Congresso dá 10 dias para governo ter alternativa ao aumento do IOF
Por Redação
O Congresso Nacional deu um prazo de 10 dias para o Governo Federal apresentar alguma alternativa ao decreto que elevou alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Na proposta apresentada o governo, o aumento afetaria apenas as empresas e contribuintes mais ricos, e serviria para cumprir a meta fiscal.
Para evitar um maior desgaste com a insatisfação dos parlamentares, o presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) informou que “combinamos que a equipe econômica tem 10 dias para apresentar um plano alternativo ao aumento do IOF. Algo que seja duradouro, consistente e que evite as gambiarras tributárias só para aumentar a arrecadação, prejudicando o país”, disse Motta em uma rede social.
Segundo a Agência Brasil, o presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (União-AP), afirmou, durante a sessão do Senado dessa quarta-feira (28), que a decisão de elevar o IOF usurpa as prerrogativas do Legislativo, acrescentando a possibilidade do Congresso sustar o decreto.
“Esse exemplo do IOF, dado pelo governo federal, seja o último daqueles, daquelas decisões tomadas pelo governo, tentando de certo modo usurpar as atribuições legislativas do Poder Legislativo. E, como presidente do Senado e do Congresso Nacional, eu vou defender todas as atribuições estabelecidas na Constituição”, afirmou no plenário.
REUNIÃO COM HADDAD
Após as sessões da Câmara e Senado, Alcolumbre e Motta se reuniram na noite dessa quarta-feira para discutir o assunto com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e com a ministra das Relações Institucionais, GLeisi Hoffmann, acompanhados de lideranças do governo.
Na saída do encontro, Haddad informou aos jornalistas que explicou aos presidentes os problemas que o Estado brasileiro pode enfrentar caso o ajuste do IOF seja derrubado.
“Expliquei também as consequências disso, em caso de não aceitação da medida, o que acarretaria em termos de contingenciamento adicional. Nós ficaremos num patamar bastante limitado do ponto de vista do funcionamento da máquina pública do Estado brasileiro”, disse o ministro.
O ministro lembrou que o governo já teve que contingenciar ou bloquear R$ 31,3 bilhões do Orçamento para alcançar a meta fiscal estipulada pela regra do arcabouço fiscal. Já as receitas de cerca de R$ 20 bilhões com as mudanças no IOF seriam para completar o ajuste orçamentário.
Fernando Haddad acrescentou que os presidentes da Câmara e do Senado pediram a ele medidas de médio e longo prazo mais estruturantes, “que mexessem com outros aspectos do orçamento, como gasto primário, gasto tributário. Essa agenda interessa ao governo também”. As informações são da Agência Brasil.