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"Faz o PIX": Bahia soma quase R$ 6 milhões em premiações na Copa do Brasil

"Faz o PIX": Bahia soma quase R$ 6 milhões em premiações na Copa do Brasil
Foto: Letícia Martins / EC Bahia
Reforço no caixa do Tricolor com a goleada e classificação na Copa do Brasil.
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“Se quiser dar murro, marca um treino comigo”: Malhadinho brinca com lance de expulsão de Pepê no clássico Ba-Vi

“Se quiser dar murro, marca um treino comigo”: Malhadinho brinca com lance de expulsão de Pepê no clássico Ba-Vi
Foto: Igor Barreto/Bahia Notícias
O lutador Jailton "Malhadinho" Almeida participou do programa BN na Bola, transmitido no YouTube do Bahia Notícias na última terça-feira (20), e não escondeu sua indignação com a expulsão do volante Pepê no Ba-Vi, realizado no último domingo (18), na Casa de Apostas Arena Fonte Nova, pela 9ª rodada do Campeonato Brasileiro.

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Entrevistas

Fernanda Lanza conta detalhes para superar Maratona de Boston e projeta futuro no esporte
Foto: Alana Dias / Bahia Notícias

A baiana Fernanda Lanza esteve entre os 592 brasileiros que completaram a tradicional Maratona de Boston, realizada no dia 21 de abril, nos Estados Unidos. A atleta cruzou a linha de chegada em 3h21min, ficando com a posição 10.348 da classificação geral, depois de enfrentar temperaturas baixíssimas e um percurso desafiador.

 

Considerada como um dos maiores palcos do mundo das corridas, a 129ª edição  da Maratona de Boston contou com 31.941 inscritos. Em 2025, atletas de 129 nações diferentes representaram seus países.

 

Em 2013, a corrida ou por um episódio triste. O atentado à Maratona de Boston aconteceu a poucos metros da linha de chegada do trajeto, ocasionando a morte de três vítimas e deixando mais de 200 feridos.

 

A maratonista soteropolitana está escrevendo sua caminhada no esporte. Além da maratona de Boston, Lanza completou outras corridas, em Salvador e no Rio de Janeiro. A capital baiana serviu como laboratório para que ela se preparasse para o capítulo nos Estados Unidos.

 

 

Em entrevista exclusiva ao Bahia Notícias, Fernanda falou sobre o início da sua trajetória nas corridas, a preparação para a prova mais importante da carreira e os próximos planos.

 

 

Foto: Alana Dias/Bahia Notícias
 

 

Você começou a correr com o objetivo de se tornar uma atleta profissional?
Comecei a correr na pandemia, como muita gente. Com tudo fechado, correr era a única atividade física possível. Inicialmente foi por estética, para perder peso, mas fui vendo minha evolução e me empolgando. Um professor de CrossFit me viu correndo e ofereceu ajuda com planilhas de corrida. A partir daí comecei a fazer distâncias maiores, até que corri meus primeiros 42 km por conta própria, antes mesmo da volta das provas oficiais. Com meu treinador atual, Choquito, já fiz cerca de seis maratonas. Rio, Salvador, outras locais e agora Boston.

 

Como foi o processo de preparação especificamente para a maratona Boston?
A preparação começou em janeiro e durou pouco mais de três meses. É um volume muito maior do que em outras provas. Foi difícil porque em Salvador é verão, tem carnaval, calor, e eu estava treinando praticamente sozinha. A diferença climática era o meu maior medo. Uma semana antes da prova, chegou a nevar em Boston. No dia da maratona estava muito frio. Foi tão difícil que fui direto para o posto médico depois da linha de chegada. Quase tive uma gastroenterite de tanto frio. Foi a prova mais difícil que já fiz.

 

Você imaginava ar por tudo isso durante a prova em Boston?
Não. Fiz a primeira metade bem, mas depois o frio aumentou, a sensação térmica caiu e parecia que o corpo travava. Cruzei a linha de chegada tremendo. Fui direto para ser aquecida com botas térmicas, bebidas quentes e roupas secas. Não fiz meu melhor tempo, mas terminar Boston já foi uma conquista. Foi incrível. Não fiz meu melhor tempo, mas terminar Boston já foi uma conquista. Foi incrível.



 

Você pensa em correr outros percursos majors?
Com certeza. Já tenho índice para Boston e Chicago. As outras são por sorteio. Talvez tente uma dessas no ano que vem. Agora quero focar em provas de 21 km. Gostaria de correr Berlim, Tóquio ou Londres. Tóquio talvez seja a mais difícil por conta do fuso e da adaptação. Tenho o objetivo de completar as provas majors e conquistar a mandala. Há um ano eu nem pensava nisso, mas veio após a Maratona do Rio, quando consegui o índice, eu lutei para estar lá. Mas há um ano atrás eu nem sonhava com isso.

 

Foto: Divulgação

 

Você acredita que teremos mais brasileiros na maratona de Boston?
Com certeza. Eu acho que a maratona de Boston de todas as Majors é a mais desejada pelos corredores. Vem se popularizando muito, tanto que nesse ano, para se inscrever além do tempo de qualificação, tem um tempo de corte. Não basta ter o tempo de qualificação para conseguir a inscrição. Nesse ano, fora o ano que voltou da pandemia, que foi uma quantidade reduzida de inscrições, esse o tempo de corte foi mais alto por conta disso. Antes os tempos de corte eram de 2 minutos e pouco, 3 minutos e pouco. Esse ano foi 6 minutos e pouco. Então, muita gente ficou de fora por questões de segundos. Na minha opinião, a tendência é que esse tempo de corte aumente. Tanto que para o ano que vem os tempos de qualificação já diminuíram. 

 

De alguma forma, o atentado que ocorreu na linha de chegada da Maratona de Boston em 2013 te deixou receosa?
Em relação à lembrança do atentado de Boston em 2013, não senti nenhum receio. A prova tem uma segurança impecável. Há policiamento por toda parte. Me senti segura o tempo todo. Hoje é uma prova muito bem organizada, uma segurança onde você olha e tem alguém da polícia. 

 

Qual mensagem sobre a prática esportiva você a para as pessoas?
O esporte muda vidas. Você começa por estética ou saúde, mas descobre que vai além: melhora a mente, a autoestima. É uma prova de que você é capaz de fazer o que achava impossível. Correr virou parte de mim, uma terapia. O pódio é consequência da disciplina. Não é só questão de competir, de ganhar troféu, de ir para pódio, é a questão de estar ali se superando, fazendo coisas difíceis que você acha achou que nunca faria. 

Basquete, vôlei, trabalho com a SAF e mais: Emerson Ferretti detalha projetos e desafios para 2025
Foto: Alana Dias / Bahia Notícias

Presidente da Associação do Esporte Clube Bahia, Emerson Ferretti concedeu entrevista exclusiva ao Bahia Notícias para falar sobre os principais temas relacionados ao clube, que agora vive caminhos distintos do futebol. Entre os assuntos tratados na entrevista, novos esportes, manutenção das atuais modalidades e prestações de contas da SAF foram os mais abordados pela reportagem.

 


Foto: Igor Barreto / Bahia Notícias.

 

Emerson começou realizando uma avaliação do primeiro ano do clube associativo pós-closing do negócio com o Grupo City, que comanda o futebol do Tricolor. “Foi um ano bastante desafiador por ser a primeira gestão pós-closing com a entrega do futebol ao Grupo City. A gente precisou iniciar um trabalho, ainda estamos iniciando um trabalho para além do futebol, dando vida a esse Bahia, que antes era um clube que só tinha futebol e que agora não tem mais futebol e que precisa ter vida de outras formas”, disse Ferretti.

 

O presidente destacou os principais objetivos que a nova gestão precisou organizar para dar início ao trabalho. “Entramos primeiro para entender isso tudo, entender a relação com a SAF e com o Grupo City, que é uma das nossas funções e responsabilidades, de fiscalizar esse contrato e o trabalho que está sendo feito na SAF, mas também de começar a estudar o cenário das outras modalidades esportivas, para que o Bahia pudesse iniciar o trabalho que seja perene e que se mantenha além da gestão atual e que sirva de base para que o Bahia se torne uma potência olímpica, nesse primeiro momento na região nordeste, esse é o grande objetivo”, continuou.

 


Foto: Igor Barreto / Bahia Notícias.

 

Emerson ainda falou que o primeiro ano foi mais de estudo para entender como funciona o meio esportivo local. “Foi um ano de muita conversa e muito estudo com muita gente para entender como é o esporte aqui da Bahia nas outras modalidades, conhecendo as outras que fazem o esporte local, para fazermos escolhas já que neste momento não podemos abraçar todos os esportes”, concluiu.

 

Dos esportes já desenvolvidos pelo clube, o presidente confirmou a manutenção das quatro modalidades para a temporada de 2025: “A gente conseguiu iniciar quatro modalidades: o rally, com o título baiano; o futevôlei, que ficamos em 4º lugar na liga nacional; a corrida de rua, que foi um sucesso com mais de 3 mil tricolores nas ruas; e também o MMA, que já fizemos uma seletiva para montar a equipe do Bahia. Essas quatro modalidades já são uma realidade e serão mantidas para 2025.”

 

Projetando um trabalho mais a fundo no esporte baiano, o clube pretende atrair jovens atletas criando uma espécie de “categoria de base” para o desenvolvimento de jovens e adolescentes no clube.

 

“No futevôlei estamos estruturando um projeto de escolinhas do clube para serem implementadas. Na corrida de rua já temos duas programadas para esse ano e o MMA, provavelmente até abril teremos um novo evento de MMA aqui em Salvador”, declarou.

 

“Em outras modalidades já estamos com projetos prontos já em fase de captação de patrocínio para que a gente possa ter viabilidade econômica”, completou.

 


Foto: Igor Barreto / Bahia Notícias.

 

Um dos principais clamores da torcida para com a associação é a criação de uma equipe de basquete para que o Bahia dispute a principal competição nacional da categoria, o Novo Basquete Brasil (NBB). Emerson revelou ser um desejo do clube também, que já houve tratativas, mas que, neste momento, o Bahia esbarra no fator financeiro.

 

“Um dos grandes limitadores nossos é o fator financeiro. O Bahia Associação não é um clube rico. Então, tem limitações financeiras e o basquete adulto, esse basquete que se joga na NBB é um esporte que realmente precisa ter um investimento bem grande. A vontade de estar na NBB existe, eu já tive duas reuniões na NBB para tentar entender essa possível entrada do clube e as condições que precisam para entrar. Tudo depende da captação de patrocínio e de verba. Seja através de leis de incentivo ao esporte ou de patrocínio direto para poder montar a equipe de basquete e estar disputando a NBB. O desejo existe, os contatos já foram feitos e para ser bem sincero, falta o dinheiro para pôr isso em prática”, revelou o mandatário.

 

Outro esporte queridinho da torcida, o vôlei, é mais um que está sendo desenvolvido pelo Bahia.  No primeiro momento, o clube vai investir somente no vôlei de praia, abrigando ambos os gêneros e fazendo uma prospecção de talentos desde o Sub-15. Além disso, Emerson revelou já ter um projeto pronto para o vôlei de quadra ser desenvolvido no clube.

 

“Vamos iniciar o vôlei de praia em fevereiro, já estamos finalizando os últimos ajustes para poder iniciar as atividades com o vôlei de praia. Estamos com um projeto pronto para o vôlei de quadra e vamos iniciar as atividades, num primeiro momento com os times de base, mas com a ideia de chegar e disputar uma competição profissional, queremos chegar à Liga Nacional. Num primeiro momento a Liga C, pois temos que começar por baixo, mas já estamos com o projeto pronto e conversando com patrocinadores… E eu acho que em pouco tempo a gente já deve iniciar as atividades, tanto no feminino quanto no masculino, assim como o vôlei de quadra, que vamos ter os dois gêneros”, disse.

 

“Todas as categorias. A ideia é, já neste ano, disputarmos o circuito nacional e ter todas as categorias de base: Sub-21, Sub-17, Sub-15. E aí é fazer a prospecção de novos talentos aqui e a gente imagina que vai acabar mexendo um pouco no cenário dos jovens e adolescentes que gostam do vôlei de praia e vão ter oportunidade de se mostrarem e serem escolhidos pelo Esporte Clube Bahia. Mas a ideia é ter todas as categorias e iniciá-las já este ano”, afirmou.

 

“Estamos andando, mas sempre com os pés no chão, pois é como eu falei no início: estamos com a responsabilidade de montar uma base olímpica, com projetos que se sustentem a médio e longo prazo, nada de curto prazo. Para montarmos uma base forte, um alicerce olímpico forte, a gente primeiro precisa estudar bem para dar os os certos”, completou.

 


Foto: Igor Barreto / Bahia Notícias.

 

Ferretti também falou sobre a possibilidade de firmar uma parceira com o Comitê Brasileiro de Clubes, o CBC, para o desenvolvimento de outras modalidades dentro do clube.

 

“O Comitê Brasileiro de Clubes (CBC) é uma instituição que está dentro do sistema nacional de esportes, ele recebe recursos públicos para serem distribuídos para os clubes esportivos que são formadores de atletas olímpicos. Então ele é o principal fomentador do esporte olímpico brasileiro. Já que os clubes fazem esse trabalho, ele é o principal fomentador. Então uma das primeiras ações que a gente fez foi simplesmente filiar o Bahia ao CBC, já que o clube não era filiado. E a gente tem uma relação muito próxima, o CBC realmente tem essa capacidade de transferir receitas que transformam a realidade dos clubes, o Flamengo é um deles. Logicamente que existem requisitos a serem preenchidos e como o Bahia está iniciando um programa olímpico, estamos apenas engatinhando, vamos dizer assim, mas muito em breve a gente já vai ter condições de ter esses recursos do CBC, como qualquer outro clube brasileiro que preencha os requisitos”, explicou.

 

Emerson revelou uma possível parceira futura com o CBC para a criação do Boxe do Bahia, aproveitando que a Bahia é um dos polos que mais fornecem atletas olímpicos para o país na modalidade.

 

“A gente já tem uma conversa mais estreita com o CBC no sentido de investir em uma modalidade que é muito forte aqui e que é um desejo do CBC de fomentar essa modalidade, e aqui temos os talentos, que é o boxe. Há uma conversa mais próxima de fazer esse trabalho em conjunto nessa modalidade que é o Boxe do Bahia, que ainda não iniciou, mas que existe essa vontade mútua de desenvolver o Boxe aqui na Bahia”, declarou.

 

Confira outros pontos abordados na entrevista:

 

Como tem sido as prestações de conta da SAF?
Temos uma série de obrigações mútuas no contrato, isso a gente tem acompanhado de perto, todo o trabalho que a SAF faz e todas as obrigações do contrato precisam ser respeitadas. Entre elas a prestação de contas, principalmente para mim, que sou membro do conselho de istração da SAF, mas está tudo dentro do previsto, dentro do programado. Nos primeiros anos é normal ter mais investimentos que receitas na SAF, já estava previsto e é natural. Tudo está dentro do que o contrato reza.

 

Como anda as conversas para a criação das sedes (esportiva e cultural) do clube?
Ambos os projetos estão em andamento e ambos dependem do setor público e de recursos públicos, e isso infelizmente não anda tão rápido como a gente imagina. Mas em ambos já demos início, mas ainda não estão formatados. Mas a gente continua trabalhando em cima. A ideia é ter uma sede cultural no Pelourinho para realizarmos projetos sociais e culturais e também a nossa casa, nosso centro olímpico, para termos os nossos atletas e as nossas equipes treinando.

 

Existe uma parceria entre o clube e os poderes públicos?

Num primeiro momento a conversa foi no sentido de que o trabalho do Bahia associação é investir nos esportes olímpicos e isso não precisa nem dizer a prefeitura e ao Governo do estado o quão importante e transformador isso pode ser. O Bahia entrando com força nessas modalidades, acredito que acaba estimulando outros clubes a fazerem o mesmo. Os talentos baianos acabam tendo um clube aqui para se desenvolver e não precisar sair da Bahia para poder continuar a carreira. Esse é um dos grandes objetivos, ter um clube aqui para poder absorver esses talentos e fazer com que a Bahia comece a ser um polo de retenção e não de exportação de atletas. Eles entenderam e logicamente, dentro das possibilidades de Governo e Prefeitura, se colocaram à disposição para ajudar, mas efetivamente ainda não temos nenhum projeto em conjunto a não ser os dois que falei: Centro Cultural a gente tem dialogado muito com o Governo do Estado e o Centro Esportivo com a Prefeitura.

 

Pôquer aparece como uma nova modalidade no clube?

