem a gente seguir no rumo certo. Viver com menos possibilita que a gente enxergue a maior riqueza da vida.