Carlos Lupi diz que descontos indevidos a aposentados do INSS só foram descobertos por ação do governo atual
Por Edu Mota, de Brasília
Com a presença expressiva de deputados e senadores do PDT, partido que preside, o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, iniciou sua participação em audiência na Câmara fazendo um longo relato de avanços conquistados pelo governo Lula desde o início de 2023. O ministro comparece nesta terça-feira (29) a uma audiência pública da Comissão de Previdência, Assistência Social e Família da Câmara.
Carlos Lupi já havia sido convidado à Comissão antes de se tornar pública investigação sobre descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas por associações. O ministro manteve a ida à Câmara, e prometeu explicar os detalhes da investigação, além de responder a todas as perguntas que forem feitas.
Na sua fala, o ministro afirmou que jamais deixaria comparecer ao Congresso para dar explicações sobre sua pasta. Lupi disse que está presente nesta terça também para defender os aposentados e pensionistas brasileiros.
"A minha postura de vida, 42 anos de vida com todas as certidões atualizadas e negativas hoje. Em 42 anos de vida pública, nunca me escondi", disse aos deputados presentes na Comissão.
Em meio à apresentação de números da sua gestão, Carlos Lupi falou que as eventuais fraudes nos descontos de aposentados só foi descoberta por conta de investigação realizada pelo atual governo.
"Nenhum governo havia feito qualquer investigação interna no INSS sobre essa questão dos descontos", disse o ministro.
Na manhã desta terça, o Diário Oficial da União publicou um despacho decisório do INSS suspendendo oficialmente os acordos de cooperação técnica com associações e institutos que descontam em folha mensalidades associativas de aposentados e pensionistas.
De acordo com o despacho, a suspensão ficará válida até "ulterior reavaliação de sua regularidade e conformidade com as normas vigentes, bem como de quaisquer rees às entidades partícipes dos ajustes". O texto é assinado pela presidente substituta do INSS, Débora Aparecida Floriano.
O INSS também fará uma "análise criteriosa dos referidos acordos", com o objetivo de verificar "a regularidade do cumprimento dos ajustes celebrados e propondo, se necessário, medidas corretivas ou a rescisão definitiva dos instrumentos".