A gente também está com um projeto de pôquer, que foi agora em novembro reconhecido como esporte da mente, assim como o xadrez. Então deixa um pouco de ser marginalizado. E a gente está também montando um projeto e quando falamos em pôquer a gente descobre um mundo que já é bem difundido e com muitos adeptos.

 

Existiu alguma possibilidade do clube desenvolver o E-Sports?
Pensamos desde o início, mas, no contrato com o Grupo City, essa responsabilidade de exploração ficou com o Bahia SAF.

Diretora da FBF, Taíse Galvão comenta retorno da Copa Governador e possibilidade de torcida mista no Ba-Vi
Foto: Alana Dias / Bahia Notícias

Os clubes de destaque do futebol baiano, após o fim do Campeonato Brasileiro, cravaram uma campanha histórica ao ficar entre os onze melhores times do país. Na temporada 2024, o Bahia ficou com a 8ª colocação, e garantiu a tão sonhada vaga para a Copa Libertadores 2025, após 35 anos de jejum. Já o Vitória, depois de sete anos sem disputar um campeonato internacional, assegurou a 11ª colocação e a vaga para a Copa Sul-Americana da próxima temporada.

 

Na diretoria de competições da Federação Bahiana de Futebol (FBF), Taíse Silva Galvão acompanhou a evolução e o avanço das equipes do estado, desde a base até o profissional. A comandante, que conta com o único nome diante dos cargos mais altos da entidade, em entrevista exclusiva para o Bahia Notícias, falou sua rotina na Federação, a possível volta da torcida mista nos Ba-Vis e as expectativas para a possibilidade de ter Salvador como Cidade-Sede na Copa do Mundo Feminina de 2027. 

 

 Foto: Alana Dias / Bahia Notícias

 


No final de novembro, o Ministério Público da Bahia projetou o final da torcida única nas disputas entre Bahia e Vitória em 2025, até por conta do duelo de número 500. Quais são as últimas atualizações sobre o tema? Qual o posicionamento da FBF quanto a isso?

A Federação acredita que é importante sim que tenha ambas as equipes, mas que para isso a gente precisa desse apoio. É imprescindível. Em todas as nossas competições, nós temos um parceiro que é a Polícia Militar. Então, a Polícia Militar é que tem esse conhecimento para poder entender se esse retorno seria um retorno positivo, se há garantias de que teríamos segurança, afinal de contas, infelizmente nós tivemos muitos fatos que levaram a essa essa definição por torcida única. Então assim é um entendimento do Ministério Público e a Federação certamente deverá ser chamada em reunião, como ocorre sempre. São reuniões que envolvem não só as torcidas de Bahia e de Vitória, como também a presença do Ministério Público, da Federação e da Polícia Militar. Então, em reunião certamente vamos chegar a uma conclusão de qual será o melhor caminho. Nós estamos com a Polícia Militar, se disseram que garante a segurança com relação a essas partidas, a esse retorno, a Federação, ela vota junto com a Polícia. 

 


Como é sua rotina como diretora de competições da Federação Bahiana de Futebol?

Eu atuo na organização e no planejamento das competições organizadas pela Federação Bahiana de Futebol, tanto as competições profissionais, de base e futebol feminino. Então, o meu trabalho não começa no ano, se inicia no ano anterior.  Eu planejo o calendário de competições com base no calendário nacional. Vou fazendo um planejamento de como é que seria a nossa competição com base nas datas que temos disponíveis para realizarmos as nossas competições. No primeiro semestre, normalmente, começamos o ano com a Série A, depois vem Série B, sub-20 e as demais competições. 

 

No Conselho Técnico do Campeonato Baiano, em novembro, foi conversada a ideia de uma competição para os clubes baianos em 2025, que começaria de 15 a 20 dias após o Baianão e ainda valeria uma vaga para a Copa do Brasil 2026; o que já tem definido? 

Para 2025 vamos retomar a Copa Governador do Estado. Foi algo decidido na reunião do Conselho Técnico, então, para 2025, após o Campeonato Baiano vai acontecer a Copa Governador, que tem a intenção de fazer com que esses clubes que não vão ar para a semifinal, possam estar atuando assim como os demais. Essa competição vai valer vaga para uma competição nacional que é a Copa do Brasil. Os clubes da Série D também vão poder participar da competição e utilizá-la como preparação para a própria Série D.

 


Qual a avaliação da temporada 2024 como um todo e quais novidades podemos esperar para a temporada 2025?

Fechamos com o Intermunicipal agora, em meados de novembro, e nós terminamos com um saldo extremamente positivo. Nós tivemos, no primeiro semestre, o Campeonato Baiano que trouxe uma final que não acontecia desde 2018, que foi o Ba-Vi, que mostrou a força das duas torcidas, Mesmo que não se encontrem ainda em campo, mas todo o apoio e amor que a torcida tem, quando se fala em Ba-Vi. Envolve não só o estado como também todo mundo que está acompanhando pelo Brasil e pelo mundo afora.  Além disso nós também tivemos uma série B extremamente disputada, tivemos clubes extremamente é tradicional, mas também tivemos a participação de clubes estreantes, que no caso foi o SSA, que já atuava na base, e o Porto, que conquistou, através do bom desempenho deles, de todo o elenco, conquistaram uma vaga na elite e esse ano já estão entre os clubes que vão estrear na série A de 2025. Tivemos as competições de base, sub-15, sub-17 e sub-20, que são extremamente disputadas. Também tivemos de novidade o futebol feminino adulto com a obrigatoriedade da participação dos clubes da série A, e com isso a gente teve um olhar mais atento a esses clubes. Chegou o momento de estar investindo também nessa modalidade.

 

Foto: Alana Dias / Bahia Notícias

 

Quais são as expectativas para a Copa do Mundo de 2027 que vai acontecer no Brasil e, possivelmente, ter Salvador como cidade-sede?

Enxergo como um divisor de águas para o futebol feminino. É um momento, não só na cidade onde tem um investimento, uma infraestrutura e o turismo, como também mostrar que o torcedor Baiano, até mesmo pela tradição com futebol, em especial com o futebol feminino, não é de agora. Tantos talentos já saíram daqui da Bahia e ainda estão aí na vitrine no futebol mundial como por exemplo Rafaelle Leone. Ela atuou muito pelo Campeonato Baiano e hoje ela está há muito tempo aí na seleção dando sua contribuição. Então, com certeza vai ser algo super positivo. O momento é esse de chamar mais mulheres para poder trabalhar com futebol. Permitir que tenhamos mais competições Para que essas meninas possam estar mais preparadas e sejam bem aproveitadas, não só na Copa, mas pós Copa, porque vai ter legado dessa Copa. Temos que entender que isso é uma oportunidade única que todo mundo deve se juntar para se unir e abraçar.

 


Dentre os nomes da diretoria da Federação a senhora é a única mulher. Como é trabalhar em um meio predominantemente masculino. Sente isso afetar no dia a dia? 

Há um tempo atrás isso realmente existia. Era uma resistência, por eu ser mulher e pelo meio ser majoritariamente masculino. Tinham olhares de desconfiança, mas eu acho que com trabalho e mantendo o tempo todo buscando conhecer e mostrando isso, na prática, que você não está ali a eio. Que você está ali buscando somar, afinal de contas o futebol, não é só um esporte. É uma paixão nacional e Mundial, então quando uma mulher se propõe a estar num ambiente extremamente masculino, ela precisa se preparar para aquilo e eu acredito que até muito mais do que um homem. Porque ela tem que provar a todo o instante que eu estou aqui por mérito, por capacidade, porque eu entendo. Não estou aqui por que alguém me indicou. Hoje eu fico feliz que, embora na Federação, eu seja a única na diretoria, lá nós temos muitas mulheres extremamente capacitadas atuando em várias áreas, na arbitragem, na contabilidade, em vários setores. Mas eu também vejo e fico feliz que hoje, diferente do início, eu vejo mais mulheres nos estádios. Eu vejo mulheres como repórteres, vejo mulheres como membros das comissões técnicas. Cargos e funções que eram extremamente voltadas para homens. Hoje eu vejo mulheres como técnicas também e em diversas áreas. Em breve espero que esse número aumente e que entendam que se for da vontade e do esforço delas, as mulheres também podem conquistar o seu espaço. 

 

Foto: Alana Dias / Bahia Notícias

 

Como a Federação encara a questão do calendário visto que Bahia e Vitória irão começar o Campeonato Baiano com equipes alternativas por conta do pouco para pré-temporada?

A gente entende que a cada momento os clubes vão se destacando. Com isso, eles vão tendo que participar de mais competições. Por isso, se há mais competições, utiliza-se mais datas , então as datas vão se espremendo. Também existem várias competições simultâneas acontecendo ou uma concluindo e a outra já iniciando. Então não tem outra saída. As alternativas que a gente encontra é a que seja a melhor possível. Acho que não é um desejo do Bahia nem do Vitória iniciarem uma competição sem o time principal, mas a pré-temporada precisa ser respeitada. Nós encaramos isso de forma normal. 
 

Ricardo Caldeira e Evandro "Vovô" lançam podcast para fomentar Jiu-Jitsu e MMA na Bahia
Foto: Alana Dias / Bahia Notícias

Caminhando diariamente para apoiar o crescimento do jiu-jitsu, Ricardo Caldeira e Evandro "Vovô" Nascimento seguem na missão de elevar ainda mais o esporte na Bahia, conciliando competições e gestão de projetos. Com o novo podcast "Vida no Tatame", os dois atletas e responsáveis por gerir a Federação de Jiu-Jitsu migram da rádio para o YouTube, visando ampliar o alcance da modalidade na Bahia, trazendo mais interação com o público e prometendo debates mais 'acalorados' nos programas.

 

Com mais de 20 anos de carreira, Evandro e Ricardo utilizaram as artes marciais como uma válvula de escape para mudar de vida. O objetivo de ambos era inicialmente diferente, mas tinham o mesmo propósito: competir e auxiliar na busca pelo crescimento do esporte e capacitação de mais profissionais. Em entrevista exclusiva ao Bahia Notícias, Caldeira e "Vovô" iniciaram falando sobre a história de ambos, e como criaram afeto com o jiu-jitsu e desenvolveram afinidade com o esporte em geral.

 

Foto: Alana Dias / Bahia Notícias

 

"Sempre gostei de esporte de luta e praticar esporte. Comecei a treinar jiu-jitsu na época que eu estava com sobrepeso. Estava um pouquinho pesado e achando que tinha que cuidar melhor da saúde. Quando eu vi meu filho mais velho, que hoje tem 27 anos, pensei: "Tenho que me cuidar se não eu não vou ver ele crescendo". Comecei a treinar e fui tomando gosto, participei de competição, de evento, e ai uma coisa puxou a outra. Com os eventos grandes acontecendo, começamos a ter ideia de poder fazer evento aqui. A gente se conheceu, éramos da mesma equipe e nos juntamos pra criar a Federação de Jiu-Jitus, estamos a frente até hoje, já são 15 anos. Conhecemos o presidente da Federação de Mhuay-Thay, que nos pediu ajuda por conta do esporte ser realizado de maneira amadora, assumimos e estamos nessa guerra para organizar as coisas.", relembrou Ricardo.

 

"Começou tem 30 anos. O jiu-jitsu veio como uma espécie de lazer e condicionamento físico até a coisa ir ficando séria. Fui competindo até a gente criar nossa própria equipe e formar vários professores faixas pretas. Num segundo momento veio a ideia de criar a Federação de Jiu-Jitsu e de MMA, que já tem 15 anos. É com esse trabalho que a coisa se ampliou e a gente toca aqui, istra a Federação muay thai tradicional. Fomos procurados pela Confederação e a Federação de Kick Boxing", resumiu Evandro. Confira a entrevista completa:

 

Como é conciliar as competições com a gestão dos projetos?

Ricardo: Não é fácil, né?. A gente tem uma vida muito corrida e cuidar da gestão do esporte é talvez mais complicada e mais difícil do que você ser atleta competidor que é uma vida bem regrada de sacrifício. Eu já tenho 53 anos, então hoje eu participo de competição, luto e tudo, mas é por amor. A gente consegue achar uma brecha entre um trabalho e outro a gente acha uma brecha para treinar. É a minha vida, né? Eu vivo disso. Eu dou aula, eu pratico atividade como um atleta e profissionalmente eu vivo da academia.

 

Evandro: A gente tem uma atividade principal, que é a nossa gestão então, diria que uma atividade empresarial. Gerimos não só uma entidade, mas mais de várias entidades. A gente também dá e a outras federações. Nós temos essas parcerias e competir acaba sendo mesmo uma válvula de escape. Faz um treinamento, faz interação social durante as viagens e busca trazer a as novidade para a Bahia também. É uma forma da gente enxergar as tendências e ver como é que tá funcionando os eventos fora do país.

 

Com unir esse esporte de alto rendimento com a idade um pouco mais elevada?

Ricardo: A gente pratica esporte há muitos anos e pra mim, eu me considero bem de saúde, sinto que estou bem. Estou melhor do que quando eu tinha 30 anos e, apesar da idade mais jovem,  eu cometia alguns excessos. Com a idade a gente ou a cuidar mais da saúde. Tem essa questão de querer competir e isso nos dá objetivos específicos: me faz treinar mais e cuidar da alimentação. Lógico que não vou me comparar com um jovem diz de 20 anos, né? Mas pra minha idade eu me sinto bem.

 

Evandro: Considero que já estive no meu auge. Quando eu competia - e sempre competi- conquistei todos os principais títulos numa fase mais focada. Eu não consigo mais ter esse foco. Como eu falei, minha motivação não é continuar em atividade, ver as tendências e estar dentro desse processo. Não me considero estar na minha melhor fase hoje, acho que já ou.

 

Com surgiu a ideia do novo projeto de podcast, "Vida no Tatame"?

Ricardo: O "Vida no Tatame" começou como um programa de rádio. A gente pensou ele para um programa de rádio que era ao vivo todos os sábados. Aqui a gente pensou de poder ter um espaço. A gente sabe que o esporte amador é meio fraco de cobertura. Apesar da gente ter o Bahia Notícias, que ajuda bastante, a gente tem dificuldade de divulgar os trabalhos que são feitos com as modalidades que a gente pratica e está à frente. É uma forma também de divulgar o trabalho dos esportes de lutas de arte marciais que são realizados na Bahia, tem um potencial muito grande. A gente tem campeões olímpicos de boxe, com campeões mundiais de tudo quanto é modalidade. A gente começou com cobertura de UFC, com cobertura dos eventos, dando oportunidade para os professores poderem divulgar o seu trabalho e os seus projetos para os atletas buscarem patrocínio, e patrocinadores precisam de mídia. É um negócio muito corrido, antes era puxado pra gente porque era ao vivo todo sábado. A gente tem muita participação do público, de vez em quando rolam umas briguinhas intencionais ou não intencionais nos debates mais acalorados, mas faz parte sim. A gente veio com a ideia do podcast porque a gente consegue atingir um público muito maior em determinados horários. O programa ficou mais interativo, então a ideia de podcast também foi aproveitar esse crescimento absurdo da internet.

 

Foto: Alana Dias / Bahia Notícias


Como estão avaliando o crescimento do Jiu-Jitsu na Bahia?


Evandro: Ele tem crescido muito. É uma disputa voraz de mercado com a lei geral do esporte, que propicia você abrir quantas federações forem necessários. São muitos eventos e muitas federações e a gente tá nessa guerra pelo público, que é muito grande não só na capital, mas também no interior. A gente tem buscado ser a vanguarda, sair na frente para poder tentar se manter nessa mesma crescente. Eu vejo o jiu-jitsu de uma forma muito capilarizada em todos os locais e em todos os bairros. Ele tá em bairros ricos, pobres, projetos sociais e de todo tipo. O esporte é muito democrático.

 

Foto: Alana Dias / Bahia Notícias

 

Como o atleta consegue lidar com a frustração de não ser reconhecido?

Ricardo: No jiu-jitsu, o cara que é campeão mundial é considerado o maior. O momento internacional conta muito, porque como a gente falou, tem essa questão dos mundiais de jiu-jitsu, existe um genérico e um oficial. Eles têm sucesso na carreira profissional também, são atletas reconhecidos e muito bem pagos pelo que eles fazem nas competições. As vezes não dá um retorno financeiro de imediato, mas o status de ser campeão mundial oferece a eles oportunidades de estarem ministrando cursos, seminários, de terem equipes, de vender equipamento e de fechar patrocínio ganhando muito bem, a gente tem muito isso. Entre os campeões mundiais não existe ninguém com dificuldade financeira, tenho certeza disso. É por isso que o jiu-jitsu é uma modalidade diferente, ela tem um mercado próprio que consome muito aqui no Brasil, ainda mais que 95%/98% dos campeões mundiais são brasileiros, né? A gente tem poucos estrangeiros que já conseguiram chegar lá.

