Presidente do Ibama aprova plano da Petrobras e contraria parecer técnico
Por Redação
O presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Rodrigo Agostinho, aprovou nesta segunda-feira (19) o Plano de Proteção e Atendimento à Fauna Oleada (PPAF), apresentado pela Petrobras para operações na Foz do Amazonas, localizada na Margem Equatorial brasileira. A autorização foi concedida mesmo diante de parecer técnico da própria autarquia que aponta falhas no planejamento e insuficiência para mitigar impactos ambientais.
O plano da estatal integra o Plano de Emergência Individual (PEI) para atividades de pesquisa sísmica no Bloco FZA-M-59. Entre as medidas previstas estão a instalação de estruturas de atendimento à fauna oleada nos municípios de Oiapoque e Vila Velha do Cassiporé, no estado do Amapá.
Também estão contemplados no documento o uso de embarcações especializadas e a realização de resgates aéreos de animais, com a proposta de reduzir o tempo de transporte dos espécimes afetados para um intervalo entre 10 e 12 horas.
Apesar da aprovação, o corpo técnico do Ibama registrou críticas ao PPAF. De acordo com o parecer, o plano “trabalha no limite das exceções previstas em manuais oficiais” e sua eficácia somente poderá ser comprovada com “a realização de simulações em campo”.
A decisão ocorre em meio à pressão do governo federal para que o Ibama autorize a exploração de petróleo na região. A Petrobras tem expectativa de investir cerca de US$ 3 bilhões na Margem Equatorial entre 2025 e 2029. A área de interesse se estende do litoral do Rio Grande do Norte ao Amapá, sendo considerada estratégica para a ampliação das reservas nacionais de petróleo.
As informações são do Metrópoles.