Comunidade teme retaliações por participar de audiência do caso Elitânia
Por Bruno Leite / Matheus Caldas
A primeira audiência de instrução do caso de feminicídio contra a jovem Elitânia de Souza Hora, ocorrido em novembro do ano ado (leia mais aqui), aconteceu na última quinta-feira (13) (leia mais aqui). No entanto, segundo apurado pelo Bahia Notícias, pessoas da comunidade de Tabuleiro, na zona rural de Cachoeira, deixaram de ir à audiência por medo de represália da família do réu, José Alexandre os Góes Silva, suspeito de matar a estudante.
Dois ônibus foram fretados para transportar as pessoas até o local da audiência. Os veículos, contudo, não estavam lotados. Parte das pessoas tem medo de represálias da família do acusado, que é filho de José Goes Silva Filho, juiz da 1ª Vara da Fazenda Pública de Juazeiro. “Só em falar o nome do pai de Alexandre já é uma ameaça”, disse uma fonte consultada pela reportagem.
A audiência estava marcada para acontecer às 11h, no Fórum de Cachoeira. O julgamento, porém, só teve início por volta das 15h40, muito por conta de uma queda de energia que aconteceu na sala da sessão. Pessoas próximas à família creem que a ideia “era dispersar a imprensa, os estudantes e os quilombolas”. Com o ar do tempo, algumas pessoas que protestavam pela morte de Elitânia foram embora.
Na audiência, apenas as testemunhas de acusação foram ouvidas. José Alexandre não foi ouvido, tampouco as testemunhas de defesa – que devem ser ouvidas por precatória.