Três anos após voltar à ativa, Federação Baiana de Arco e Flecha traz duas competições nacionais para o estado
Foto: Igor Barreto / Bahia Notícias

Com apenas três anos de fundação, a Federação Baiana de Arco e Flecha já consegue dar os de gente grande. A entidade trouxe duas competições nacionais para serem disputadas na Bahia neste ano, ambas no segundo semestre. A primeira é o Brasileiro Field marcada para o dia da Independência do estado, 2 de Julho, em Mata de São João, enquanto a segunda será o Campeonato Open Brasileiro programado para setembro, no estádio de Pituaçu, em Salvador. Quem anunciou foi Renata Barros, presidente da federação, em entrevista exclusiva concedida no estúdio do Bahia Notícias.

 

A dirigente, de 34 anos, começou a atirar suas primeiras flechas em 2012 e teve uma rápida ascensão desde que começou a participar de competições profissionais há dois anos. Os bons resultados, levaram a bióloga de formação, que trabalha no setor istrativo na área de Recursos Humanos, à seleção brasileira da modalidade para representar o país em competições internacionais. "Sempre tive o sonho de viajar para competir". Além de contar sua trajetória no esporte que foi praticamente uma paixão à primeira vista, ela também fala da luta para trazer a Federação Baiana à ativa, da criação do seu próprio clube, e analisa o cenário do Tiro com Arco no estado e no Brasil, além de projetar a possibilidade de algum brasileiro trazer uma medalha dos Jogos Olímpicos de Paris-2024, que acontecem entre os dias 26 de julho e 11 de agosto.

 

Foto: Divulgação

 

Fala um pouco como foi que você começou no Tiro com Arco, que não é uma modalidade muito comum no Brasil e na Bahia. Como foi seu início e suas inspirações?

Gosto de brincar que quando eu comecei tudo ainda era mato, porque realmente não tinha o esporte quando comecei. Exista um grupo que fazia atividades medievais e dentro dessas atividades tinha o arco e flecha, mas era de forma recreativa. Eu conheci justamente esse grupo num evento de cultura pop japonesa e me apaixonei. Fui ao encontro deles, que nesse dia ia ter arco e flecha, ainda cheguei atrasada, porque errei o local. Já que eu cheguei atrasada, me deram o arco de qualquer jeito, tipo "se vira aí, perdeu a instrução". Eu atirei, fui péssima, era a pior da turma. Só que eu era apaixonada por essa cultura nerd, essa coisa de elfo e tal. E eu queria ser elfo, me imaginava um elfo. Só que para os padrões elfos que são altos, magros, eu era totalmente fora dos padrões. Na época, que foi em 2012, era muito fechado a gordofobia e essas coisas eram muito fortes, aí eu não poderia ser elfo, porque estava fora dos padrões. Eu pensei: "É? Então está bom, vou atirar melhor do que os elfos". Aí comecei a treinar bastante. Só em 2018 me profissionalizei mesmo, comecei a me apaixonar. Fui para Maceió fazer um curso de instrutor pela Confederação Brasileira e lá as portas foram se abrindo para o esporte propriamente dito. Aí eu vi como é que era e depois que conheci a atividade, queria atirar de longas distâncias. Depois fiz o curso 2 e comecei a competir e levar de forma mais profissional.

 

Qual foi o custo neste início com o material?
Então, na época eu ganhei do meu atual técnico, Paulo Merlino, que me deu o primeiro arco de presente. Na verdade, aqui na Bahia a gente recebeu um senhor chamado Mauri, que já era atleta de anos e veio para cá, porque ele é engenheiro e veio fazer uma obra. Ele procurou nosso grupo de atividades medievais, porque queria implantar essa semente esportiva aqui. Aí as primeiras aulas dele nos guiando para o mundo do esporte foi graças a ele que trouxe equipamentos, tudo de doação. A partir disso que eu fui para Maceió fazer o curso. Depois ganhei meu próprio equipamento de presente do meu técnico e comecei a me dedicar, participar das primeiras competições. No início era difícil, porque a gente ficou meio autodidata. Tinha ajuda de Mauri, mas ele não estava disponível para dar aula para a gente. Então, fomos buscando, estudando. Fomos ao Rio de Janeiro para a Confederação Brasileira para verificar formas de nos profissionalizarmos aqui na Bahia. E foi assim o surgimento da Federação Baiana que sou a fundadora e atual presidente.

 

A fundação da Federação foi em que ano?
A Federação Baiana, a gente só conseguiu formalizar mesmo em 2021. Mas desde 2014 que estávamos tentando fazer isso, porque já existia uma federação que era fantasma e ninguém sabia quem era. A gente lutou desde essa época até 2021 para quebrar e assim formar uma federação que fosse realmente ativa.

 

E as competições daqui como eram nessa época "do mato" e como ficaram depois que a federação foi fundada por você?
Existem duas entidades, a Field, que é a IFAA, entidade que é mais família, menos burocrática e temos a World Archery, que é quem organiza os Mundiais e Olimpíadas. Nessa época, a gente não podia fazer torneios ligados à World Archery, porque não tinha federação, então fazíamos os torneios pelas Field, que é essa outra entidade menor, mas que qualquer um hoje pode fazer um polo. Então, a gente fazia esses campeonatos mais amadores até a fundação. Antes da gente conseguir fundar, tivemos o apoio do pessoal da Federação do Maranhão e da Federação de Sergipe. Então, nos federamos no Maranhão, inclusive temos o campeão brasileiro que é o meu técnico, pelo Maranhão. Infelizmente, porque a gente queria estar representando a Bahia. Também nos federamos por Sergipe. Aí depois a gente conseguiu, tanto que na nossa camisa da Federação, temos o apoio da Federação do Maranhão e de Sergipe.

Foto: Igor Barreto / Bahia Notícias

 

Em termos de calendário de competições aqui na Bahia como está?
Hoje nosso foco é justamente os campeonatos da Confederação Brasileira, já que fomos federados, né? Nós temos dois tipos de modalidades, o Indoor e Outdoor. O Indoor temos competições determinadas pela World Archery, pela Confederação Brasileira, que é a Brasil Arco. Por exemplo, vai ter uma competição sábado no país todo, que falamos que é competição indoor, uma competição de 18 metros de distância, que é uma distância curta dentro de uma quadra, um local fechado sem interferência de vento, o alvo é menor. Temos a modalidade Outdoor, que são 30 metros para quem está iniciando, 50 e 70 metros. Temos também categoria de 40m para criança. Nessa categoria a gente define o calendário. A Federação fez um calendário para durante o ano, que também é válido para o campeonato nacional. A gente vai fazendo as provas e os pontos vão gerando para o ranking nacional também, assim como para o baiano.

 

Quais os projetos da Federação para desenvolver o esporte no estado?
Hoje, nós apoiamos o projeto Menina Zeferina, que antes era um projeto da Federação, mas conseguimos apoiar os instrutores. Colocamos eles para fazerem o curso de instrutor e hoje o projeto anda sozinho, mas com nosso apoio. O projeto fica lá na Barragem do Cobre, no São Bartolomeu, e abarca crianças, adolescentes e adultos da região também. Além disso, ainda está em confecção, mas estamos com muita vontade de fazer um projeto com pessoas com deficiência. Já temos apoio e só estamos mesmo em busca de locais para conseguirmos fazer esse projeto com pessoas com deficiência. Mas projeto mesmo, estamos apoiando esse projeto social.

 

Quais são as novidades você pode nos trazer?
Nesse ano, a Federação vai sediar dois eventos nacionais aqui na Bahia. O primeiro vai ser no dia 2 de julho em Mata de São João, que será o Brasileiro Field, que é um campeonato numa trilha lá na Reserva do Sapiranga. Nesse campeonato, são vários alvos durante a trilha e os arqueiros vão em grupo fazendo esse percurso. É muito interessante e é um campeonato que não é muito visto aqui, e queremos que a partir desse, seja mais difundido. É uma caçada e a pessoa não sabe quantos metros vai estar o próximo alvo, se ele é de 40 ou de 20 centímetros, se vai estar no topo ou se vai estar inclinado. Mas é um alvo normal, não é de animal, nem nada disso, mas simula como se fosse uma caçada, porque é uma trilha. Melhor ainda será em setembro que vamos sediar o Campeonato Open Brasileiro, que é o mais importante do ano e será o 50º campeonato. Vai ser um evento comemorativo e eles escolheram a Bahia para sediar. Vai ser no estádio de Pituaçu e vai trazer os grandes atletas do país todo. Inclusive, o número 1 do mundo, que é brasileiro, Marcus D'Almeida. A gente pensa que o Brasil é o país do futebol, mas a gente tem o melhor do mundo do Tiro com Arco, apesar dos coreanos serem as grandes referências da modalidade, mas o melhor do mundo é brasileiro.

 

Voltando um pouco para Renata atleta. Como foi sua caminhada nas competições, sua estreia, e também hoje em dia que você foi convocado para a seleção para disputar o Pan-Americano?
Quando eu comecei a ir para o Campeonato Brasileiro pela primeira vez que foi lá em Maricá, fui por experiência mesmo. Lembro de ver a corda do arco vindo até mim, porque a gente puxa e traz a corda até a gente, tremendo. Fui péssima e fiquei em último lugar, porque era a minha primeira vez e eu estava muito nervosa. Eu saí dessa primeira competição com outra visão do mundo do tiro, conheci várias pessoas. Quando eu voltei, falei: "Eu vou mudar isso aqui, melhorar meu equipamento e treinar mais". Nesse mesmo ano, fui campeã da Copa Nordeste que foi na Paraíba. Desde então, comecei a me dedicar, treinar mais e vim galgando no ranking nacional. O ranking é gradativo, as pessoas vão somando as pontuações que são enviadas e ele vai sendo atualizado. Tanto que no ano ado cheguei a ficar em terceiro lugar por um período do ranking, mas depois fui caindo e fiquei em nono lugar, que era a minha expectativa de ficar. Nesse ano, eu pretendo ficar em pelo menos entre as cinco. Aí eu sempre tive o sonho de viajar para competir. Sempre falei: "Um dia vou juntar dinheiro e viajar para fora para competir, não importa o que seja, mas vou bater no peito e dizer que estou indo para competir". Aí esse sonho veio muito antes do que eu achava que aconteceria e melhor, representando o Brasil. Quando vieram falar comigo e me convidar para fazer parte, eu não acreditei. Para mim foi um felicidade, porque eu queria muito ser da seleção, mas eu pensava que seriam daqui a uns dois anos. Mas veio muito antes e para mim foi incrível, voltei da viagem com outra visão. Ainda mais que eu fui com uma expectativa que "ah, não sei se vou fazer bem". Quando cheguei lá consegui bater meu próprio recorde, me saí muito bem e fui pau a pau com a melhor do mundo. Eu perdi para ela na quartas de final, mas quando acabou as pessoas falaram: "Cara, você botou medo nela?". Claro que falando de brincadeira que eu tinha colocado medo nela, porque é a melhor do mundo, mas o pessoal ficou impressionado e eu fiquei mais ainda. Nunca pensamos que a gente pode. E agora voltei com gás acreditando mais em mim. Quero me manter na seleção, que é algo anual. Não é assim, uma vez na seleção e sempre será da seleção. É uma coisa anual, cada ano tem seus parâmetros e eu pretendo me manter.

 

Sua primeira competição pela Confederação Brasileira como atleta foi em que ano?
Foi em 2022.

 

É pouco tempo no caso.
É, por isso que falei que achava que poderia viajar para competir daqui a dois anos.

Foto: Igor Barreto / Bahia Notícias

 

A viagem foi bancada pela Confederação?
Não. Quando eles fizeram o convite para eu participar, deixaram bem claro que os custos seriam arcados pelo próprio atleta. Eles iriam auxiliar com algumas coisas. Aí entrei em contato com a Sudesb pedindo agens e eles me atenderam prontamente cedendo as agens e eu tive ajuda de amigos e alguns empresários e consegui juntar a grana para fazer essa viagem, porque não é só a agem, tenho que me manter lá também. Mas graças a Deus, não precisei tirar nada do meu bolso, a ajuda que consegui foi suficiente. É muita coisa que um atleta precisa, principalmente se for pensar em atleta olímpico, que vive para isso. Ele tira seis horas do seu dia para poder treinar. Quem hoje tem seis horas no dia para academia e tiro? Não tem, porque precisa trabalhar para pagar as contas. Por isso que estou em busca tanto do FazAtleta quanto do Viva Esporte do Município, porque aí, conseguindo isso, o céu é o limite. Sei que vou melhorar bastante. Eu consegui esse índice treinando capengamente. Então, tenho fé que quando eu conseguir, vou melhorar bastante.

 

Como foi que você fundou seu clube de tiro?
Desde quando me profissionalizei como instrutora, sempre dei aula. A gente tem outros clubes em Salvador e sempre dava aula para os outros, porque eu não tinha condições de comprar equipamento e tal, mas sempre me sentia presa, porque sempre tive minhas ideias de como daria a aula, de como conduzir, mas sempre tinha que seguir as regras de outros locais. Então, por isso que coloquei o nome [no clube] Asas, porque para mim são asas da liberdade (risos). Aí eu pensei em fundar o clube, guardei dinheiro e de pouquinho em pouquinho fui comprando equipamento sozinha. Eu ficava brincando que eu mesma era a menina do marketing, das compras, a instrutora, eu era tudo. Depois que consegui um sócio Gabriel Trettin e Cláudia Cardozo veio fazendo assessoria de mídia, o mundo se abriu. As coisas no clube saíram de 8 para 80, melhorou muito graças as essas ajudas, porque sozinha, realmente seria muito difícil.

 

E o clube funciona aonde?
Atualmente nossa sede fica em Brotas, mas já estamos nos mudando para o Clube Espanhol. O contrato com o Espanhol já está assinado.

 

Sua categoria é a barebow, que não faz parte do programa olímpico. Você tem o sonho de mudar de categoria para disputar uma Olimpíada um dia?
Eu entrei nessa modalidade, porque foi onde tudo começou. O barebow é uma categoria simples, porque a gente não usa mira, não usa estabilizador, é o arco cru, como o arco começou. A gente fica até brincando: "Poxa, era para ser o arco olímpico, porque é cru". Mas o arco olímpico já é cheio de apetrechos, o que é diferente. Eu sou apaixonada pelo barebow, não tenho pretensão de mudar de categoria, porque realmente sou apaixonada por essa categoria e que está em ascensão. Tem um movimento de um dia virar categoria olímpica. Então, eu pretendo continuar, porque além de eu ter destaque nela, quando virar olímpica, para mim já seria um pezinho para estar nas Olimpíadas. Então, não pretendo mudar por conta disso.

 

Além de você, tem outros atletas baianos que estão disputando o circuito nacional?
Tem, tem.

 

Como está o nível deles?
Tem o meu técnico Paulo Merlino. Ele está entre os 10 no masculino e também é o diretor técnico da Federação Baiana. Infelizmente ele não... Porque o índice masculino é maior para ser da seleção, mas ainda assim, ele poderia ter sido da seleção. Ainda cogitaram chamá-lo, mas por conta do calendário pessoal, ele não pôde ir. Tem Morena Saito, que hoje não está no cenário para ser uma atleta da seleção, mas juntamente comigo, foi uma das primeiras daqui da Bahia a ter destaque. O engraçado é que por mais que tenha mais homens, aqui as mulheres tiveram destaque primeiro. Eu e Morena sempre estivemos lado a lado, ela no arco olímpico e eu no barebow. Na entidade AIFA, que é diferente da World Archer, ela já tem recordes, já participou de competições internacionais da modalidade e teve bastante destaque. Ela atira na distância de 70 metros, a categoria dela é olímpica. A grande diferença do barebow para a olímpica são os apetrechos e também a distância. Ela atira a 70 metros e eu atiro a 50m, além das diferenças de um ter mira, estabilizador...

Foto: Igor Barreto / Bahia Notícias

 

Como você vê o nível do Brasil para os Jogos Olímpicos de Paris?
O Brasil tem crescido muito. A Brasil Arco tem feito um ótimo trabalho, mas hoje a nossa grande promessa mesmo é Marquinhos D'Almeida, que pode trazer realmente uma medalha. Tanto a possibilidade de ele trazer medalha no individual quanto na dupla mista.

 

Na Bahia, tem Morena Saito da categoria arco olímpico. Você acha que ela tem potencial para chegar nas Olimpíadas um dia?
Todo mundo tem potencial de chegar onde quiser, mas tem aquela questão. Hoje, Morena é mãe, então ela não tem o tempo que um atleta olímpico precisa para se dedicar. Acredito que se ela tivesse a mesma oportunidade de um atleta que hoje está na seleção, se dedicando para isso, sim. Mas infelizmente como ela não tem, porque estuda e trabalha, por conta disso, ela não tem condição, porque precisa se dedicar para isso. Potencial para isso ela tem, mas falta tempo para se dedicar.

 

Para quem sonha em entrar no esporte aqui na Bahia, qual é o o a o para começar?
Muita gente conhece o esporte através de série e de filme, se empolga e acha que o primeiro o é comprar o equipamento. Eu nunca indico comprar, porque 98% das pessoas que compram o equipamento compram errado. Sempre quando vem alguém, eu falo: "Gente, o primeiro o é procurar um clube, procurar um profissional". Porque no clube você não vai precisar num primeiro momento, gastar com equipamento. Você vai usar o equipamento do clube, vai aprender, ver com o que se identifica e a partir daí o instrutor indicar qual equipamento comprar. Então, o primeiro o é procurar um clube e se matricular. Depois que tiver o próprio equipamento, porque o arco é muito pessoal. Para início, pode usar o da escola, mas depois que for pensar competir, aí vamos indicar qual comprar, o que vai precisar fazer. Depois, quando começar a pensar em competir, se federa para participar dos campeonatos estaduais e depois se confedera para disputar os nacionais.

 

Quanto custa um arco em média?
Depende muito da finalidade. Se for pensando só em se divertir, sem competir, você acha arco de até R$ 600. Mas se for pensando em algo mais estável, numa competição de longa distância, você vai achar arcos de R$ 1,8 mil, R$ 2 mil e até R$ 10 mil. Vai realmente do seu objetivo. Meu arco hoje, se for avaliar o conjunto arco mais flechas, porque eu não uso mira e nem estabilizador, acho que gastei em média uns R$ 3 mil. Mas são peças que você vai trocando, começa com uma peça inferior e depois vende. O bom do Tiro com Arco é que o material se você tiver cuidado, ele não perde muito valor. Então, você consegue vender por um preço parecido e assim vamos fazendo esse rodízio, porque também tem a questão da potência. Você começa com uma potência baixa. São as lâminas do arco que definem a potência. Aí você tem o meio, centro do arco que é seu e as lâminas você vai trocando. "Ah, quero uma lâmina mais potente, aí você vende as lâminas anteriores e pega lâminas novas. A gente faz esse rodízio dentro do clube também. Um aluno que compra a primeira lâmina levinha, aí quando vai ar para a próxima ele vai vender para quem está querendo começar a competir, então vai fazendo essa troca para não ser tão dispendiosa, vamos fazendo esse rodízio.

Focado nas Olimpíadas, Arthur Elias explica preparação da Seleção Feminina: "Estamos aqui para criar um entrosamento maior"
Foto: Paulo Victor Nadal / Bahia Notícias

Após um período vitorioso pelo Corinthians entre os anos de 2016 e 2022, Arthur Elias, treinador da Seleção Brasileira Feminina, quer resgatar o bom futebol da equipe na preparação para as Olimpíadas de Paris. Ele soma em seu currículo títulos emblemáticos pelo seu ex-clube, entre eles estão quatro Libertadores, cinco Brasileiros, três Paulistas, uma Copa Paulista, uma Copa do Brasil e duas Supercopas. 

 

Foto: Rodrigo Gazzanel / Ag. Corinthians

 

Com o desejo de dar oportunidade para as atletas e as colocarem no melhor nível possível, o técnico almeja um futuro vencedor com a amarelinha, montando uma base forte de jogadoras e dando todas as oportunidades possíveis. Atualmente o Brasil Feminino disputa a Copa Ouro, último torneio antes das Olimpíadas, onde venceu a primeira partida contra o Porto Rico pelo placar de 1 a 0.

 

Sobre o inicio na Copa Ouro, Arthur Elias analisou a vitória do Brasil contra a Seleção Porto Riquenha e falou sobre o momento atual da equipe convocada.
 

 

“Ainda falta um pouco de entendimento e entrosamento, isso é natural porque tenho aberto a Seleção para muitas jogadoras. O tempo que tivemos com essas atletas foi resumido a apenas um treino”, pontuou o treinador em entrevista ao Bahia Notícias.

 

“Sabemos que vão haver inconsistências nesse início de competição, mas estamos aqui justamente para isso. Estamos aqui para criar um entrosamento maior, tirar essa inconsistência nos momentos do jogo e jogar cada vez mais partidas melhores”, completou.

 

Foto: Paulo Victor Nadal / Bahia Notícias

 

Questionado sobre a forma de como a Seleção Brasileira Feminina jogava quando comandada por Pia Sundhage, Arthur não fugiu das perguntas e explicou de qual maneira pode fazer as atletas desempenharem um melhor futebol. O treinador também explicou sobre o planejamento para preparar atletas experientes, como Marta e Cristiane, para a disputa das Olimpíadas. Confira a entrevista completa:
 

Como você avalia a estreia da Seleção Brasileira na Copa Ouro?
Foi um jogo em que tivemos bastante dificuldade por conta do adversário que vem treinando há muito tempo e tem uma marcação muito forte. Perdemos muitas oportunidades de gol e é claro que isso torna o jogo um pouco mais nervoso. É uma coisa que eu já identificava e agora que estou próximo, tenho tentado fazer o grupo ficar cada vez mais confiante para jogar dentro do melhor potencial delas. Ainda falta um pouco de entendimento e entrosamento, isso é natural porque tenho aberto a Seleção para muitas jogadoras. O tempo que tivemos com essas atletas foi resumido a apenas um treino. Sabemos que vão haver inconsistências nesse início de competição, mas estamos aqui justamente para isso. Estamos aqui para criar um entrosamento maior, tirar essa inconsistência nos momentos do jogo e jogar cada vez mais partidas melhores.
 

Foto: Leandro Lopes / CBF

 

Sabendo que existem algumas seleções no radar que propõem perigo ao Brasil. Marta e Cristiane fora da Copa Ouro preocupam?

Nosso próximo adversário é a Colômbia e sabemos que elas vivem um grande momento, nos últimos dois anos a seleção colombiana evoluiu bastante e com atletas jogando em nível alto e internacionalmente em grandes clubes. São jogadoras que a gente conhece muito bem pela atuação na Libertadores e no Campeonato Colombiano, que tem aumentado o seu nível. O próximo adversário é uma equipe que considero estar no nível do Brasil, assim como os Estados Unidos e Canadá, que são grandes seleções. Acredito que essas quatro equipes são as mais fortes da competição, mas o futebol tem mudado muito, todo mundo tá bem preparado, como pudemos ver na Copa do Mundo. O jogo de ontem foi um jogo em que encontramos uma equipe muito bem organizada, não teremos jogo fácil e é claro que na teoria as quatro equipes que citei são as mais fortes.

 

A gente vai fazer de tudo para que a Marta, a Cris e todas as atletas que a gente tem monitorado cheguem muito bem para as Olimpíadas, essa é a nossa meta. A gente tem que entender o melhor planejamento para cada jogadora para que elas cheguem no mais alto nível para as Olimpíadas daqui a 4 meses. Marta e Cristiane foram duas atletas que a gente entendeu seria muito importante fazerem a pré-temporada completa pelos seus clubes. Esse é um momento de preparação e a atleta consegue treinar bastante, adquirir capacidades físicas necessárias para a temporada, ritmo de jogo em relação aos seus clubes. Marta já está adaptada ao treino intenso do Orlando Pride e a Cris se transferiu para o Flamengo, precisa de uma adaptação ao novo clube e a uma ideia de jogo. O pensamento é de que elas fazendo a pré-temporada nos clubes beneficiária a Seleção Brasileira, claro que isso deixa aberta a oportunidade de avaliar outras jogadoras, como tenho feito. Foram 7 novas convocadas que eu não havia chamado para uma competição longa e oficial. O desafio é a gente abrir a Seleção Brasileira para muitas jogadoras, tentar monitorar e contar sempre com o apoio dos clubes. Teremos um período pequeno depois do grupo fechado para as olimpíadas, mas suficiente para termos uma uma equipe muito bem organizada e equilibrada taticamente com as atletas em seu mais alto nível.

 

 

Que cara você dá para essa Seleção que disputa a Copa Ouro ?

Cara de uma seleção que procura resgatar uma identidade brasileira, uma confiança para se jogar futebol, resgatar o prazer de defender a Seleção Brasileira em todas as competições e de ter o apoio do torcedor. A Seleção Brasileira vem de resultados ruins nas últimas Olimpíadas e Copas do Mundo, a gente não pode esconder isso, mas a minha confiança é total no grupo de atletas. Eu vejo que existem situações que podemos viver aqui na Copa Ouro, que vão preparar o grupo que irá disputar, as outras atletas que não estão conosco, também irão se preparar nos seus clubes. Eu não estou preocupado agora com o grupo que vai para as Olimpíadas, estou preocupado em realmente fazer o melhor por cada jogadora que temos convocado e adquirir mais consistência nessa competição, mais entendimento de modelo de jogo que temos implantado, que é algo que eu acredito muito. Tenho certeza de que com esse grupo iremos fazer uma grande Olimpíada.

 

Meu foco na Seleção Brasileira é em fazer uma nova história com uma dimensão ainda maior (do que feita no Corinthians), a minha maneira de pensar futebol é ofensiva e é de querer ter um jogo de imposição e mostrar a sua identidade jogando. Eu vou sempre pensar o futebol de forma ofensiva, querendo criar muitas chances de gol.

 

Em relação ao trabalho anterior, acredito que foi um trabalho com uma treinadora muito experiente e vitoriosa no futebol. Pia não teve um bom resultado mas teve muitas coisas positivas, não podemos olhar só o resultado, foi construido dentro de 4 - 5 anos com a Pia uma consistência defensiva, uma organização das atletas por maior parte do jogo. Sempre tivemos dificuldade de sincronia com as equipes Brasileiras, eu acho que a Pia fez o trabalho dela com aquilo que ela acreditava, o que eu penso de futebol é bastante diferente e não cabe a comparação nesse sentido. O que precisamos pensar é que a seleção brasileira precisa ter um resultado melhor e essa é a minha missão aqui.

 

 

O Brasil é um dos países que disputam a sede para a Copa do Mundo. O atentado ao ônibus do Fortaleza  pode mudar a decisão da FIFA ?

Em relação à decisão da FIFA, eu, os brasileiros, as atletas e todas as pessoas que trabalham com o futebol feminino estamos bastante ansiosos com a decisão final, com expectativa e otimismo de que a Copa do Mundo possa vir para o nosso país. O país tem totais condições disso e acredito que é um grande momento do futebol feminino, daqui há 3 anos com certeza o crescimento será ainda maior e estaremos num patamar melhor. Estamos muito orgulhosos pela nossa candidatura, temos o apoio da CBF e do Governo Federal para que isso possa se concretizar. Esperamos uma resposta da FIFA, existe uma concorrência alta, mas acredito que chegou a hora do Brasil fazer uma grande competição e uma grande Copa do Mundo. Será um orgulho pra gente e uma motivação a mais dentre tantas que temos para defender a Seleção Brasileira e o nosso país, seria espetacular. 

 

Em relação ao atentado, é claro que é sempre ruim um país que tem violência, mas sabemos que infelizmente no mundo inteiro tem acontecido tragédias. Estamos num mundo com guerras acontecendo e eu acho que o que ocorreu não será determinante para a FIFA mudar a sua decisão em relação à Copa do Mundo, a gente lamenta mas acredito que não teremos interferência nenhuma.

 

 

A Seleção Masculina foi eliminada no Pré-Olímpico. A pressão pela Seleção Feminina ser a única a disputar as Olimpíadas é maior?

De maneira alguma, a gente tem muito orgulho de defender a Seleção Brasileira, acho que quem coloca mais pressão são as próprias atletas. Eu como treinador, me pressiono para conseguirmos o resultado, quando recebemos críticas construtivas nós absorvemos e refletimos, mas quando chegam situações que não tem nada a ver com o nosso contexto e situações que amos aqui, não damos nenhuma bola sobre isso. Não estamos preocupados com uma pressão em relação à cobrança de resultados, a gente tem um objetivo e é ele que nos une e que nos motiva, é o que vai fazer a Seleção Brasileira conseguir aumentar as suas chances de terem uma grande performance nas grandes competições e assim será nos Jogos Olímpicos. Nós ficamos tristes pela não participação do masculino, temos um país apaixonado pelo futebol e sabemos que a Seleção Masculina assim como a Feminina em Copas do Mundo não tiveram um resultado expressivo, mas nós vamos sempre pensar no futebol brasileiro e naquilo que é melhor. Tenho certeza que nós vamos voltar a ser campeões no masculino e tenho certeza que o feminino voltará a ser protagonista e quem sabe ser merecedor de um título.

 

 

Por conta da idade elevada, dá pra sonhar com Marta e Cristiane na próxima Copa do Mundo?

A participação da Marta e da Cris na Copa do Mundo, por conta da idade eu acredito que seja muito difícil, mas nada é impossível, isso depende muito delas e do planejamento de carreira. É difícil ser atleta de alto nível como elas são, eu não sei quais são os planos delas exatamente para a próxima Copa, não conversei com elas, mas estamos focados em deixar elas no melhor nível para terem oportunidade de participar das Olimpíadas. Obviamente a concorrência é grande, a gente tem um leque de atletas bem grande no país, então o foco é prepará-las para as Paris. A Copa do Mundo tem quer ser pensada temporada a temporada, tempo a tempo e que seja algo natural.

 

Foto: Stuart Franklin / FIFA
 

Filho de ídolo do Itabuna, Mathaus Sodré comanda o Dragão após título em primeiro ano como técnico
Foto: Reprodução/Instagram/@mathausodre

Aos 36 anos de idade, Mathaus Sodré será o treinador mais jovem do Campeonato Baiano de 2024. Contratado pelo Itabuna, equipe por onde atuou como jogador entre 2009 e 2011, Mathaus estreou como técnico no ano ado à frente do Águia de Marabá. A experiência em terras paraenses rendeu a taça do Campeonato Paraense após 11 anos seguidos de títulos da dupla Remo e Paysandu.

 

Além do primeiro título estadual da história do Águia de Marabá, Mathaus e seus comandados alcançaram uma heroica terceira fase da Copa do Brasil, eliminando os favoritos Botafogo da Paraíba e Goiás. Tudo isso no primeiro ano da carreira do promissor treinador. 

 

Filho de Gérson Sodré, ex-jogador com agens por Portuguesa, Guarani, Ceará e ídolo do Itabuna nos anos 70, Mathaus tabela com o pai, seu auxiliar técnico e companheiro de vida. Em conversa com o Bahia Notícias, o jovem treinador do Azulão contou que foi Gérson quem escolheu o seu nome, uma homenagem ao histórico jogador alemão Lothar Matthaus, campeão da Copa do Mundo em 1990 e eleito melhor do mundo pela Fifa em 1991.

 

"Foi uma homenagem ao Matthaus e meu pai quer que deixe claro que eu nasci em 1987 e o Lothar Matthaus brilhou pro mundo, digamos assim, em 1990, então, ele fala que não foi 'modinha' ter colocado este nome após o título mundial da Alemanha (risos). O Lothar Matthaus era um jogador que ele gostava muito, que tinha um estilo de liderança e aí ele acabou convencendo a minha mãe para eu me chamar Mathaus", explicou o técnico.

 

Sobre o acerto com o Itabuna, que mandará os seus jogos no em 2024 no estádio Mário Pessoa, em Ilhéus, estreando neste domingo (14), às 18h30, contra o Atlético de Alagoinhas, Mathaus disse que as conversas foram positivas pelo fato do seu bom relacionamento com o diretor de futebol e o presidente do clube, os irmãos Ricardo e Rodrigo Xavier, respectivamente. Inevitavelmente, a história do seu pai na cidade também contribuiu para o casamento, além da força do Campeonato Baiano.

 

"Aqui é um clube onde meu pai nasceu. É a cidade onde meu pai nasceu. O clube que projetou ele pro futebol. Ele é considerado um ídolo aqui. Eu não poderia não dar esse presente para ele e, consequentemente, pra mim também, porque eu acredito que o Campeonato Baiano seja muito forte e vai me projetar ainda mais pro futebol brasileiro", disse Sodré.

 

No bate-papo, entre outros assuntos, Mathaus contou como chegou até o Águia de Marabá, falou sobre seu estilo de jogo e referências profissionais e projetou a temporada do Itabuna, equipe semifinalista do último Baianão e que este ano ainda disputará a Série D e Copa do Brasil.

 

Confira abaixo a entrevista completa:

 

Gérson e Mathaus, pai e filho, constroem história de sucesso no futebol | Foto: Reprodução/Instagram/@mathausodre

 

Mathaus, primeiramente conta como foram os seus primeiros os no futebol até você assumir o seu primeiro time profissional como técnico, o Águia de Marabá, no ano ado? Como você avalia a sua agem pela equipe, conquistado o Campeonato Paraense e chegando à terceira fase da Copa do Brasil?

 

Meus primeiros os foram através do meu pai, Gérson Sodré. Ele foi um jogador profissional e desde bebê, na barriga da minha mãe, ele costuma falar que eu já sou um campeão. Quando ele conquistou o tricampeonato cearense pelo Ceará, um ano eu estava na barriga da minha mãe e nos outros dois eu presenciei “pequenininho". Com certeza foi ele que me deu a inspiração para estar nessa carreira que eu estou hoje.

 

Cheguei a jogar em alguns clubes, mas não levei muito a sério, como o futebol tem que ser. Participei de algumas categorias de base. Tive uma oportunidade até no Itabuna. Fiquei três temporadas aqui no clube. Em 2009, 2010 e 2011 tive a oportunidade de fazer parte do grupo que conseguiu m o para a Série A. Após algumas contusões, eu acabei optando por encerrar a carreira de jogador e dei continuidade na Portuguesa de Desportos, onde meu pai estava sendo treinador das categorias de base. Aí veio essa primeira oportunidade de trabalhar com ele. Eu já fazia algumas coisas como olheiro, na época que meu pai trabalhou com o Estevam Soares e era auxiliar dele, eu saía para alguns clubes, ia visitar os adversários para ar relatório para ele, isso tudo ainda muito jovem. Eu considero que foi aí a minha primeira oportunidade no futebol, nessa função de auxiliar técnico, olheiro.

 

O grande pulo foi em 2015, onde o Maurício Copertino, que foi auxiliar do Vanderlei Luxemburgo, teve uma agem pela Portuguesa e eu acabei sendo auxiliar dele. Nesse período, a gente deu liga. Aí eu deixei um pouco de ser o filho do Gerson Sodré, ídolo da Portuguesa, para começar a ser um pouco do Mathaus Sodré. O Maurício acabou elevando meu nome para os caras enxergarem minha qualidade, além do meu sobrenome, o qual eu sou muito honrado e levo por tudo que meu pai conquistou. Não tenho nada a esconder sobre isso.

 

Acabei ficando na Portuguesa até o final de 2017 quando o Maurício me fez um convite para gente ar uma temporada no futebol chinês, me convidando para ser seu auxiliar dele lá na China, já no futebol profissional. Prontamente eu aceitei, tivemos um ano muito vitorioso em 2018, uma campanha muito boa com um clube chinês da Segunda Divisão, o Zhejian Yiteng. Depois, eu retorno pro Brasil e tenho a oportunidade de ir para o Oeste, na Série B. Acabei ficando lá, como auxiliar do clube e consequentemente treinador do sub-20, onde fizemos uma campanha boa no Campeonato Paulista.

 

Eu terminei o Campeonato Paulista no ano da pandemia e não teve a Copa São Paulo. Dessa forma, a gente encerrou as atividades e o preparador físico, Geziel, que estava no Oeste, estava indo pro Águia de Marabá, em 2021, trabalhar no Campeonato Paraense. Ele me fez o convite para ser auxiliar do clube, do técnico João Galvão. Eu aceitei o desafio, conseguimos a classificação, mas acabamos sendo eliminados pelo Remo. Até que em 2022, o Águia de Marabá, com o presidente Ferreirinha e o vice-presidente Pedrinho Correia, entraram em contato comigo para ser treinador. O clube havia conquistado um calendário cheio, com pré-copa do Brasil e com um Campeonato Brasileiro da Série D.

 

Prontamente eu aceito esse desafio na minha vida. Tinha certeza que isso ia ser muito importante para minha carreira. Consegui resgatar meu pai para ser meu auxiliar e aí entra essa dupla Mathaus Sodré e Gerson Sodré. Avalio como uma agem muito vitoriosa, conquistando um título paraense que desde 2011 não ia para uma equipe do interior, sempre ficando Remo e Paysandu. Encaramos a Copa do Brasil, iria ser a nossa coroação pelo trabalho que a gente vinha desenvolvendo no Campeonato Paraense e foi isso que aconteceu. Veio o Botafogo da Paraíba, vencemos. Deu um respiro financeiro para o clube, continuamos firme no Paraense e consequentemente veio o Goiás e a torcida nos abraçou. Eliminamos o Goiás também, criando uma atmosfera incrível lá em Marabá.


Como foi o acerto com o Itabuna e o que o levou aceitar o projeto? Conta também sobre a sua relação e a do seu pai, Gerson Sodré, com o clube.

 

O meu acerto com o Itabuna Esporte Clube foi muito pelo relacionamento com o Ricardo Xavier, com a família Xavier. Por eu ter ado aqui como jogador, eu já os conhecia. O pai deles foi presidente do meu pai também. Aqui é um clube onde meu pai nasceu. A cidade onde meu pai nasceu. O clube que o projetou pro futebol. É considerado um ídolo da cidade. Eu vejo o carinho e via quando eu estava aqui como jogador de futebol. A conversa começou quando eu procurei ajudar o Ricardo com algumas informações de alguns jogadores que ele queria, que tinha trabalhado comigo no Águia de Marabá. Na ocasião, eu confesso que a gente não estava nem cogitando a possibilidade de estar vindo para cá. Eu estava com outros objetivos e também com algumas questões familiares, mas a partir daí, a gente começou a estreitar um pouco mais a relação e veio o convite oficial.

 

Eu jamais poderia dizer não ao Itabuna, por tudo que envolve esse clube, a cidade. Tenho familiares aqui. Tia, tio, primos. Meu pai também não vinha para cá, então acabamos unindo o útil ao agradável. Com o retorno, ele conseguiu estar próximo da família, já que ele abriu mão de muita coisa para embarcar comigo lá para Marabá. Eu não poderia fazer de outra forma que não fosse dar esse presente para ele e, consequentemente, para mim também, porque eu acredito que o Campeonato Baiano seja muito forte. Vai me projetar ainda mais pro futebol e me dar um lastro muito bacana pros próximos porque eu estou apenas começando no futebol brasileiro.

 

Quais as suas referências e lembranças quando pensa em futebol baiano?

 

As referências ao futebol baiano eu vejo mais pelo lado antigo, com as histórias do meu pai falando muito do Berimbau de Ouro (antiga premiação do Campeonato Baiano), que ele foi feliz em conquistar aqui. Na época que eu joguei também eu pude acompanhar um pouco mais de perto. O Campeonato Baiano eu sei que é muito forte, onde as equipes do interior se preparam muito. Tem a mística dos torcedores. Isso é o que me encanta muito. É o torcedor apaixonado, com essa atmosfera muito calorosa. Então, se for para dizer uma das referências, lembranças, com certeza é o torcedor baiano. E sim, é um torcedor muito alegre, muito contente. Claro que tem as cobranças, como em todo lugar, mas eles trazem muita alegria pro futebol.

 

No próximo dia 14, o Itabuna estreia no Baianão contra o Atlético de Alagoinhas. Como está sendo a preparação para o estadual e quais as expectativas para a temporada?

 

Dia 14 temos a nossa estreia pelo Campeonato dentro de casa, entre aspas. A gente sabe que seria muito importante jogar aqui em Itabuna, por tudo que eu falei, com respeito à torcida, à cidade, a mobilização de todos. Mas a preparação vem sendo a melhor possível, esses jogadores vêm se entregando a cada dia, procurando superar algumas dificuldades em cima do entrosamento da equipe, que a gente sabe que é difícil. A equipe está sendo toda reformulada e isso demanda um tempo, mas estamos acelerando o mais rápido possível. Eu fiz a pré-temporada em uma cidade vizinha aqui, para criar esse conjunto e eu estou muito otimista com esse Canpeonato, com tudo que nós estamos desenvolvendo aqui. Não só eu, mas toda a comissão técnica. Estamos trabalhando para iniciar bem já no dia 14 diante do nosso torcedor, que vai se deslocar para Ilhéus. Vai ser nosso cartão de visita e nós temos que fazer uma boa exibição para que eles possam sempre retornar e nos deixar mais fortes.

 

Além do Baianão, o Itabuna jogará a Série D e a Copa do Brasil. Imagino que a oportunidade de jogar duas competições nacionais esteja mexendo com todo o clube e a cidade, certo?

 

Com certeza, quando você tem um calendário, uma Copa do Brasil, mexe com o clube, o torcedor, os jogadores. Isso acaba atraindo os jogadores para cá em cima da visibilidade da Copa do Brasil, que é logo no primeiro semestre. A Série D também porque dá uma segurança, com calendário o ano inteiro e um planejamento mais longo. Mas, com certeza, a Copa do Brasil é o que mexe bastante, porque já é logo no início do ano. ar de uma fase acaba mudando a história do o clube pelo fator financeiro. Eu tive essa felicidade de ar duas fases da Copa do Brasil pelo Águia de Marabá, senti esse gostinho, vi o que modificou no clube. Espero que aqui, junto com esses jogadores, junto com a comissão, com o torcedor, nesse primeiro jogo que é dentro de casa para que nós, possamos ser felizes e cada vez mais reestruturar o Itabuna Esporte Clube. Esse clube merece muito. Espero estar fazendo parte disso, podendo fazer um grande trabalho nessas três competições que temos pela frente. 

 

Além dos tradicionais Bahia e Vitória, como você avalia o nível dos times do estado, do interior especificamente?

 

Claro, Bahia e Vitória são os clubes grandes da capital. Hoje, são dois clubes na Série A do Campeonato Brasileiro. Isso qualifica ainda mais o Campeonato Baiano. Mostra a sua força, obrigando os clubes do interior a se fortalecerem se quiserem sonhar com o título. Eu vejo as equipes do interior muito bem montadas, cada vez mais estruturadas. Cada vez mais profissionais, com jogadores de níveis muito interessantes. Vejo o Campeonato Baiano como um dos mais fortes. Estão muito bem niveladas todas as equipes que tenho acompanhado, estudado, buscando informações de alguns treinadores que eu conheço. Alex Alves, que está no Jacobina. O Zé Carlos, que está no Atlético, contra quem nós vamos fazer nossa estreia. Outros treinadores que eu conheço no futebol e sei do poder deles de montagem de elenco, de força de conjunto. E não há dúvidas que o Campeonato Baiano vai ser um torneio muito forte em vista da nossa estreia com um clube que foi bicampeão baiano, que já mostrou a sua grandeza dentro da competição. Eu acredito que este seja o Campeonato Baiano mais forte dos últimos anos.

 

Quais os técnicos você tem como referência e qual estilo de jogo que mais lhe atrai?

 

Meu estilo de jogo consiste em uma linha de quatro defensiva muito sólida, que marca bastante, e com bastante aproximação para jogar, facilitando a tomada de decisão do atleta. Gosto muito do Vanderlei Luxemburgo como referência dos anos 1990/2000 e para citar um de fora: o Jurgen Klopp, do Liverpool.

 

Já aconteceu de você treinar jogadores mais velhos do que você? Como se dá essa relação?

 

Sim, já aconteceu de treinar jogadores mais velhos do que eu ou mesmo de idade muito próximas. A relação com eles tem sido muito tranquila a partir do momento que eu me apresento, que eles vão conhecendo meu dia a dia. É normal ter um pouquinho de receio, mas aí eles vão vendo na conduta, nas falas, no histórico, porque o jogador é assim, eles vão buscar referências e quando você tem consciência de que você faz o seu melhor, não comete injustiças, sacanagem… Hoje o futebol não permite mais essas coisas. Não importa a idade, seja mais velho, seja mais novo, eles acabam te respeitando com que você a para eles. Esse período da minha carreira onde eu tive experiências de trabalhar com jogadores mais velhos, seja aqui no Brasil ou até mesmo na China, onde trabalhei com os jogadores mais velhos do que eu, na ocasião, três anos atrás, então, tinham bastante jogadores. Eles sempre me respeitaram, sempre tiveram uma postura muito profissional comigo e eu fico feliz de estar podendo ter esse reconhecimento em cima do trabalho.

 

Seu nome é uma referência ao ex-jogador alemão? Conta um pouco sobre como seus pais tiveram essa ideia.

 

Sim, foi  uma homenagem ao Matthaus e meu pai quer que deixe claro que eu nasci em 1987 e o Lothar Matthaus brilhou pro mundo em 1990, digamos assim, então, ele fala que não foi 'modinha', ter colocado o nome após o título mundial da Alemanha (risos). O Matthaus era um jogador que ele gostava muito, que tinha um estilo de liderança e aí ele acabou convencendo a minha mãe para eu me chamar Mathaus. Não tenho o Lothar, mas tenho o Mathaus em homenagem.

 

Como você avalia a nova safra de técnicos do futebol brasileiro?

 

A safra de treinadores do Brasil vem cada vez mais forte. Não perdendo a sua essência. Eu acho que é fundamental nunca perdemos a nossa essência do futebol brasileiro, do improviso, da criatividade, da ginga. Isso daí eu acho que seja o treinador mais experiente, seja o jovem, seja quem for não pode jamais tirar essa essência do jogador brasileiro. Eu vejo uma safra muito boa, que tem feito bons trabalhos. Não vejo muito essa questão de idade no futebol. Acho que é merecimento, é oportunidade, é entrega o que vai definir se o treinador é capacitado ou não. Eu tenho muito respeito pelos treinadores mais experientes. Gosto demais de vários. Inclusive, eu tenho meu pai como meu fiel escudeiro por tudo que ele fez e ainda pode fazer pro futebol. É claro que a formação dos dirigentes, pessoas envolvidas no futebol, tem que ser cada vez mais profissional. O futebol não permite mais algumas coisas que no ado eram permitidas. Hoje, os jogadores estão mais preparados. Na pré-temporada, cada vez mais, eles estão tendo essa consciência que acabou a fase do jogador amador. E quando a gente fala que acabou essa questão do jogador amador, tem que acabar também a questão do dirigente amador. Acredito muito nisso. Quando as coisas vão se encaixando profissionalmente tem tudo para dar certo e quem ganha somos nós, apaixonados pelo futebol.

 

Até agora, quais os momentos que você considera mais marcantes na sua promissora carreira?

 

Com certeza o momento mais marcante na minha carreira é o título paraense, com a presença do meu pai ao meu lado. Conquistar um título inédito para um clube do interior, por toda a dificuldade que é, com dois clubes grandes na região, Paysandu e Remo, e você conseguir desbancá-los e dar um título inédito para uma cidade no meu primeiro trabalho, foi esse o ápice até agora. Tive a oportunidade da minha mãe Elizete, da minha irmã Ariane e do meu sobrinho afilhado Gael estarem presentes no primeiro jogo dentro de casa contra o Remo, onde nós quebramos um tabu de 11 anos sem vitória contra eles, saindo na frente da finalíssima, ganhando esse jogo por 1 a 0. Esse foi um momento espetacular onde eu pude comemorar com as pessoas que eu amo. Outro momento marcante foi a vitória em cima do Goiás na Copa do Brasil, uma equipe até então de Série D enfrentando uma de Série A e você conseguir competir, fazer com que os jogadores comprem a ideia e sairem vitoriosos, fazendo história, levando o clube à terceira fase da Copa do Brasil onde todos nós sabemos da dificuldade. Posso pontuar esses dois momentos mais marcantes para mim e a vitória contra a Tuna Luso, que decretou a minha primeira vitória como treinador profissional. Nós saímos vencedores por 2 a 1 na segunda rodada do Campeonato Paraense. Eu levo essas três datas aí com bastante carinho e com certeza serão marcantes por longos anos, independente dos títulos que eu venha a conquistar. A gente fala que o primeiro a gente nunca esquece, né? Eu costumo sempre falar que campeão é campeão.

Léo Condé vê Série A com "nível muito elevado" e projeta dificuldades para o Vitória
Foto: Victor Ferreira / EC Vitória

De contrato renovado com o Vitória, o técnico Léo Condé prevê desafios significativos para o clube na Série A do Campeonato Brasileiro de 2024. Após a conquista na Segunda Divisão, o Rubro-Negro baiano retornou à elite do futebol nacional depois de cinco anos. Conforme avaliação do profissional, é natural esperar que o clube enfrente obstáculos no caminho. 

 

"O Vitória vai entrar em uma disputa de Brasileiro em que o nível está muito elevado, as equipes muito bem estruturadas. É normal ter um pouco de dificuldade neste momento de reestruturação de equipe. Mas sabemos que o clube mostrou competência nesse último ano para chegar forte", afirmou, em entrevista exclusiva ao Bahia Notícias. 

 

De qualquer forma, o comandante entende que, no primeiro momento da temporada, é preciso focar nos campeonatos regionais. O Leão não avança à fase de mata-mata do Campeonato Baiano há cinco anos e não chega à final da Copa do Nordeste há 13. 

 

"No Campeonato Brasileiro, o clube traça suas metas, mas, neste primeiro momento, meu foco total é o Baiano e a Copa do Nordeste. Vitória tem que ser protagonista nessas competições e mostrar a força da sua camisa", pontuou. 

 

Durante a entrevista, Condé comentou também sobre os episódios turbulentos de 2023, a conquista histórica da taça da Série B e a montagem do elenco para 2024. Confira: 

 

Léo, gostaria que você fizesse uma retrospectiva de 2023. Quando o ano começou, você imaginava que terminaria dessa forma, com o Vitória campeão e você idolatrado pela torcida?

Foi um ano espetacular esse de 2023. Um início muito turbulento. Cheguei em um momento muito complicado do Vitória, mas conseguimos nos organizar bem. Fizemos uma Série B inesquecível. Conseguimos manter o Vitória entre os quatro primeiros durante quase toda a competição. Se eu esperava o título? Não. Nossa expectativa era fazer um Vitória competitivo. Eram cinco anos que o Vitória não conseguia ser protagonista em uma competição. Agora, é claro que o título foi a cereja do bolo. Estou muito feliz por ter conquistado o título e o respeito da torcida. 

 

Houve algum momento em que você se sentiu inseguro em relação à continuidade de seu trabalho no Vitória? Muitos apontam aquele jogo contra o Novorizontino, no primeiro turno, como um momento chave da Série B. Dentro do clube, houve alguma sinalização de que você seria demitido em caso de derrota naquela partida?

Realmente, sabemos como é a dinâmica do futebol. Sempre, em algum momento, vai haver questionamentos. Mas sou uma pessoa muito segura do que faço e foco naquilo que tenho controle, que são os treinamentos, organização da equipe. Foi isso o que fiz durante esse período. Não deixei nada externo me influenciar. Fomos ando alguns obstáculos. Realmente tivemos momentos complicados durante a competição, o que é natural. Vai ter algum momento em que você terá tropeços. 

 

Foi a primeira vez que você conseguiu subir com um clube para a Série A. No ano que vem, o desafio será ainda maior. Se considera preparado para ajudar o Vitória a atingir a meta de se classificar para a Sul-Americana?

Vai ser um momento distinto da minha carreira. Mas já ei por isso. Quando saí das categorias de base para treinar o profissional, foi um desafio. Consegui obter êxito. Quando saí de Minas para trabalhar no interior de São Paulo, também. Conseguimos bons resultados. Quando saí da C para a B, foi outro desafio. Espero conseguir superar esse outro desafio que está por vir. É claro que o foco inicial é a disputa do campeonato estadual e da Copa do Nordeste. No Campeonato Brasileiro, o clube traça suas metas, mas, neste primeiro momento, meu foco total é o Baiano e a Copa do Nordeste. O Vitória vai entrar em uma disputa de Brasileiro em que o nível está muito elevado, as equipes muito bem estruturadas. É normal o clube ter um pouco de dificuldade neste momento de reestruturação de equipe. Mas sabemos que o clube mostrou competência nesse último ano para chegar forte. 

 

O Vitória não avança para o mata-mata do Campeonato Baiano desde 2018 e não chega a uma final de Copa do Nordeste desde 2010. Qual é a importância de retomar esse protagonismo regional? E como você avalia a base montada para o próximo ano? 

O Vitória tem que ser protagonista nessas competições e mostrar a força da sua camisa. Em relação à base montada, temos uma para iniciar o ano. O clube está se movimentando para se reforçar porque precisa. Vamos entrar em uma disputa com equipes muito estruturadas. O que fizemos de bom vamos procurar manter, principalmente no aspecto físico. Temos que ter uma equipe competitiva, com força, velocidade. O futebol atual exige muito. Aliado, é claro, à qualidade técnica. 

 

Não é você quem fecha os negócios, mas existe uma participação sua na seleção dos atletas contratados pelo Vitória. Como observa a linha de trabalho que vem sendo seguida nessa pós-temporada? 

Naturalmente, sou consultado em algumas situações. Mas vai muito pela possibilidade financeira do clube, por enxergar a chance de um retorno técnico e financeiro de algum atleta. É uma série de situações que determinam a contratação de atleta A, B ou C. O clube sabe minhas ideias de jogo, o que penso e espero de características de atletas, mas as contratações são pautadas pela condição financeira e pela análise do departamento de inteligência. 

 

Você chegou ao Vitória em um momento muito conturbado. As eliminações no Campeonato Baiano, na Copa do Nordeste e na Copa do Brasil falam por si. Agora, terá a oportunidade de começar uma temporada do zero. Se sente um pouco mais tranquilo para implementar suas ideias? O que você pode prometer ao torcedor que pretende lotar o Barradão mais uma vez em 2024?

Apesar do pouco tempo de pré-temporada, apenas 15 dias de treinamento, conseguimos ter uma equipe base. Esperamos iniciar forte, o torcedor teve um papel fundamental para o o da equipe. O que ele pode esperar é uma equipe competitiva e organizada dentro das peças que terei em mãos.

Sant'Ana mira Bahia consolidado em outros esportes e faz alerta para o futebol: "City precisa de e"
Foto: Paulo Victor Nadal / Bahia Notícias

Após comandar o Bahia no triênio 2015-2017, Marcelo Sant'Ana quer voltar a ser presidente do Bahia, agora em uma nova fase. Com a associação para manter e ao mesmo tempo lidar com o Grupo City no futebol, o candidato pensa em um futuro promissor com uma base forte de sócios e uma presença positiva em outras modalidades. Na opinião dele, trabalho e competência serão essenciais.

 

"Eu sou torcedor, mas na gestão temos que trabalhar alguns pontos. A questão dos esportes, a questão das embaixadas, preocupação com o plano de sócios, melhora na comunicação e transparência, mostrando o que o Grupo City já cumpriu em contrato, buscar fontes alternativas em receitas, procurar pouco a pouco diversificar as ações do clube para que ele finque, aos poucos, a sua bandeira como clube olímpico e social", disse, em entrevista ao Bahia Notícias.

 

Ao falar sobre o trabalho dos estrangeiros no futebol do Esquadrão de Aço, Sant'Ana apontou que faltou e da atual diretoria executiva no "ano zero" do grupo.

 

"Precisa de alguém que ajude no relacionamento e eu acho que não teve o e que ele esperava do Bahia ao longo do ano. Não estou lá dentro, não tenho representatividade para falar sobre sentimento do Grupo City e nem do Bahia, mas é um sentimento que tenho", apontou.

 

Marcelo Sant'Ana não fugiu de perguntas sobre o fato de ter sido empresário de atletas e de ter conquistado a fama de "brigão" enquanto liderou o clube azul, vermelho e branco. Confira a entrevista completa:

 


Por que você decidiu voltar a tentar a presidência do Bahia?
Foi uma decisão tomada com calma, com responsabilidade. Fui presidente no ciclo 2015, 2016 e 2017. Era um ciclo novo para o Bahia também. Fui o primeiro presidente eleito na era democrática para um mandato regular de três anos. O Bahia era um clube grande como continua, com torcida apaixonada, reconhecido nacionalmente, mas naquela época o Bahia não tinha organização, não tinha rumo. O Bahia pré-intervenção, o torcedor lembra a série de crises que o Bahia ava. A gente conseguiu, com erros e acertos, recuperar a credibilidade do Bahia, a dignidade dos funcionários e valorizar a marca do Bahia dentro do mercado. Recuperamos o patrimônio com Fazendão, Cidade Tricolor, terreno do Jardim das Margaridas... A gente conquistou todas as certidões negativas de débito municipal, estadual e federal, que na época garantiram o contrato com a Caixa e permitem que o Bahia tenha projetos com a Lei de Incentivo ao Esporte. Fomos citados por um consultor do Itaú como um dos cinco clubes do Brasil, se ele pudesse indicar, como um clube para se comprar ações. Justamente pelo trabalho de governança, transparência, comunicação que trouxemos. Além das questões de campo porque tudo tem que convergir para o resultado esportivo. Título baiano, o, Copa do Nordeste, a maior pontuação do Bahia nos pontos corridos. E o Bahia agora está no cenário com alguma similaridade. O Bahia, desde maio, tem uma SAF. É sócio minoritário e o clube precisa de um indicativo qual rumo vai tomar. Por contrato, o Bahia tem responsabilidade de cumprir o contrato com o City, colaborar com o relacionamento corporativo, mas o Bahia tem outro braço que é fincar a sua bandeira como clube olímpico e social. Em qual contexto? Em quais esportes? Como aumentar o orçamento que está previsto em R$ 4 milhões? É um contexto que o clube precisa ser posicionado. Dentro desse contexto, a gente se coloca como opção para o torcedor.


Como você enxerga o cenário de 10% no comando do futebol?
A parte de gestão no dia a dia é do Grupo City. Mas o representante do Bahia integra o conselho de istração. São cinco indicados pelo City e um do Bahia. Hoje, temos três estrangeiros e os outros dois ficam na operação do Bahia, que é o Raul Aguirre e o Cadu Santoro. A gente pretende, dentro desse conselho, pontuar a opinião do Bahia, preservar a identidade... Claro que a gente espera um crescimento da instituição, maior capacidade de investimento, profissionalismo que reflita em uma time mais competitivo e vencedor. E às vezes gosto de fazer brincadeiras para pessoa ter um cenário mais claro: um time de futebol são 11 jogadores e cada jogador representa mais ou menos 9%, que daria 99%. Se você joga com um a menos, faz diferença? Faz muita diferença. Na SAF eu entendo da mesma maneira. O Bahia tem que jogar com o time completo. Entendo que isso tem que ser conduzido dessa maneira. Defendo mais transparência e comunicação para que você reforce esse laço. A SAF existe desde maio. A gente tem a informação de que o City já pagou 60 a 70% das dívidas trabalhistas e cíveis, que era previsto. Se isso foi feito, porque não é comunicado? Isso mostra a seriedade do parceiro em cumprir o contrato. Tem uma previsão contratual de investimento mínimo em folha salarial. Está sendo feito? Por que não é comunicado? Para mim, esses pontos reforçam a parceria. Quando você sinaliza: 'o ano está abaixo, contudo eles têm feito investimentos, tem outros projetos que estão sendo implementados...', isso daria uma maior segurança para o torcedor, principalmente em ano de crise. Você daria dados objetivos e faria o papel fiscalizador. A gente acredita que isso tem que ser reforçado para o sucesso da parceria.

 

 

Por qual motivo você não tentou a reeleição após seu primeiro mandato?
Em 2017, quando a gente optou por não continuar, eu vinha cansado dos três anos de presidência. Hoje, quando o torcedor vê o clube mais organizado, as pessoas esquecem o contexto do Bahia naquela época. A gente teve que reorganizar o Bahia da porta para dentro como uma empresa. Não gosto de ficar pontuando isso, foi um momento ado, mas o Bahia não tinha fluxo de caixa. Quando perguntava quem era o sócio do Bahia, tinha que perguntar para uma empresa tercerizada... Esse era o cenário de dificuldade, aliada as viagens com o time, perdi jogos quando minha segunda filha ia nascer. Dos três anos que eu fiquei presidente, devo ter ado um ano fora de Salvador, somando viagens para o time, viagem à Brasília para resolver política, São Paulo para patrocínio, Rio de Janeiro para as questões da CBF. Para mim, o trabalho no Bahia tem que ter dedicação 100%. Isso é emocionalmente desgastante. Minha segunda filha ia nascer e eu sentia que minha esposa precisava de minha atenção. E o clube estava organizado. A gente tinha um clube campeão do Nordeste, maior pontuação nos pontos corridos, a gente tinha, dos titulares, nove jogadores com contrato... Jean, Capixaba e Zé Rafael com proposta para serem vendidos, 13º já pago, salário para pagar já no caixa do clube. O Bahia, no nosso entendimento, tava com o caminho sólido para continuar dando alegria para a gente que é tricolor. Preferi priorizar a minha família naquele momento.

 

 

Uma das suas missões será alavancar o número de sócios. Na sua gestão ada, você contratou Jorge Avancini e ele foi muito criticado. Acredita que foi um erro?
Na época ele tinha um histórico de sucesso no Internacional, o clube que tinha o maior número de sócios já registrado no futebol brasileiro e os gaúchos têm essa tradição em associação. Buscamos o profissional dentro desse contexto. O Sócio Esquadrão foi criado na nossa istração com ele como chefe. Se você entrar no site e ver a marquinha, é a empresa contratada na nossa época. A setorização é a mesma... Teve evoluções naturais, algumas ações que ajudaram, que foram o desconto da cerveja e a camisa... Na parte comercial, a gente saiu de um faturamento de R$ 2 milhões, R$ 3 milhões ano para superarmos R$ 12 milhões no último ano. De 2017 a 2023, esse número é o segundo maior. Críticas são naturais, faz parte. Nesse contexto atual, temos sim que desenvolver esse novo plano de sócio. Um conteúdo decisivo que a gente tinha, que é o o garantido, hoje está com a SAF. Mas existem outros mecanismo. A gente pode trabalhar com preços diferentes, a depender por exemplo da região que a pessoa mora , se é sexo masculino ou feminino... Você pode trabalhar com experiência, desconto em produtos, então você tem caminhos para fortalecer. Se a gente for abordar a questão da embaixada, dos sete primeiros nomes, três são de embaixada. Agora, durante a campanha, buscamos ouvir para valorizar os sócios que estão fora de Salvador... Quando eu era o presidente, a gente tinha um departamento de ligação com embaixadas, a gente sempre fazia matchday nas cidades, levando troféus, ídolos, mascote... Isso dá sensação de pertencimento para eles. A opção de comprar o produto e ele ser entregue em sua casa, é uma crítica que o pessoal que mora no exterior faz muito e ouviram a justificativa de que o frete é caro. Eles pontuam que, como moram longe de Salvador, será que não poderiam ter um benefício de uma ou duas partidas, quando abre venda exclusiva, o sócio que mora fora não pode comprar primeiro? Tem pontos de gancho que a gente pode valorizar e reconfigurar o nosso plano de sócio.


Na sua opinião, o que pesou para a queda brusca de associados no Bahia?
Sem dúvida nenhuma a falta de comunicação pesou muito. E aí eu agradeço a imprensa nesse período de eleição, que está trazendo esse debate com todos os candidatos. Aí eu uso esse dado que você trouxe. No dia da inscrição de chapa, eu estive na sede do clube junto com o candidato à vice, Rogério Gargur, e os funcionários sinalizaram que naquela época a expectativa era de ter 4500 a 5 mil sócios adimplentes, com condição de voto. A gente teve na semana ada a lista com 7800 adimplentes. Então 2800 pessoas se regularizaram em 30 dias. Pessoas que tinham mais de um ano como sócio. Esse número pode ser até maior. Então é um crescimento superior a 50% do que se tinha em 30 dias de campanha. Isso indica que a comunicação era ineficaz. Não dá pra responsabilizar o torcedor. Se o sócio não acompanhou naquela época, você tem que comunicar de forma recorrente. Você tem que comunicar sempre. Quando a gente vai para o barzinho, a gente não fala sobre os mesmos jogos do Bahia? Então você tem que trazer várias vezes o mesmo tema para no dia que a pessoa estiver disposta, ela ser saciada. A comunicação tem que ser estimulada, as redes sociais são discretas... Temos que debater isso com a profundidade que se exige para que o sócio se sinta importante. Se a gente aumenta a base de sócios, você aumenta a força do clube. A partir do momento que você fortalece o clube, no contexto dos 10%, a SAF vê a força que o clube tem pela representatividade do torcedor. Não podemos ter um descolamento tão grande. E aí eu pontuo que quando a gente criou o Sócio Esquadrão, na mesma época da parceria com as Obras Sociais Irmã Dulce, o Sócio Esquadrão era nome fantasia para você dizer que era sócio do Bahia. Era um nome comercial porque a gente ia usar o nome Esquadrão em vários produtos do clube. A ideia era ter essa marca comercial. Quando teve o desmembramento, o Bahia não criou um nome fantasia e as pessoas foram acostumadas a dizer que eram Sócio Esquadrão, acharem que eram sócios do Bahia. E hoje não é mais assim. É responsabilidade do clube comunicar. Você tem que dar isso mastigado ao sócio.

 


Você foi pioneiro nas questões de responsabilidade social com a parceria nas Obras Sociais Irmã Dulce. Como pretende seguir esse caminho se for eleito?
A gente iniciou esse trabalho com Irmã Dulce em outubro de 2015. A gente sentia a importância do Bahia devolver à comunidade esse carinho. Quando a gente fala de Bahia, a gente fala de baianidade. A situação é recíproca. Depois a gente teve avanços com a UNICEF, focado na formação pessoal dos atletas... Acredito que o Bahia teve um avanço nos últimos anos, mas vou continuar a ser transparente. Não acho que são concorrentes, mas prefiro que o Bahia seja reconhecido como clube vencedor, um clube campeão e que dê alegria ao seu torcedor, preferencialmente no futebol. Quando o Bahia foi fundado em 1931 por dissidentes da Associação Atlética e do Bahiano de Tênis, ele foi fundado para ser um clube de futebol. Ao longo dos anos teve sucesso em outras modalidades, mas o coração do clube é o futebol. Dá para trabalhar responsabilidade social e o sucesso esportivo de maneira que ambos valorizem a marca. Mas em qualquer dividida, o lado esportivo vai prevalecer.


Você tem sido questionado pelo fato de ser empresário de atletas. Como está a sua situação e a da sua empresa?
Era minha empresa. Agradeço pela pergunta porque é um tema que as pessoas têm duvida. E se as pessoas têm dúvida, quem está se colocando à disposição, tem que esclarecer. Não sou mais empresário de atleta, minha carteira não foi renovada. A FIFA mudou o sistema de regulamento de transferência e agenciamento de atletas. De imediato, algumas cláusulas foram implementadas e estão em vigor desde 1º de outubro. Para ser agente de jogador, você tem que ser agente FIFA. Só tem dois caminhos para ser agente FIFA: se até abril de 2015 você era agente FIFA e agora é fazer a prova para agente FIFA. Teve a prova em setembro e eu não fiz já visualizando essa possibilidade de ser presidente. A FIFA não reconhece mais pessoa jurídica, só pessoa física. Então a empresa não pode mais operar no mercado do futebol porque a FIFA e a CBF não reconhecem mais. A Fifa mudou a lei em dezembro de 2022. Alguns pontos já valeram de imediato e os demais valeram a partir de 1° de outubro. Não sou mais sócio, já foi registrado na junta comercial, não tenho participação no quadro acionário. Agora é só o Marcelo Barros e o que ele vai fazer com a empresa, é decisão dele. Fazendo um comparativo, embora eu ache que não tem nada a ver, eu fui dono de uma empresa por quatro anos. Fizemos marketing esportivo, trabalhava para comunicação de atletas, prestava consultoria aos clubes. Só tive dois atletas no Bahia em quatro anos e um único atleta em divisão de base. Quem comprou o atleta foi o Grupo City, que foi o Thiago. De maneira bem transparente, esse atleta rendeu ao Bahia um lucro líquido de R$ 7 milhões de reais. Foi o que rendeu. O Tillemont, a empresa que ele trabalhou por 20 anos, A Antonius, tinha entre 15 a 20 jogadores no Bahia, no sub-15, sub-17, júnior e profissional. Na época, ele que responderia pelos jogadores da própria empresa. Hoje quem determina é o City. Agradeço quando a imprensa faz esse questionamento, mas eu acho curioso quando os concorrentes falam. Porque se eles acham que tem esse conflito de interesse, poderiam ter impugnado minha candidatura. Se eles colocam minha idoneidade em xeque, eu fui presidente do Bahia por três anos e digo com tranquilidade que provavelmente sou o único presidente de 2000 para cá que deixou o Bahia tem ser nenhuma ressalva nas prestações de contas. Nunca foi questionado sobre minha honestidade. Se alguem quer questionar agora, está no direito e qualquer um faz sua campanha como entende. Mas não coloque apenas a minha, coloca a do próprio parceiro, o City. Alguém para fazer uma coisa errada, tem que fazer em parceria com alguém, principalmente quando você não tem a caneta. E eu, Marcelo Sant'Ana, acredito no Grupo City.

 

O candidato Leonardo Martinez acredita que o investimento do City pode mudar a depender do "ambiente" com o presidente eleito. Acredita nessa teoria?
Não entendo o que o candidato quis dizer sobre esse posicionamento. Cada um tem suas ideias, mas acreditava que a relação com o City era regida por um contrato. A partir do cumprimento desse contrato, é que entram questões de relacionamento que podem potencializar ou não as outras relações. Eu conheço o City desde 2016, que é quando fui pela primeira vez em Manchester. Tenho contato regular desde outubro de 2019 pelas minhas outras atividades. Não entendi a abordagem do outro candidato. Mas acredito na seriedade do City, confio que eles podem dar resultado que a gente espera, embora esse primeiro ano esteja abaixo da expectativa. Pessoalmente enxergo que eles perceberam durante o ano que a abordagem inicial foi equivocada. Porque a gente vê a mudança no perfil de jogador que chegou entre janeiro e abril para os jogadores que vieram na segunda janela. A partir da saída do Renato Paiva e a chegada de Rogério Ceni, você vê a mudança do perfil de liderança. Se trouxe um treinador que conhece o Brasil, com histórico de jogador, foram mudanças perceptíveis na linha de gestão. Tomara que essas mudanças representem a nossa continuidade na Série A.

 

O Grupo City está em seu "ano zero" e vive um processo de adaptação. Como você pretende colaborar?
Sua pergunta é bem precisa. É um ano zero, de transição, de conhecer coisas novas. Ele está dizendo que precisa de e. Precisa de alguém que ajude no relacionamento e eu acho que não teve o e que ele esperava do Bahia ao longo do ano. Não estou lá dentro, não tenho representatividade para falar sobre sentimento do Grupo City e nem do Bahia, mas é um sentimento que tenho. O City, anos atrás, tinham quatro funcionários do Brasil. Agora, se contar futebol masculino, feminino e base, são 400 funcionários aqui. Olha a mudança. O City é um grupo global com 13 clubes, experientes, com trajetória. Em Manchester eles são donos do clube e lidam com outros anos. O Campeonato Espanhol hoje tem o Girona, que o City é dono e La Liga é uma liga privada. Na MLS é uma liga privada e o New York City é privado, do City. No Brasil, a relação do Bahia é de privado com uma associação e quem controla o campeonato é a CBF, uma entidade política. No Brasil não é exatamente igual a vários contextos que eles trabalhavam. Tem algumas particularidades que se você não se adaptar, chega a conta e tem arestas a aparar. Eles precisam e desejam ter um relacionamento mais fácil.


Muitos dizem que o presidente Bellintani abandonou o clube. Qual a sua visão sobre a gestão dele?
Não posso usar a palavra "abandonou". Que ele não está se comunicando, sendo parceiro do torcedor na transparência do contrato, que a gente não sabe se foi feito encaminhamento, isso eu posso dizer. Usar a palavra "abandonado"... Acredito que os funcionários estão tentando fazer o seu trabalho, caberia ao Conselho Deliberativo ter uma postura mais firme na cobrança. Me preocupa é que projetos de lei de incentivo costumam ser apresentados em um ano para captar recurso no outro ano. Se o Bahia não apresentou projeto esse ano, no ano que vem a gente fica com a captação limitada. É um tempo que você perde. Você não contrata jogador sem saber quem vai ser o próximo presidente? Por que você não pode apresentar um projeto? Poderia discutir com o torcedor o papel da associação. Não poderia chamar o sócio para discutir o papel do Bahia? Quais esportes trabalhar? Quais as necessidades? Fazer uma pesquisa, marcar reuniões na Fonte Nova, fazer um debate público, um brainstorm. Até para se manter a mobilização. Poderia chegar dar uma série de possibilidades já discutidas. E isso não foi feito. Tomara que tenha uma reunião final de ano e a gente saiba o que foi feito nos últimos meses.

 

Você visitou a sede da associação. O que achou?
Quando fui lá, o coração ficou apertado. Quando deixei a presidência, contando com os atletas, eram 296 funcionários. Nessa visita, pude conhecer seis funcionários e é um contexto bem diferente. São duas salas comerciais, é um contexto diferente. O orçamento previsto é de R$ 4 milhões, a gente tem que ampliar essa receita. Temos que associar o Bahia no Ministério do Esporte e Comitê Brasileiro de Clubes. O Bahia tem que se aproximar da iniciativa privada para buscar patrocinadores, a gente tem que aumentar essa capacidade da associação para ter um trabalho mais assertivo nos outros esportes. Divido em alto rendimento, oportunidade de mercado e um lado mais de visibilidade, que é o apoio a atletas e competições. O esporte competitivo é um custo alto, necessita de infraestrutura. De maneira adequada, teríamos o Ginásio de Cajazeiras e a Arena Poliesportiva de Lauro de Freitas. Em alguns casos, o piso e as dimensões não são adequadas. Um esporte coletivo vai exigir custo fixo com atletas, comissão técnica, departamento comercial... No NBB, que é o Campeonato Brasileiro de Basquete, para se ter um time competitivo é R$ 2,5 milhões anos. O Flamengo investe de R$ 6 a 8 milhões. A Associação tem R$ 4 milhões de orçamento, não dá para fazer um esporte competitivo no curto prazo. Tem a sinalização da prefeitura de construir uma Arena Esportiva na Boca do Rio. Se tiver, seria interessante o Bahia ter autonomia da gestão do seu conteúdo ou do dia de evento, que aí você começa a ter receitas anexas com bilheteria, exploração de espaço publicitário, de repende com alimentos e bebidas, talvez estacionamento. Então temos que ter discussões equilibradas. 

 

Você viveu embates fortes com a CBF e a FBF. Essas situações lhe deram a fama de "brigão". Acha que brigou com razão? Exagerou?
Eu tinha 33 anos na época, tenho 42. Estou mais experiente, mas tenho a mesma determinação de defender os interesses do Bahia. Se tiver que brigar com A,B e C para defender o interesse do Bahia, não tenha dúvida que Marcelo Sant'Ana vai continuar com o mesmo posicionamento.  A partir do momento que você é o presidente, o torcedor espera que você defenda o clube, mesmo que isso te desgaste. Você tá ali para defender a instituição, não para pipocar. A omissão o torcedor já viu aonde leva o Bahia. Fui presidente do Bahia durante três anos e conheci quatro presidentes da Arena Fonte Nova. Será que a dificuldade era no Bahia ou na própria gestão do equipamento. Esse contrato que a gente brigou, o Bahia na época tinha um faturamento garantido de R$ 10 milhões e no nosso primeiro ano faturamos R$ 12,5 milhões, diminuiu o mínimo garantido, mas faturamos 12 milhões. Esse contrato renegociado permitiu a loja e museu do Bahia, que na época a gente não tinha capacidade financeira de fazer, mas a gestão de Guilherme fez. Trabalhar pelo Bahia às vezes gera desgaste. O Bahia era um clube que não era respeitado no mercado, tinha fama de mal pagador. Vou permitir que a pessoa não respeite o clube? Vou reposicionar e esse reposicionamento deixou muita gente desconfortável. Muita gente que tava na zona de conforto se beneficiava e ai tirou muita gente da zona de conforto. Muita gente não gosta de ver o Bahia protagonista, não. O Bahia é o maior clube da Bahia, mas tem outros clubes que buscam o seu espaço. E quando o Bahia cresce, incomoda. Cada um tem seu objetivo. Se eu voltar a ser presidente, vou respeitar todos os contratos que o Bahia assinou, mas vou defender o interesse do Bahia acima de qualquer coisa.

 

Como valorizar a marca do Bahia e cuidar da sua torcida que é nacional? Dizem até que o Bahia é o mundo.
Eu prefiro que o Bahia seja o mundo se ele ganhar o Mundial de Clubes. Dizer que o Bahia é o mundo na oratória é bonitinho, mas a gente tem um longo caminho a percorrer. Claro que se você botar isso como uma visão, é bacana, mas vamos estruturar, fazer cada coisa em uma área para fazer com que o clube seja nacional, dispute o mundial. Eu vou achar legal. Eu sou torcedor, mas na gestão temos que trabalhar alguns pontos. A questão dos esportes, a questão das embaixadas, preocupação com o plano de sócios, melhora na comunicação e transparência, mostrando o que o Grupo City já cumpriu em contrato, buscar fontes alternativas em receitas, procurar pouco a pouco diversificar as ações do clube para que ele finque, aos poucos, a sua bandeira como clube olímpico e social. Já tivemos grandes baianos no esporte e não conseguiram mudar a cultura. Ricardo, do vôlei de praia, para mim é o maior atleta da história da Bahia. Ele é ouro, prata e bronze em olimpíada. Ricardo nunca treinou em Salvador porque não tem cultura. É por falta de qualidade? Ele treinou na Paraíba e agora treina a equipe do México. Ana Marcela Cunha, Popó... Se eu começar a falar, vai aumentar a lista. Pouco a pouco o Bahia vai apoiar pela força da marca. O torcedor vai exigir a excelência porque o Bahia nasceu para vencer.

 

Como você projeta o futuro da associação?
A gente quer um clube mais forte, já posicionado em duas modalidades esportivas de uma maneira interessante, um clube podendo podendo produzir conteúdos e eventos em Salvador de excelência, valorizando o clube, tendo um plano de sócio estruturado e um clube disputando, no futebol profissional masculino, com capacidade entre os oito e dez do Brasil e no mata mata chegando aonde não chegamos, tentando algo mais. Tinha essa expectativa depois que saí da presidência, mas não vi. Então acho que a gente tem a possibilidade de atingir isso que a gente deseja. A gente tem visto outros clubes, Fortaleza, Athletico, clubes fora do eixo. Os mineiros estão aí, os gaúchos, temos que ser mais competentes e eficientes.

 

Faça as suas considerações finais.
Peço que conheça todos os candidatos, com suas ideias e propostas. Relembre o Bahia que a gente tinha antes da intervenção e antes da democracia. Esse Bahia que ajudamos a transformar, entre erros e acertos, temos as nossas dificuldades, mas fizemos esse clube crescer, tenho certeza que vocês viveram com a gente. Agora é um momento de construção do Bahia olímpico e social e fortalecimento no futebol profissional. A SAF, para ser completa, precisa que o Bahia saiba como participar e saiba se posicionar representando o interesse do torcedor e o contrato que foi assinado. Se você confia na gente, Marcelo Sant'Ana 31, junto com Rogério Gargur, e no Conselho Deliberativo, Revolução Tricolor, número 131. Obrigado, vamos em frente e Bora Bahêa!

 


Foto: Paulo Victor Nadal / Bahia Notícias

Verhine planeja melhoria na relação com torcida do Bahia e mira associação com R$ 22 mi de orçamento em 2026
Foto: Paulo Victor Nadal / Bahia Notícias

Economista com anos de experiência na presidência do Conselho Fiscal do Bahia, Marcus Verhine foi mais um candidato à presidência do Esquadrão de Aço entrevistado pelo Bahia Notícias. Dono de um perfil técnico e com muita discrição, o gestor financeiro pensa em uma gestão participativa para a associação no triênio 2024-2026. Para ele, o principal caminho é escutar os sócios e entender o que é preciso para um futuro positivo.

 

"Tem que ser feito um planejamento estratégico e no dia 31 de janeiro tem que ser apresentado. Vamos fazer um workshop com os sócios e as sócias para coletarmos informações e desenvolver o nosso planejamento. Vamos criar um canal de escuta para levar contribuições para a SAF, ouvindo questões específicas de ibilidade, nossa cultura... Além disso, eles serão consultados sobre a modalidade esportiva que vamos abraçar. Estamos tendo o cuidado de não anunciar o esporte que vamos abraçar por causa disso. Vamos fazer um levantamento, consultar os sócios, fazer o estudo de viabilidade, levar para o Conselho Deliberativo e aí sim vamos abraçar", explicou.

 

Conhecedor das finanças, Verhine quer fazer uma "escadinha" na receita da associação, que vai começar praticamente de baixo a partir do ano que vem. A missão é fechar o último ano de mandato com R$ 22 milhões. 

 

"Nosso primeiro ano não vai ter resultados expressivos, será um ano de planejamento. Vamos buscar a captação, que não é simples... Não vamos ter um boom, mas estimamos uma receita de R$ 7,5 milhões no primeiro ano, no segundo ano R$ 14 milhões por conta dos esportes e no terceiro ano estamos estimando R$ 22 milhões", indicou.

 

Marcus Verhine também falou ao BN sobre a sua luta para colaborar na democratização do clube, sua experiência na visita ao Manchester City, a relação com o futebol e a cobrança pela participação dos associados no pleito do próximo sábado (2). Leia a entrevista completa:

 

Marcus, fale um pouco sobre a sua história com o Bahia e a motivação para se tornar presidente.
Eu sou um tricolor apaixonado como todos. A ligação vem desde a infância e aprendi no jogo contra o Santa Cruz [1981] que o impossível não existe e na semana ada, contra o Corinthians, mostramos que isso faz parte. Depois de muito tempo acompanhando nas arquibancadas, torcendo muito, acompanhando o título de 88, diversos jogos, ei a lutar pela democracia no clube. Fiz parte da Associação Bahia Livre, organizamos eatas, participei da manifestação dos 50 mil em 2006, participei da organização da Conferência Gigante Tricolor em 2008 e em todo o processo da intervenção... De 2013 para cá, participei do Conselho Deliberativo e durante seis anos fui presidente do Conselho Fiscal do clube. Acompanhei todo o processo de construção da SAF, conheço bem o contrato, meu vice Rogério Silveira conhece mais a fundo e temos condições de fiscalizar o contrato, mas a intenção também é agregar valor, vamos criar um canal de escuta com o sócio para que o nosso time seja bem sucedido em campo.

 

Como foi o seu trabalho dentro do Conselho Fiscal do Bahia?
Foi um processo longo. O Bahia, após a intervenção, iniciou uma nova era de transparência. Muitos esqueletos estavam escondidos e os conselhos fiscais tiveram esse desafio. O primeiro foi o mais difícil porque enfrentou questões que ninguém sabia. Apareciam dívidas que a gente não sabia que existiam. Também acompanhei o processo todo e vi o desafio que o Conselho Fiscal da época enfrentou. Depois foi a questão de controle das contas, ver se os dados eram lançados, se isso refletia nos balanços. Depois acompanhei o processo de consolidação já com um mecanismo de acompanhamento chamado DRO, chancelado pela APFUT, o que ficou mais fácil de acompanhar. Tem questões específicas que fogem um pouco ao senso comum, como a amortização de e de atletas, questões que acompanhamos. Nessa última gestão, o grande desafio foi a SAF, mas antes da SAF tivemos uma oportunidade de participar do acordo do Opportunity. Entendo que esse foi o maior erro recente da história do clube ao ser assinado em 2006. De forma resumida, o Bahia topou adquirir o controle do BASA pagando R$ 4 milhões, só que o clube estava na Série C e não tinha recursos. Comprometeu a receita de venda de atletas entre 2009 e 2023 para rear ao Opportunity. Essa dívida era monstruosa, o Bahia foi à Justiça, teve uma briga grande, chegou a ganhar. Por conta disso, essa dívida não tinha sido contabilizada no balanço e finalmente, nos últimos anos, o Opportunity conseguiu reverter e já havia uma possibilidade real do clube ter que arcar com essa dívida, que já girava em R$ 116 milhões. Então foi muito importante esse acordo, me especializei nesse acompanhamento e foi uma felicidade ter esse acordo. Esse acordo viabilizou a constituição da SAF. Uma dívida histórica foi resolvida. Sobre a SAF, o que a gente acompanhou é que houve uma mudança enorme nas contas do clube. Isso está atendendo às expectativas. O clube teve um ivo muito maior que o ativo, então sempre tinha um saldo devedor. Logo após o closing, com o pagamento das dívidas da SAF, isso já inverteu. Hoje o Bahia tem um patrimônio positivo, o que é uma coisa histórica. Fiquei até emocionado quando vi. Já foram pagos R$ 200 milhões em dívidas e isso teve um impacto significativo nas finanças do clube.

 

Como melhorar a comunicação com o sócio do Bahia?
O desafio é grande, mas entendemos que é possível melhorar a comunicação com o sócio, fazer eles entenderem o papel deles e do clube. A função é engajá-los. Tem que ser feito um planejamento estratégico e no dia 31 de janeiro tem que ser apresentado. Vamos fazer um workshop com os sócios e as sócias para coletarmos informações e desenvolver o nosso planejamento. Vamos criar um canal de escuta para levar contribuições para a SAF, ouvindo questões específicas de ibilidade, nossa cultura... Além disso, eles serão consultados sobre a modalidade esportiva que vamos abraçar. Estamos tendo o cuidado de não anunciar o esporte que vamos abraçar por causa disso. Vamos fazer um levantamento, consultar os sócios, fazer o estudo de viabilidade, levar para o Conselho Deliberativo e aí sim vamos abraçar. Também vamos redesenhar o plano de sócios, com novos parceiros, não só com descontos e sim experiências. Uma visita ao centro de treinamento, visita ao jogo... Vamos colocar também as embaixadas, que também servem como canal com os torcedores do interior. Elas também vão poder identificar parceiros no plano de sócios. Nosso primeiro ano não vai ter resultados expressivos, será um ano de planejamento. Vamos buscar a captação, que não é simples... Não vamos ter um boom, mas estimamos uma receita de R$ 7,5 milhões no primeiro ano, no segundo ano R$ 14 milhões por conta dos esportes e no terceiro ano estamos estimando R$ 22 milhões. Essa é a nossa rampa de receita.

 

Você sempre apresentou um perfil técnico, distante dos holofotes, mas se vê obrigado a apresentar um perfil político. Como tem sido?
Tem sido uma recepção boa. Nos últimos seis anos eu ocupei o Conselho Fiscal e até agradeço aos jornalistas por entenderem o meu papel, que não pode comentar nada sobre questões do clube. Entendo que é até uma coisa enfadonha falar de um parecer do Conselho Fiscal, que é uma questão muito técnica. Entendo que não ser uma pessoa da comunicação, fizemos uma comunicação institucional, com pareceres trimestais, estabelecemos uma parceria boa com o Conselho Deliberativo e a Diretoria Executiva. Tenho trânsito entre os grupos tricolores e o respeito deles. Entendo que no dia 2 de dezembro já podemos conversar com outros grupos e os candidatos para trabalhar nesse modelo de construção do clube. Sempre dou o exemplo de Pernambuco com o Porto de Suape. O Estado abraçou o Porto, independente do partido no poder. Precisamos desse norte. Esse planejamento tem que ser feito com a participação de todos para que se sintam representados. Caso eu saia e outra pessoa assuma, ela vai seguir essa trilha e não retroceder. Entendo que posso reunir os grupos, mesmo não tendo essa relação com a mídia. Acredito que tenho condição de reunir os grupos.

 


Como fazer com que o sócio do Bahia não tenha dificuldades já sofridas no ado?
Eu tava até comentando com o pessoal. Entrei na luta pela democratização do Bahia em 2004, mas só me tornei sócio em 2008. Fiquei quatro anos esperando. Na época do distrato com o Opportunity, não consegui participar da assembleia na Sede de Praia. Tentei convencer os sócios a não aprovar aquela loucura, mas não deu certo. Nessa época só era sócio quem ava por um filtro. Era uma coisa incrível. Não é a mesma coisa agora, mas está tendo uma falha de comunicação grande. Após o closing, muitos sócios não sabiam que eram mais sócios, outros achavam que não eram mais. Entrei em contato com uma pessoa e achava que ela ia poder votar, fui verificar e ele não é mais sócio da associação. Foi uma situação muito complicada na comunicação. Isso tem que ser alterado. A medida é criar um plano de comunicação específico, que seja fácil de explicar e mostrar o papel deles nesse processo.

 

Como promover a inclusão dentro do clube?
Lembrando que o clube tem sete funcionários, só para todos estarem na mesma página. O clube tinha um orçamento de R$ 200 milhões. Em 2019, no último ano normal do Bahia, se a gente atualizar os valores, a de R$ 200 milhões. Você sai desse patamar para R$ 4,5 milhões. O corpo de funcionários mudou muito. São sete funcionários, está prevista a contratação de um gerente de projetos e ele vai ter papel fundamental na captação de recursos. Ele será selecionado de forma aberta ao mercado, não será indicação minha, terá metas a cumprir. A ideia nossa é dar diversidade. As pessoas às vezes confundem, acham que é política partidária e não existe isso. Um ambiente que tem diversidade está propício a inovação. Uma empresa que aposta na diversidade cresce, os funcionários ficam satisfeitos. As pessoas querem isso das organização. É uma questão de recursos humanos e vamos abraçar, até porque temos compromisso em uma sociedade melhor. Vamos aderir ao selo da diversidade étnico-racial da Prefeitura de Salvador, vamos aderir ao pacto global da ONU. Todas as organizações grandes do planeta fazem parte e você tem que fazer parte. Eu trabalho na Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB) e ela é signatária, o SEBRAE também é. Não há custos para o Bahia, mas é a sinalização de compromisso com essa agenda, que é importante, pensando na parte prática, para a captação de recursos. O relatório de sustentabilidade também é importante, vamos procurar grandes empresas para participar e elas exigem das organizações. Tem que estar documentada, seguindo os indicadores. Será uma ferramenta de gestão e captação de recursos.

 


Como você enxerga os 10% do Bahia dentro da SAF liderada pelo Grupo City?
É importante esclarecer. o Bahia tem 10% da SAF, mas ele participa do Conselho de istração, que é composto por quatro pessoas, três são indicadas pelo City, sendo que são representadas por uma pessoa chamada Alexandre Nogueira e a outra é o presidente do clube. Esse conselho se reúne a cada três meses, recebe relatórios mensais da diretoria de futebol, ele aprova o trabalho de futebol, tem o a todos os contratos, ele opina sobre as contas e ele é responsável também pela governança da SAF. Em agosto, o Conselho Deliberativo indicou o seu representante no Conselho Fiscal da SAF. O representante foi eleito pelo Conselho Deliberativo e até hoje não tomou posse. Os outros dois membros do Conselho Fiscal, indicados pelo City, já tomaram posse. Por que que o representante do clube não tomou posse? O conselho de istração poderia ser convocado de forma extraordinária e o presidente do clube pode fazer a convocação e poderia ter atacado essa questão. Ele é responsável pela governança e é importante que o Conselho Fiscal da SAF funcione. Por enquanto, ele está capenga. Ele pode influenciar no futebol, recebe relatório mensais, ele vai acompanhando o plano de trabalho, ele sabe os jogadores que serão contratados... Ele vai cobrar o planejamento. Se não estiver entregue, ele vai cobrar.

 

Como você avalia o processo de gestão de Guilherme Bellintani?
Até o closing, eu estava no Conselho Fiscal até outubro... Até o closing existiu um trabalho grande na transição, que não foi fácil. Houve uma migração de ativos e ivos de um dia para outro, não é exagero. Vão de vez. Então é uma operação complexa, tudo tem que ser lançado de forma correta. Depois do closing, vejo Vitor participando dessa transição, mas o clube de fato ficou em segundo plano. Foi contratada até uma empresa pra fazer essa comunicação com os sócios, mas não foi bem sucedido. Como falei, a questão do Conselho Fiscal da SAF não tem explicação porque não aconteceu. É papel do presidente do clube zelar. Também acompanhei as reuniões do Conselho Deliberativo e vi vários conselheiros querendo discutir o futuro do clube, mas não aconteceu. A diretoria tinha o modelo de fazer o "Repensando o Bahia", mas não foi feito. A gente vai fazer isso, mas poderia ser feito agora. Era o momento ideal para fazer. Acredito que deixou a desejar.

 

Na função de presidente do Conselho Fiscal, você esteve em Manchester para representar o Bahia. Como foi a experiência?
Foi uma experiência muito interessante. Chegamos lá na quinta-feira e o jogo foi no sábado. Visitamos o centro de treinamento do City, conversamos com vários membros de diretoria, tivemos várias reuniões... Ficou claro para mim a importância do matchday, que é a terceira maior receita do City. Eles exploram todos os espaços do estádio para levantar recursos, experiências... A inclusão com áreas de ibilidade, espaço para pessoas com autismo. É um espaço que junta a comunidade local. Os campos são perfeitos e um dos campos, que está até em azul, é para a comunidade. Tem muita gente empregada da comunidade e eles pagam acima do teto. Há um senso de pertencimento e eles têm um item de sustentabilidade, da relação com a cultura. O interesse deles aqui é de longo prazo, não é uma questão limitada ou comercial apenas. A divisão de base do Bahia já tem a capoeira, que é um esporte não olímpico. Eles têm o cuidado de identificar com a nossa cultura. Temos as cores do nosso estado, uma história linda, o primeiro representante do Brasil na Libertadores, primeiro campeão brasileiro, temos um sistema democrático perfeito. Entendo que eles têm essa preocupação. Tanto que tiveram uma reunião aqui e ficaram maravilhados com a torcida. O pessoal ficou atrás da Bamor e ficou louco. Eles sabem que aqui é diferente e entendem que aqui há uma possibilidade real de ter um novo Manchester City.

 

A sua campanha solicitou ao Bahia a inscrição no Comitê Brasileiro de Clubes. Qual a importância dessa adesão?
São os três grupos que me apoiam, o +Bahia, Independente Tricolor e O Bahia é de Todos e Todas que fizeram essa solicitação e que foi abraçada pela mesa do Conselho Deliberativo. É importante a gente ingressar o mais rápido possível no Comitê Brasileiro de Clubes. Eles recebem recurso da loteria e outra parte é direcionada para o Comitê Brasileiro de Clubes Paralímpicos. O primeiro ano é de adaptação, você não consegue recurso de imediato. Os recursos começam a chegar no segundo ano, com viagens e questões específicas para os esportes que vamos abraçar. Então será uma importante fonte, mas não será a única e nem a principal. A nossa principal fonte será de parcerias com empresas privadas, já fizemos o mapeamento, vamos propor projetos, procurar os parceiros do City, que já sinalizaram interesse. Há interesse de fincar raízes aqui. Vamos explorar o matchday e na sequência, no último ano de gestão, para ter o nosso espaço próprio. Será um local para o sócio e a sócia usufruir.

 


Particularmente, você tem alguma preferência por algum esporte?
Tem modalidades que eu gosto bastante, não queria antecipar, mas vou responder... Quando eu era adolescente, andava de skate. Um escudo do Bahia no skate ficaria lindo. Tem muitos atletas talentosos que precisam de apoio, então tenho um carinho especial. Mas vou ouvir o sócio e a sócia. Temos uma ligação boa com o basquete, mas é uma questão que será ouvida pelo sócio e sócia. A decisão será técnica.


Você sempre fala em gestão participativa no Bahia. Como promover unidade com tantos grupos?
Acredito que todos devem participar desse modelo de atuação. Caso eu não seja eleito, estarei à disposição para ajudar. Lutei dez anos pela democratização do clube. Sempre foi assim. As assembleias gerais, que eram bem tumultuadas, nós organizávamos e tomávamos a rasteira da presidência. Mas a gente queria organizar porque a gente não aceitava. Mesmo que a gente não conseguisse aprovar o que conseguia. Minha vida foi e está sendo de dedicação ao clube. Acho que todos os grupos precisam estar envolvidos e por ocupar uma questão mais técnica, no Conselho Fiscal, me dá uma facilidade de conversar com diferentes grupos. Os candidatos me respeitam nos debates, não vi ninguém me atacar, sabem meu histórico e entendo que posso conversar com os quatro.

 

O Bahia perdeu muitos sócios recentemente. Você teme um esvaziamento na votação do sábado?
Tenho essa preocupação. Na última assembleia geral, foi um número muito pequeno, bem reduzido. A votação foi baixíssima. Houve uma falha de comunicação e tem gente que não sabe que é sócio. Lutamos muito pela democratização do clube, então é importante que o sócio participe e viva o clube, pois precisamos estar fortes, fiscalizar a SAF e também viver o Esporte Clube Bahia. É o nosso patrimônio, carrega nossas cores e precisa ser fortalecido sempre. Peço que o sócio participe e se possível, vote no 88. 

 

Como você sonha a associação em 2026?
Sonho com um caminho claro, legítimo, que todos saibam o caminho a ser trilhado, com um projeto de ginásio já apresentado e com pelo menos 20 mil sócios em dia fiscalizando, participando ativamente da vida do clube e o nosso time se destacando em campo.

 

Deixe suas considerações finais.
Nação Tricolor, estamos chegando na reta final de campanha, estamos construindo um novo modelo. Precisamos de todos os sócios e sócias nesse projeto. Reúno as condições para tocar esse projeto, tenho competência técnica, sou gestor, economista, tenho história no clube e um projeto a ser apresentado. Gostaria que todos se juntassem ao 88. Não se esqueçam da segunda estrela. Bora Bahêa! 

 

Foto: Paulo Victor Nadal / Bahia Notícias

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